Notícias

Plataforma da OPAS impulsiona produção regional de vacinas contra a COVID-19 nas Américas

26 agosto 2021

  • Amanhã, líderes de instituições financeiras globais, governos e agências de saúde pública se reunirão para discutir o desenvolvimento de uma plataforma capaz de incentivar a produção de vacinas contra a COVID-19 na América Latina e Caribe.
  • Responsável pela iniciativa, a OPAS está trabalhando com a OMS e parceiros para trazer a tecnologia de vacina de mRNA altamente eficaz para a região. 
  • Até o momento, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco Mundial e outros parceiros expressaram o desejo de ajudar a região a expandir sua produção farmacêutica.
  • Apenas 23% das pessoas na região foram totalmente vacinadas e, somente na semana passada, 1,5 milhão de novos casos e quase 20 mil mortes relacionadas à COVID-19 foram notificadas nas Américas.
  • “Nossa região importa 10 vezes mais produtos farmacêuticos do que produz”, disse a diretora da OPAS.
Legenda: A fabricação de vacinas de mRNA nas Américas deve beneficiar toda a região
Foto: © Unsplash

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, afirmou nesta quarta-feira (25) que a grave escassez de vacinas contra a COVID-19 na América Latina e no Caribe é um “alerta” para a necessidade de incentivar a produção regional de vacinas. Diante da lacuna, Etienne  anunciou o lançamento de uma plataforma para tornar a região cada vez menos dependente da importação de imunizantes.

“Esta semana, a OPAS lançará uma plataforma para impulsionar os esforços regionais de fabricação de vacinas, começando com a primeira de uma série de reuniões para promover uma maior coordenação entre os países e recrutar parceiros dos setores público e privado para transformar essa ideia em realidade”, disse Etienne, na coletiva de imprensa semanal da OPAS.

Etienne ressaltou que "a produção limitada e a distribuição desigual de vacinas" comprometem a resposta à pandemia da região e "colocam a saúde pública em risco muito alto". A dependência das importações torna a América Latina e o Caribe mais vulneráveis. “Nossa região importa 10 vezes mais produtos farmacêuticos do que produzimos.”

“Acredito que a atual crise de vacinação contra a COVID-19 deve ser um alerta de que devemos expandir a produção farmacêutica regional para que possamos estar no comando de nossas próprias respostas à pandemia”, acrescentou.

Primeiros passos - Amanhã (27), líderes de instituições financeiras globais, governos e agências de saúde pública se reunirão para discutir a plataforma, que promoverá pesquisas e incentivará o desenvolvimento e a fabricação de tecnologias de saúde. Etienne observou que “a OPAS já está liderando iniciativas para ajudar a reduzir nossa dependência das importações de produtos farmacêuticos”.

A OPAS está trabalhando com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros para trazer a tecnologia de vacina de mRNA altamente eficaz para a região. Até o momento, mais de 30 empresas e instituições públicas e privadas expressaram o desejo de participar da transferência de tecnologia e a OPAS está no “processo de identificação das propostas mais promissoras”, disse Etienne.

O objetivo é aproveitar a capacidade de produção existente que poderia contribuir para a fabricação de vacinas de mRNA nas Américas. O princípio é que a fabricação deve beneficiar toda a região, com produção farmacêutica regional e distribuição das vacinas pelo Fundo Rotatório da OPAS a todos os países.

Carência de vacinas - Apenas 23% das pessoas na região foram totalmente vacinadas e, em muitos países, a cobertura é muito menor. “Assim como os fabricantes se adaptaram rapidamente para produzir alguns dos EPIs e ventiladores de que nossa região precisava no início da pandemia, devemos trazer o mesmo espírito de colaboração para a produção de vacinas na região”, afirmou a diretora da OPAS.

Observando que o investimento é fundamental, Etienne disse que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial e outros parceiros expressaram o desejo de ajudar a região a expandir sua produção farmacêutica.

“Os valores de pan-americanismo e solidariedade da região podem nos ajudar a fortalecer a produção farmacêutica”, alegou a diretora da OPAS. “Os investimentos que fazemos hoje não apenas nos ajudarão a superar essa pandemia mais rapidamente, mas também estabelecerão as bases para lidar com futuras crises de saúde, de modo que não tenhamos tempo a perder”.

Referindo-se à crise no Haiti após o terremoto de 14 de agosto, Etienne disse: “A OPAS continua a distribuir suprimentos médicos muito necessários e está trabalhando em estreita colaboração com o Ministério e as equipes de emergência no local”.

“Também estamos coordenando com o Ministério da Saúde a implantação de Equipes Médicas de Emergência. Até agora, sete dessas equipes foram implantadas, mais quatro devem chegar e outras estão em espera”, revelou.

Mais de 1,5 milhão de novos casos e quase 20 mil mortes relacionadas à COVID-19 foram notificadas nas Américas na semana passada.

Os EUA, México e Brasil registraram o maior número de casos. Muitos países da América Central, incluindo Belize, Guatemala e Honduras, estão experimentando um aumento nas infecções por COVID-19. Jamaica, Porto Rico e ilhas menores do Caribe, como São Vicente e Granadinas e Dominica, notificaram aumentos acentuados em novas infecções e mortes.

"Embora as hospitalizações continuem diminuindo em grande parte da América do Sul, as infecções continuam altas, por isso pedimos aos países que continuem atentos a novos surtos”, finalizou Etienne.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

PAHO
The Pan American Health Organization
OMS
Organização Mundial da Saúde

Outras entidades envolvidas nesta iniciativa

Banco Mundial
Banco Mundial

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa