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ONU: mais de 3 bilhões de pessoas dependem do oceano para sobreviver

08 junho 2021

  • A comemoração deste ano do Dia Mundial dos Oceanos, neste 8 de junho, acontece em um momento em que o mundo luta contra a pandemia da COVID-19, de crise climática e de ataque contínuo da ação humana aos oceanos, mares e recursos marinhos.
  • Em sua mensagem para a data, o secretário-geral da ONU faz um apelo para que a Humanidade que acabe com a “guerra contra a natureza”, pedindo soluções para alguns dos problemas enfrentados pelos oceanos, como a poluição por plástico, a pesca excessiva e a acidificação.
  • O tema da edição deste ano, “O oceano: vida e meios de subsistência”, sublinha a importância dos oceanos para a vida cultural e a sobrevivência econômica das comunidades em todo o mundo.
  • Entre 2021 e 2030, a ONU promove a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que busca impulsionar conhecimentos e soluções para reduzir as múltiplas pressões sobre os ecossistemas marinhos, incluindo as alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição.
recife de corais na polinesia francesa
Legenda: Em Dia Mundial, secretário-geral da ONU chama atenção para problemas como poluição, pesca excessiva, acidificação dos oceanos
Foto: © Jayne Jenkins/Ocean Image Bank

Acabar com a “guerra contra a natureza” deve fazer parte da recuperação global da pandemia COVID-19, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na terça-feira (8) em sua mensagem para o Dia Mundial dos Oceanos.

A comemoração anual do dia 8 de junho é uma lembrança do importante papel que os oceanos têm na vida cotidiana como “o pulmão do nosso planeta” e como fonte de alimentos e medicamentos.

Embora o tema deste ano se concentre em sua importância para a sobrevivência cultural e econômica das comunidades em todo o mundo, o secretário-geral citou o relatório recente “Segunda Avaliação dos Oceanos do Mundo” que confirmou que muitos dos benefícios proporcionados pelos oceanos estão sendo minados pela atividade humana.

Poluição, pesca excessiva, acidificação - “Os nossos mares estão sufocando com o lixo plástico, que pode ser encontrado desde os atóis mais remotos até as mais profundas fossas oceânicas”, disse Guterres.

Mas a lista não termina aí. Guterres citou ainda a sobrepesca, que causa uma perda de quase 90 bilhões de dólares, aumentando a vulnerabilidade das mulheres, que são vitais para a sobrevivência de pequenos negócios pesqueiros.

Uma outra preocupação da ONU são emissões de dióxido de carbono, que estão provocando o aquecimento e a acidificação dos oceanos, destruindo a biodiversidade e causando o aumento do nível do mar que ameaça costas densamente povoadas.

Desenvolvimento Sustentável - O Dia Mundial dos Oceanos acontece enquanto os países continuam a enfrentar a pandemia COVID-19, a crise climática e o ataque contínuo aos oceanos, mares e recursos marinhos, lembrou o secretário-geral.

Com mais de três bilhões de pessoas em todo o mundo, principalmente em países em desenvolvimento, contando com o oceano para sua subsistência, ele pediu uma ação.

“À medida que nos esforçamos para nos recuperar da COVID-19, devemos acabar com a nossa guerra contra a natureza.”, disse Guterres.

“Isso será fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mantendo a meta de 1,5 grau do Acordo de Paris e garantindo a saúde de nossos oceanos para as gerações atuais e futuras”, concluiu.

Veja a mensagem em vídeo do secretário-geral

Década de Ação - Como parte das comemorações do Dia Mundial do Oceano, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) anunciou a seleção de uma série inicial de ações para impulsionar o que chama de “revolução do conhecimento do oceano”.

Liderados por diversos parceiros da ciência, governo, sociedade civil e outros setores, eles se enquadram na Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que começou este ano e vai até 2030.

“Da restauração da Grande Barreira de Corais ao mapeamento de 100% do fundo do oceano em alta resolução, esses programas e contribuições inovadores constituem o primeiro conjunto de Ações da Década da Ciência Oceânica que contribuirão para ajudar a entregar o oceano que desejamos até 2030”, disse a diretor-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.

Exploração e inovação - As ações da Década da Ciência Oceânica foram selecionadas a partir de centenas de inscrições enviadas à Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da agência, a entidade da ONU que apoia a ciência e os serviços oceânicos globais.

Incluem iniciativas para expandir a pesquisa em alto mar e a exploração da “zona crepuscular” do oceano. Pouco se sabe sobre essa camada, que se estende de 200 a 1.000 metros submarinos (cerca de 650 a 3.300 pés).

Outras ações centram-se no desenvolvimento de conhecimentos e soluções para reduzir as múltiplas pressões sobre os ecossistemas marinhos, incluindo desde as alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição, bem como medidas para melhorar a gestão sustentável dos estoques pesqueiros.

“As centenas de respostas à primeira Chamada para Ações da Década da Ciência Oceânica mostram o sucesso e o enorme interesse em torno desse movimento global”, disse o secretário executivo da COI, Vladimir Ryabinin.

“As Ações iniciais são apenas os primeiros blocos de construção da Década - haverá muitas chances de engajamento”, completou.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ONU
Organização das Nações Unidas
UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa