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Desastres hídricos dominam lista dos 10 mais destrutivos dos últimos 50 anos

26 julho 2021

  • No contexto de um clima global em rápida mudança, os perigos relacionados à água estão no topo da lista de desastres naturais com as maiores perdas humanas nos últimos 50 anos, de acordo com um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
  • O documento conclui que as secas lideram a lista, com 650 mil mortes, seguidas por tempestades com mais de 577 mil mortes. Inundações causaram mais de 58 mil mortes e as temperaturas extremas causaram a morte de mais de 55 mil.
  • O Atlas de Mortalidade e Perdas Econômicas por Tempo, Clima e Extremos da Água (1970-2019) será publicado em setembro, mas trechos do relatório foram antecipados no momento em que as temperaturas em partes da América do Norte aumentam e inundações sem precedentes no centro-norte da Europa continuam a dominar as manchetes.
  • Ao divulgar os trechos do relatório, que também destaca custos econômicos, a OMM resalta a necessidade de se investir em adaptação para as mudanças climáticas. “Perigos climáticos e hídricos estão aumentando em frequência e intensidade”, alertou o chefe da OMM, Petteri Taalas.
Trabalhadores de emergência resgatam um idoso em Xuchang, na província chinesa de Henan
Legenda: Trabalhadores de emergência resgatam um idoso em Xuchang, na província chinesa de Henan
Foto: © China Fire and Rescue

No contexto de um clima global em rápida mudança, os perigos relacionados à água estão no topo da lista de desastres naturais com as maiores perdas humanas nos últimos 50 anos, de acordo com um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O Atlas de Mortalidade e Perdas Econômicas por Tempo, Clima e Extremos da Água (1970-2019) - que será publicado em setembro - conclui que dos 10 desastres que causaram o maior número de mortes humanas nas últimas cinco décadas, as secas lideram a lista com 650 mil mortes em todo o mundo.

As tempestades causaram mais de 577 mil mortes, as inundações causaram mais de 58 mil mortes e as temperaturas extremas causaram a morte de mais de 55 mil.

Eventos de chuva extrema - Trechos do relatório foram divulgados no momento em que as temperaturas em partes da América do Norte aumentam e inundações sem precedentes no centro-norte da Europa continuam a dominar as manchetes.

O serviço meteorológico nacional alemão informou que o volume de chuvas de até dois meses caíram em apenas 2 dias, nos dias 14 e 15 de julho, afetando partes da Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Suíça e Áustria.

De acordo com relatos da imprensa, mais de 120 pessoas morreram apenas na Alemanha e centenas continuam desaparecidas. 

Enquanto isso, partes da província central chinesa de Henan receberam mais chuvas acumuladas entre 17 e 21 de julho do que a média típica para um ano completo.

Perdas econômicas - O relatório estima que, dos 10 principais eventos examinados entre 1970 e 2019, as tempestades foram responsáveis ​​por aproximadamente 521 bilhões de dólares em perdas econômicas, enquanto as inundações foram responsáveis ​​por cerca de 115 bilhões de dólares.

A OMM destaca que no período analisado, os desastres ligados ao clima e aos perigos da água foram responsáveis por 45% das mortes e de 74% dos prejuízos econômicos em nível global. 

Trechos do relatório mostram que enchentes e tempestades resultaram nas maiores perdas na Europa nos últimos 50 anos, a um custo de 377,5 bilhões de dólares

Uma enchente de 2002 na Alemanha causou 16,48 bilhões de dólares em perdas, representando o evento mais caro na Europa durante o período estudado.

Em todo o continente, um total de 1.672 desastres registrados resultou em quase 160 mil mortes e 476,5 bilhões de dólares em danos econômicos.

Relação com mudanças climáticas - “Perigos climáticos e hídricos estão aumentando em frequência e intensidade como resultado da mudança climática”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

“O custo humano e econômico foi destacado com efeito trágico pelas chuvas torrenciais e inundações devastadoras e perda de vidas na Europa Central e na China nas últimas semanas”, acrescentou.

Também observando que as ondas de calor recordes recentes na América do Norte estão "claramente ligadas" ao aquecimento global, Taalas citou uma recente análise de atribuição rápida de que as mudanças climáticas, causadas pelas emissões de gases de efeito estufa, tornaram a onda de calor pelo menos 150 vezes mais provável de acontecer.

Enfatizando que nenhum país está imune a tais mudanças, ele destacou que é imperativo investir mais na adaptação às mudanças climáticas, incluindo o fortalecimento de sistemas de alerta precoce de múltiplos perigos.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMM
Organização Mundial de Meteorologia

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa