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No 50º aniversário do Programa O Homem e a Biosfera, a UNESCO pede por uma nova relação com a natureza

07 abril 2021

  • Em seguimento ao Fórum sobre Biodiversidade da UNESCO, realizado em 24 de março, a Organização pediu que governos, cidadãos e sociedade civil, incluindo o setor privado, se mobilizem em favor da biodiversidade por meio de um fundo de multiparceiros que está sendo criado. O objetivo da mobilização é combater o colapso em andamento que afeta todas as espécies existentes.
  • Na COP15 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), que será realizada em outubro próximo em Kunming (China), as Nações Unidas pretendem convidar os Estados-membros a implementar uma meta de proteção de 30% das áreas terrestres e marinhas até 2030.
UNESCO lança um apelo para mobilizar recursos para formar jovens e fornecer ferramentas necessárias para colocar em prática uma transição ecológica e solidária que necessita ser acelerada antes de 2030.
Legenda: UNESCO lança um apelo para mobilizar recursos para formar jovens e fornecer ferramentas necessárias para colocar em prática uma transição ecológica e solidária que necessita ser acelerada antes de 2030.
Foto: © UNESCO

Em seguimento ao Fórum sobre Biodiversidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), realizado em 24 de março, a Organização pediu que governos, cidadãos e sociedade civil, incluindo o setor privado, se mobilizem em favor da biodiversidade por meio de um fundo de multiparceiros que está sendo criado. O objetivo da mobilização é combater o colapso em andamento que afeta todas as espécies existentes.

Na COP15 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), que será realizada em outubro próximo em Kunming (China), as Nações Unidas pretendem convidar os Estados-membros a implementar uma meta de proteção de 30% das áreas terrestres e marinhas até 2030.

Com 714 reservas da biosfera, 161 geoparques e 252 sítios do Patrimônio Natural, apenas os sítios da UNESCO representam 6% da superfície do planeta, ou seja, uma área do tamanho da China. Além das áreas de superfície a serem preservadas, a UNESCO pede por uma mudança de paradigma em nosso relacionamento com todas as espécies vivas. Isso envolve uma mudança cultural nos modos de produção e educação, bem como na nossa relação com o meio ambiente.

Pioneira na preservação da biodiversidade com o Programa O Homem e a Biosfera (MAB), criado há 50 anos, a UNESCO está mais comprometida do que nunca em apoiar os atores dessa mudança e, ao mesmo tempo, está lançando um apelo à mobilização para alimentar o fundo de multiparceiros em apoio à recuperação e à conservação da biodiversidade e dos ecossistemas vulneráveis em locais designados pela Organização. O fundo servirá sobretudo para formar jovens e fornecer a eles as ferramentas necessárias para colocar em prática uma transição ecológica e solidária que necessita ser acelerada antes de 2030. A Itália já prometeu doar, ao longo de três anos, 3,4 milhões de euros (ou 3,9 milhões de dólares) para o fundo, que pretende arrecadar um total de 20 milhões de dólares.

Além das áreas protegidas, as quais se espera que cobrirão cerca de um terço do planeta, a UNESCO está pedindo para darmos um salto à frente, para reunir todas as pessoas em todos os lugares em prol da proteção da Terra e da pacificação das relações com o mundo dos seres vivos.

"A biodiversidade, que está intimamente ligada à saúde humana, está se deteriorando de maneira significativa. No entanto, ela é a apólice de seguro de vida da humanidade. Existe apenas um planeta, não um planeta para a natureza e outro para os seres humanos", disse a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.

Segundo a mensageira da Paz da ONU e porta-voz do 50º aniversário do Programa MAB, Jane Goodall, é preciso desenvolver uma nova mentalidade, uma relação mais respeitosa com a natureza e economias mais verdes. "Se as populações não conseguirem se sustentar, não haverá preservação do meio ambiente".

O Grupo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton) anunciou um programa com a UNESCO para preservar áreas florestais e ecossistemas fluviais degradados, bem como para desenvolver empregos sustentáveis em oito reservas da biosfera na Amazônia. "Precisamos repensar as cadeias de abastecimento e a forma como preservamos os recursos naturais dos quais dependemos. A parceria com o Programa MAB nos permite resguardar a nossa produção, ao trabalhar com as comunidades locais", disse o administrador do Grupo LVMH , Antoine Arnault.

A luta contra a mudança climática e a redução da pobreza são interdependentes. A mudança climática é uma questão mais moral do que técnica. É essencial educar a geração mais jovem para proteger a criação, para enfatizar a dimensão ética para além da dimensão científica, disse o Papa Francisco.

A UNESCO convida as pessoas a enviarem vídeos de 60 segundos apresentando sua solução e/ou seu compromisso de viver juntos em harmonia na Terra, assim como de conservar e usar a biodiversidade de forma sustentável. Os vídeos devem ser enviados para mab50anniversary@unesco.org. Eles serão coletados e compartilhados da forma mais ampla possível, como parte do movimento que levará à COP15.

A UNESCO lançou o Programa MAB em 1971, um ano antes da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, que lançou as bases do conceito de “desenvolvimento sustentável” das Nações Unidas. Desde o seu início, o objetivo geral do Programa MAB era “desenvolver a base científica para o uso racional e a conservação dos recursos da biosfera, a fim de melhorar a relação geral entre o ser humano e o meio ambiente”. Além disso, o Programa se comprometeu a “prever as consequências das ações de hoje no mundo de amanhã e, assim, aumentar a capacidade humana de gerir de forma eficaz os recursos naturais da biosfera”.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa