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Declínio na captura de carbono na Amazônia é abordado por agência da ONU em estudo

22 julho 2021

  • Uma pesquisa publicada na revista Nature mostra que a floresta Amazônica está emitindo mais gás carbônico do que absorvendo.
  • Segundo a Organização Meteorológica Mundial, essa queda na captura de carbono é reflexo do desmatamento e da mudança climática.
  • Os pesquisadores avaliaram os fluxos de dióxido e de monóxido de carbono em quatro pontos diferentes da Amazônia. As medições foram feitas durante quase 600 voos pela região, entre 2010 e 2018. 
  • A agência da ONU lembra que as florestas tropicais costumavam absorver muito CO2 até agora, mas as mudanças na temperatura e nas chuvas criaram um ambiente severo para a vegetação. O resultado é que as florestas estão se tornando emissoras de gases.
Legenda: Incêndios aumentaram, contribuindo para o desmatamento na Amazônia
Foto: © Carl de Souza/AFP

Em um estudo publicado pela revista especializada Nature na quarta-feira (20), a Organização Meteorológica Mundial (OMM) chamou atenção para uma mudança de padrão na floresta Amazônica, que já está emitindo mais gás carbônico, CO2, do que absorvendo. Segundo a OMM, essa queda na captura de carbono é reflexo do desmatamento e da mudança climática. 

Cientista Brasileira - O estudo foi liderado pela cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Lucia Gatti, que também integra um comitê da OMM sobre emissões de gases de efeito estufa. 

Os pesquisadores avaliaram os fluxos de dióxido e de monóxido de carbono em quatro pontos diferentes da Amazônia. As medições foram feitas durante quase 600 voos pela região, entre 2010 e 2018. As emissões de CO2 são maiores no leste da Amazônia, onde houve diminuição das chuvas e aumento das temperaturas nas temporadas secas.  

Incêndios  - O levantamento destaca que “nos últimos 40 anos, a região sudeste da floresta Amazônica foi a que mais sofreu com o desmatamento e com o aquecimento”, na comparação com o lado oeste. O desmatamento e o aumento das temporadas de seca promovem um “stress no ecossistema, aumentam os incêndios e geram mais emissões de carbono”, de acordo com o estudo.  

Além do desmatamento, outro problema é a redução da fotossíntese, também resultado das mudanças climáticas pela Amazônia.  

Acordo de Paris - A OMM explica que, no mundo todo, as concentrações atmosféricas de CO2 continuam subindo para níveis recorde, sendo o desmatamento uma das principais razões para o efeito. A agência da ONU lembra que as florestas tropicais costumavam absorver muito CO2 até agora, mas as mudanças na temperatura e nas chuvas criaram um ambiente severo para a vegetação. O resultado é que as florestas estão se tornando emissoras de gases.  

“Exploramos o efeito das mudanças climáticas e tendências de desmatamento nas emissões de carbono em nossos locais de estudo, e descobrimos que a intensificação da estação seca e um aumento no desmatamento parecem promover estresse no ecossistema, aumento na ocorrência de incêndios e maiores emissões de carbono na Amazônia oriental. Isso está de acordo com estudos recentes que indicam um aumento na mortalidade das árvores e uma redução na fotossíntese como resultado das mudanças climáticas em toda a Amazônia ”, revelou a pesquisa.

A OMM destaca que uma das metas do Acordo de Paris sobre o Clima é conseguir um equilíbrio entre emissão e absorção dos gases de efeito estufa.  

Para ler o estudo na íntegra, acesse aqui.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMM
Organização Mundial de Meteorologia

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa