A corrupção trai pessoas e democracias, diz o secretário-geral da ONU
04 junho 2021
- Diante do desafio da corrupção transnacional, a ONU lançou uma iniciativa na quinta-feira (3) para “capacitar todos os países” a encontrar soluções práticas e ferramentas melhores para rastrear, investigar e processar este flagelo.
- Durante a primeira sessão especial da Assembleia Geral contra a corrupção, o secretário-geral da ONU , António Guterres, gravou uma mensagem na qual associou manifestações antigoverno ao redor do mundo com queixas à prática.
- O alto funcionário da ONU enfatizou a necessidade de revigorar o compromisso político para combater a corrupção, fortalecer a cooperação internacional para recuperar bens roubados e evitar que os criminosos encontrem refúgios no exterior para si e seus fundos.
Durante a primeira sessão especial da Assembleia Geral contra a corrupção, o secretário-geral da ONU , António Guterres, gravou uma mensagem na qual associou manifestações antigoverno ao redor do mundo com queixas à corrupção. "Podemos ter certeza de que esses manifestantes estão observando de perto agora, enquanto trilhões de dólares são investidos em recuperação”, acrescentou.
Repercussões múltiplas - A corrupção costuma ser sistemática e organizada, um crime que atravessa fronteiras e “trai pessoas e democracias”, disse o chefe da ONU. “Esses crimes tiram trilhões de dólares de pessoas em todo o mundo - geralmente dos mais necessitados, e drenam os recursos desenvolvimento sustentável”, acrescentou.
O chefe da ONU pontuou que, quando pessoas poderosas escapam impunes da corrupção, os cidadãos perdem a confiança em suas instituições de governo e as democracias ficam enfraquecidas pelo cinismo e pela desesperança.
“Virar a maré contra a corrupção é essencial se quisermos alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promover a paz e proteger os direitos humanos”, explicou Guterres.
Necessidade urgente - O alto funcionário da ONU enfatizou a necessidade de revigorar o compromisso político para combater a corrupção, fortalecer a cooperação internacional para recuperar bens roubados e evitar que os criminosos encontrem refúgios no exterior para si e seus fundos.
Ele chamou a criação da Rede Operacional Global de Autoridades de Execução da Lei Anticorrupção, ou Rede GlobE , “um passo na direção certa”.
“A Rede permitirá que as autoridades naveguem nos processos legais por meio da cooperação informal cruzando fronteiras, ajudando a construir confiança e trazer os culpados por corrupção à justiça”, explicou o chefe da ONU.
Rede GlobE - Durante o lançamento, especialistas anticorrupção discutiram o papel da Rede GlobE em garantir que todos os países e suas autoridades anticorrupção independentes tenham os contatos e as ferramentas de que precisam para rastrear, investigar e processar a corrupção transfronteiriça - incluindo o país origem, de trânsito e de destino - de forma rápida e eficaz.
O secretário-geral disse que a organização continuaria a fornecer assistência técnica e pediu a todos os governos para “fazerem uso pleno da rede e encorajarem mais esforços para erradicar a corrupção”.
“Acabar com a impunidade pela corrupção e devolver os bens roubados aos seus proprietários são passos importantes para um novo contrato social baseado na confiança, integridade e justiça”, concluiu.