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OMS: mundo pode ter tido 1,2 milhão a mais de mortes por COVID-19 em 2020

21 maio 2021

  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o número real de mortes causados pela pandemia de coronavírus pode ser duas a três vezes maior do que os números oficiais.
  • A informação consta no relatório “Estatísticas da Saúde Mundial”, publicado na sexta-feira (21). 
  • A pesquisa também vê avanços em áreas como expectativa de vida e consumo de tabaco, mas aponta desafios para cumprir Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).  
Paciente com Covid-19 recebendo oxigênio na Índia
Legenda: Paciente com COVID-19 recebendo oxigênio na Índia
Foto: © Amerjeet Singh/UNICEF

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, na sexta-feira (21), que o número real de mortes causados pela pandemia de coronavírus pode ser duas a três vezes maior do que os números oficiais. A informação consta no relatório Estatísticas da Saúde Mundial

A pesquisa também vê avanços em áreas como expectativa de vida e consumo de tabaco, mas aponta desafios para cumprir Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).  

Até o momento,  mais de 165 milhões de casos de COVID-19 e 3,4 milhões de morte foram registrados em todo o mundo. No entanto, o relatório revelou que há provavelmente uma "subnotificação significativa" com base nas mortes que foram direta ou indiretamente atribuíveis à doença.

No ano passado, mais de 1,8 milhão de mortes foram relatadas à OMS, mas o relatório sobre o estado da saúde no mundo indica que havia “pelo menos três milhões” no total.

A diferença de 1,2 milhão de mortes em 2020 inclui pessoas que morreram de infecção por coronavírus e outras que não puderam ter acesso a cuidados de saúde porque os recursos foram desviados para lidar com a pandemia. É provável que a descoberta se repita este ano devido a lacunas de dados nos relatórios. 

Depois dos cálculos globais e regionais de excesso de mortalidade, a agência deverá publicar estimativas individuais para cada país ainda este ano. 

O relatório afirma que a pandemia representa grandes ameaças à saúde em todo o mundo e impede o progresso no cumprimento dos ODS e das metas do chamado “triplo bilhão”.

Estas metas pretendem que mais 1 bilhão de pessoas tenham da cobertura universal de saúde, mais 1 bilhão de estejam protegidas contra emergências de saúde e mais  outro bilhão desfrutem de melhor saúde e bem-estar. 

Maior risco - Com 90% dos países relatando interrupções em serviços essenciais de saúde e 3% das famílias gastando mais de 25% de seu orçamento com cuidados médicos em 2015, o objetivo de cobertura universal enfrenta agora mais desafios.  

A crise também teve um maior impacto em populações vulneráveis, com aqueles que vivem em ambientes superlotados em maior risco. 

A OMS alerta ainda para a falta de dados desagregados, como diferenciação entre homens e mulheres. Apenas 51% dos países incluem dados deste tipo em suas estatísticas. 

A pesquisa apresenta os dados mais recentes sobre mais de 50 metas relacionadas à saúde. 

A expectativa de vida global aumentou de 66,8 anos em 2000 para 73,3 anos em 2019. Já a expectativa de vida saudável passou de 58,3 para 63,7 anos.

Os maiores ganhos estão sendo obtidos em países de baixa renda, principalmente devido às rápidas reduções na mortalidade infantil e nas doenças transmissíveis. 

Tabaco - O consumo global de tabaco caiu 33% desde 2000, mas a obesidade adulta está aumentando. Em 2016, até um quarto das pessoas em países de alta renda estavam obesas. 

As doenças crônicas representaram agora sete das dez causas de morte em todo o mundo.

A OMS também anunciou uma nova parceria com a Microsoft e a Avanade para desenvolver um novo e moderno centro de informação sobre saúde, que deve melhorar o acesso, agilizar processos e fornecer estes dados como um bem público. 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

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