Dia da Mulher Negra Latino-Americana destaca a importância da integração na luta contra racismo e sexismo
26 julho 2021
- No domingo, 25 de julho, foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e da Diáspora. A data representa um marco da união de vozes de mulheres afrodescendentes de todo o continente.
- O dia foi instituído para dar visibilidade à luta das mulheres negras na região, a partir do primeiro Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas ocorrido em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana. O evento que reuniu mais de 300 representantes de 32 países para denunciar opressões e debater soluções na luta contra o racismo e o sexismo.
- Para marcar a data, a ONU Direitos Humanos na América do Sul e a ONU Mulheres realizaram entrevistas com lideranças de movimentos pelos direitos das mulheres negras que atuam hoje em dia em países da nossa região. Em suas falas, elas destacam a importância da integração continental na luta pelos seus direitos e de suas iguais.
No domingo, 25 de julho, foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e da Diáspora. A data representa um marco da união de vozes de mulheres afrodescendentes de todo um continente.
“Esse é um dia que significa comemorar toda a nossa trajetória, porque nossos passos vêm de longe”, opina ativista do feminismo negro no Brasil e professora Rosália Santos.
"Mas também é um dia que nos faz refletir e avaliar até que ponto precisamos ainda avançar nessas sociedades racistas, sexistas, misóginas, violentas, e que têm o corpo negro, e especialmente o corpo das mulheres negras, como alvos de violação de direitos", completa.
A data foi instituída para dar visibilidade à luta das mulheres negras na região, a partir do primeiro Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas ocorrido em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana. O evento que reuniu mais de 300 representantes de 32 países para denunciar opressões e debater soluções na luta contra o racismo e o sexismo.
“Quando fomos à República Dominicana e a Rede surge, em 1992, nós queríamos fortalecer as vozes das mulheres negras em todas as regiões e nos posicionar a nível mundial em relação a tudo que afeta a vida das mulheres e meninas Negras”, conta a coordenadora no Brasil da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, Valdecir Nascimento.
Por iniciativa do movimento de mulheres negras, julho também é um período de intensa mobilização pública – o Julho das Pretas – um momento especial em que movimentos e organizações celebram e visibilizam a trajetória de resistência das mulheres negras, propondo uma agenda colaborativa de atividades.
Quase 30 anos depois, as mulheres negras ainda enfrentam inúmeros desafios e opressões relacionados ao machismo e ao racismo e as demandas apresentadas em Santo Domingo devem seguir reverberando até hoje pelas vozes das novas gerações.
Nos últimos meses, a pandemia da COVID-19, que atinge a todos os países, tem impactado de forma desproporcional a população afrodescendente, sobretudo as mulheres periféricas. “A pandemia só aprofundou as desigualdades históricas que já nos afetam”, afirma a professora Miriam Gomes, membro da Sociedade Caboverdeana, do Agrupamento Todos com Mandela e da Comissão 8 de Novembro, na Argentina.
Para marcar a data, a ONU Direitos Humanos na América do Sul e a ONU Mulheres realizaram entrevistas com lideranças de movimentos pelos direitos das mulheres negras que atuam hoje em dia em países da nossa região. Em suas falas, elas destacam a importância da integração continental na luta pelos seus direitos e de suas iguais.
Confira a entrevista de Valdecir Nascimento no site da ONU Mulheres e as entrevistas de Cecilia Ramirez, do Peru; Miriam Gomes, da Argentina; Rosália Lemos, do Brasil; e Sonia Viveros, do Equador no site da ONU Direitos Humanos.