Fórum da Juventude: chefe da ONU pede por “melhorias tangíveis” diante da injustiça e da má governança
09 abril 2021
- Líderes de todo o mundo precisam “ir além do lugar-comum” sobre os jovens e entregar um futuro melhor para todos eles, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante o 10º Fórum da Juventude do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), que aconteceu nesta quarta-feira (7).
- Guterres descreveu a reunião online como “a principal plataforma da ONU” para combater os muitos desafios urgentes que os jovens enfrentam hoje, incluindo os impactos da COVID-19, que, entre outras coisas, deixou um a cada oito jovens - majoritariamente meninas - sem acesso à educação. Um a cada seis está sem trabalho e os problemas de saúde mental estão crescendo rapidamente.
Líderes de todo o mundo precisam “ir além do lugar-comum” sobre os jovens e entregar um futuro melhor para todos eles, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante o 10º Fórum da Juventude do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), que aconteceu nesta quarta-feira (7).
Guterres descreveu a reunião online como “a principal plataforma da ONU” para combater os muitos desafios urgentes que os jovens enfrentam hoje, incluindo os impactos da COVID-19, que, entre outras coisas, deixou um a cada oito jovens - majoritariamente meninas - sem acesso à educação. Um a cada seis está sem trabalho e os problemas de saúde mental estão crescendo rapidamente.
“Nesse contexto, não devemos ficar surpresos que tanto online quanto nas ruas, os jovens estão expressando sua impaciência com o ritmo da mudança, suas frustrações com a injustiça e a má governança”, disse o secretário-geral, enfatizando a necessidade de ouvir os jovens para reconstruir a confiança.
O chefe da ONU destacou que “melhorias tangíveis” são necessárias na educação, nos empregos, na proteção ambiental e na conectividade digital - “por meio de uma recuperação justa, inclusiva, verde e sustentável”.
“Ainda mais deve ser feito e precisamos que vocês continuem mostrando o caminho nas questões críticas, como na justiça racial e na igualdade de gênero. E precisamos que vocês ajudem a fazer as pazes com a natureza e estabelecer uma transição que nos leve além dos combustíveis fósseis para um mundo de energia renovável e neutralidade de carbono”, afirmou o chefe da ONU.
‘Fazendo o que falam’
Autora do último Relatório de Progresso da Juventude 2030, a enviada especial do secretário-geral da ONU para a juventude, Jayathma Wickramanayake, revelou entusiasmadamente que mais de 11 mil jovens de todo o mundo participaram virtualmente do fórum, tornando-o a maior reunião sobre juventude da ONU na história da organização.
Ela destacou isso como uma oportunidade de celebrar “a resiliência, a determinação, a criatividade e a liderança para construir um mundo mais sustentável, justo e inclusivo para todos, conforme previsto na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
“Nós precisamos mostrar para as gerações anteriores à nossa que aqueles de nós que são millennials ou geração Z, estão fazendo o que falam quando se trata de inclusão e igualdade”, disse a enviada especial para a juventude, convocando todos a “responsabilizarem os tomadores de decisão por suas ações” e defenderem a representação jovem onde as decisões estão sendo tomadas.
A enviada especial para a juventude disse que mais de 1,8 bilhões de jovens enfrentam questões “que nenhuma outra geração se deparou”, incluindo a crise climática, conflito e sistemas de desigualdade que “representam uma ameaça para a vida e o futuro dos jovens”.
“Apesar das dificuldades do ano passado, nós temos uma oportunidade sem precedentes de nos recuperarmos melhor juntos, reimaginar o status quo e construir um novo normal baseado nos valores de justiça, igualdade, interseccionalidade e sustentabilidade - com jovens na frente e no centro”, disse a enviada para juventude.
O presidente da ECOSOC, Munir Akram, viu o fórum como um momento para refletir sobre uma década repleta de crises e de conquistas.
Para enfrentar os desafios, ele destacou a necessidade de derrotar o vírus da COVID-19 vacinando equitativamente “a todos, em todos os lugares” e afirmou que esforços devem ser feitos para recuperar a recessão induzida pela pandemia e “reanimar as perspectivas” de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.
Ele disse que "desigualdade econômica, social, racial e de gênero”, eram agora endêmicas, dizendo que “devemos derrotar as forças crescentes do racismo, do extremismo e do fascismo”.
“O futuro pertence a vocês, a juventude”, acrescentou. “Precisamos da energia de vocês, seus ideais, sua ousadia, sua imaginação, sua inovação, para construir a estrutura de uma ordem mundial pacífica, próspera e igualitária”.
Passando o microfone para a juventude
O presidente da Assembleia Geral, Volkan Bozkir, disse que os jovens foram duramente atingidos: “A juventude não é um grupo homogêneo”, afirmou, convocando os jovem a falar e compartilhar suas experiências, ampliando as vozes de “pares que foram silenciados”.
“Estamos passando o microfone para vocês”, disse presidente da Assembleia Geral. “Mas é responsabilidade de vocês passar isso adiante, para as vozes mais vulneráveis” que não foram alcançadas pela ONU, para promover dimensões econômicas, sociais e ambientais de desenvolvimento sustentável durante a recuperação.
“Nunca duvide do seu poder”, disse, chamando os jovens de “solucionadores de problemas que vão encontrar as soluções para os desafios existenciais que a humanidade vai enfrentar no futuro”.
“Vocês são os defensores dos direitos humanos igualitários, inalienáveis e fundamentais para todos. Vocês são os detentores da paz, os guardiões da Carta [da ONU]”, disse.
Com a força de 1,8 bilhões, o presidente da assembleia afirmou que os jovens criariam um “caminho para 2030 e além”, assegurando que “nós estamos com vocês em cada etapa do caminho”.