Três em cada 10 pessoas no mundo não tinham acesso a água e sabão em casa durante a pandemia
06 julho 2021
- Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelam que três em cada 10 pessoas em todo o mundo não podiam lavar as mãos com água e sabão em casa durante a pandemia de COVID-19. As informações são de um relatório conjunto das duas agências.
- O relatório destaca alguns progressos no setor. Entre 2016 e 2020, o acesso a água potável administrada com segurança em casa aumentou de 70% para 74%; os serviços de saneamento passaram de 47% para 54%; e instalações de lavagem das mãos com água e sabão, aumentaram de 67% para 71%.
- Ainda assim, o documento afirma que, sem uma injeção urgente de dinheiro, bilhões em todo o mundo correm o risco de continuar sem acesso vital a água potável, saneamento e serviços de higiene até 2030.
Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelam que três em cada 10 pessoas em todo o mundo não podiam lavar as mãos com água e sabão em casa durante a pandemia de COVID-19.
As informações são de um relatório conjunto das duas agências publicado na última quinta-feira (1). O documento afirma ainda que sem uma injeção urgente de dinheiro, bilhões em todo o mundo correm o risco de continuar sem acesso vital a água potável, saneamento e serviços de higiene até 2030
“Lavar as mãos é uma das formas mais eficazes de prevenir a propagação de COVID-19 e outras doenças infecciosas, mas milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a um abastecimento de água seguro e confiável”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Progresso - O relatório do Programa de Monitoramento Conjunto, Progresso sobre água potável para as famílias, saneamento e higiene 2000-2020, no entanto, ofereceu algumas boas notícias sobre o acesso universal a serviços de água, saneamento e higiene (ou WASH, na sigla em inglês).
Entre 2016 e 2020, o acesso a água potável administrada com segurança em casa aumentou de 70% para 74%; os serviços de saneamento passaram de 47% para 54%; e instalações de lavagem das mãos com água e sabão, aumentaram de 67% para 71%.
Em vez de conexões de esgoto, no ano passado pela primeira vez, mais pessoas usaram latrinas de fossa, fossas sépticas e outras instalações sanitárias melhoradas para conter e tratar o lixo com eficácia.
“Apesar do nosso progresso impressionante até o momento para aumentar esses serviços que salvam vidas, as necessidades alarmantes e crescentes continuam a superar nossa capacidade de resposta”, disse a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore.
Para manter o progresso, as duas agências da ONU sublinharam a necessidade de governos apoiarem de forma adequada o saneamento local administrado com segurança, incluindo lodo fecal.
O estudo também deixou claro que, se as tendências atuais persistirem, em 2030, bilhões de crianças e famílias ficarão sem serviços de água, saneamento e higiene que salvam vidas.
O relatório observa que apenas 81% da população mundial teria acesso a água potável em casa, deixando 1,6 bilhão sem acesso. Apenas 67% teriam serviços de saneamento seguros, deixando 2,8 bilhões em más condições. Além disso, apenas 78% teriam instalações básicas para lavar as mãos, deixando 1,9 bilhão em condições precárias.
“O investimento em água, saneamento e higiene deve ser uma prioridade global se quisermos acabar com esta pandemia e construir sistemas de saúde mais resilientes”, sublinhou Tedros.
Desigualdades prevalecem - O relatório também apontou grandes desigualdades - com as crianças e famílias vulneráveis sendo mais atingidas.
No atual ritmo de progresso, para que os países menos desenvolvidos tenham acesso a água potável administrada com segurança até 2030, seria necessário um aumento de dez vezes da oferta atual.
“Mesmo antes da pandemia, milhões de crianças e famílias sofriam sem água potável, saneamento seguro e um lugar para lavar as mãos”, disse a chefe do UNICEF.
“Chegou a hora de acelerar drasticamente nossos esforços para fornecer a cada criança e família as necessidades mais básicas para sua saúde e bem-estar, incluindo o combate a doenças infecciosas, como a COVID-19”, completou.
Mulheres em destaque - Pela primeira vez, o relatório também apresentou dados nacionais emergentes sobre saúde menstrual.
Em muitos países, uma proporção significativa de mulheres e meninas não consegue atender às suas necessidades de saúde menstrual.
As disparidades são significativas entre os grupos vulneráveis, como as mais pobres e as portadoras de deficiência.