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"Cooperação urgente" é necessária para enfrentar a iniquidade de vacinas, dizem líderes da ONU

31 agosto 2021

  • Chefes de agências da ONU pediram cooperação dos fabricantes de vacinas, países produtores e países que já alcançaram altas taxas de imunização contra a COVID-19 para reduzir a desigualdade da vacinação no mundo.
  • Em um comunicado, os líderes do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Mundial do Comércio (OMC) alertaram que o ritmo de vacinação global está progredindo em duas velocidades "alarmantemente diferentes", com menos de 2% dos adultos totalmente vacinados na maioria dos países de baixa renda, em comparação com quase 50% em nações de alta renda.
  • Neste ritmo, os países de baixa renda não terão acesso a vacinas suficientes para atender às metas globais de 10% de cobertura em todos os países até setembro e 40% até o final de 2021.
  • Os funcionários da ONU apelaram aos países que contrataram grandes volumes de vacinas para “trocarem entregas de curto prazo" com o consórcio COVAX e o Fundo Africano de Aquisição de Vacinas (AVAT). Também cobraram dos fabricantes de vacinas que “priorizem e cumpram imediatamente” seus contratos com os consórcios.
  • Além disso, instaram aos chefes do G7 que cumpram suas promessas de doações o quanto antes. Até o momento, apenas 10% das quase 900 milhões de doses prometidas foram enviadas.
Legenda: Uma campanha de vacinação contra a COVID-19 é lançada em Goma, na República Democrática do Congo, com as vacinas recebidas por meio da iniciativa COVAX
Foto: © Ariette Bashizi/UNICEF

O ritmo de vacinação global contra a COVID-19 está progredindo em "duas velocidades alarmantemente diferentes", disseram líderes de agências da ONU em um comunicado na sexta-feira (27). No texto, eles observaram que menos de 2% dos adultos estão totalmente vacinados na maioria dos países de baixa renda, em comparação com quase 50% em nações de alta renda. 

Assinam o comunicado os chefes do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Mundial do Comércio (OMC). Eles se reuniram com os líderes do Fundo Africano de Aquisição de Vacinas (AVAT), do Centro para Controle de Doenças da África (CDC África), da Aliança Global para Vacinas (Gavi) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para uma escalar rapidamente a distribuição de vacinas em países de baixa e média baixa renda, particularmente na África.

“Esses países, a maioria dos quais estão na África, simplesmente não podem ter acesso a vacinas suficientes para atender às metas globais de 10% de cobertura em todos os países até setembro e 40% até o final de 2021, muito menos a meta da União Africana de 70% em 2022”, disseram funcionários da ONU.

Iniquidade vacinal - Uma crise de iniquidade da vacina está levando a uma "divergência perigosa" nas taxas de sobrevivência da COVID-19 e na economia global, afirmaram os chefes de agências, expressando gratidão pelo "importante trabalho" do AVAT e do COVAX na tentativa de resolver a "situação inaceitável".

"Enfrentar de forma eficaz esta escassez aguda de oferta de vacina em países de renda baixa e média baixa, e habilitar totalmente o AVAT e o COVAX, requer a cooperação urgente de fabricantes de vacinas, países produtores de vacinas e países que já alcançaram alta taxas de vacinação”, alertaram.

Alcançando metas - Para garantir que todos os países atinjam as metas globais de pelo menos 10% de cobertura até setembro e 40% até o final do ano, os principais funcionários da ONU apelaram aos países que contrataram grandes volumes de vacinas para “trocarem entregas de curto prazo com o COVAX e o AVAT”. Eles também aconselharam os fabricantes de vacinas a “priorizar e cumprir imediatamente” seus contratos com o COVAX e o AVAT e a fornecer previsões de abastecimento regulares e claras.

Além disso, os chefes da agência da ONU instaram as nações industrializadas do G7 e todos os países que prometeram doar doses a "cumprir suas promessas urgentemente" com maior transparência, vida útil dos produtos e suporte para suprimentos auxiliares - uma vez que apenas 10% das quase 900 milhões de doses prometidas foram enviadas.

“Pedimos a todos os países que eliminem as restrições à exportação e quaisquer outras barreiras comerciais às vacinas contra a COVID-19 e aos insumos envolvidos em sua produção”, continuou a declaração.

A saúde mundial “em jogo” - Paralelamente, as agências da ONU estão intensificando seu trabalho com o COVAX e o AVAT para lidar com a distribuição contínua de vacinas, a fabricação e as questões comerciais, principalmente na África. Eles estão mobilizando doações e financiamento concessional para apoiar este trabalho.

“Também exploraremos mecanismos de financiamento para cobrir as necessidades futuras de vacinas conforme solicitado pelo AVAT [e] defenderemos melhores previsões de abastecimento e investimentos para aumentar a preparação e a capacidade de absorção dos países”, garantiram.

Os chefes da agência da ONU sustentaram que também continuariam a aprimorar os dados, identificar lacunas e melhorar a transparência no fornecimento e uso de todas as ferramentas contra a COVID-19.

“A hora de agir é agora. O curso da pandemia - e a saúde do mundo - estão em jogo”, finaliza o comunicado.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

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Fundo das Nações Unidas para a Infância
OMS
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WTO
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Outras entidades envolvidas nesta iniciativa

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Banco Mundial
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