Líderes do EUA e China se comprometem com ação climática na Assembleia Geral da ONU
22 setembro 2021
- Os líderes de Estado das duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, se comprometeram com a ação climática em seus discursos de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas.
- Diante do gesto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, celebrou o compromisso das nações e clamou por maior engajamento.
- Joe Biden, atual presidente da nação norte-americana, prometeu 1,4 bilhão de dólares por ano em financiamento para ações climáticas em países em desenvolvimento. Já o presidente da China, Xi Jinping, anunciou que o país deixaria de financiar usinas termelétricas de carvão no exterior e apoiaria fontes verdes de energia.
- Embora o compromisso dos dois países seja significativo, o secretário-geral lembrou que, com base nos atuais compromissos de redução de emissões dos Estados-Membros, “o mundo está em um caminho catastrófico para 2,7º graus de aquecimento”, quase o dobro da meta ideal, de no máximo 1,5º C.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, celebrou na terça-feira (21), os compromissos assumidos pelas duas maiores economias do mundo, Estados Unidos da América e China, na abertura do 76º Debate de Alto Nível da Assembleia Geral, em Nova Iorque.
O chefe da ONU recebeu com entusiasmo o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que os EUA aumentariam significativamente o financiamento climático internacional para aproximadamente 1,4 bilhão de dólares por ano.
“Esse aumento na contribuição dos Estados Unidos deixará os países desenvolvidos mais próximos de cumprir seu compromisso coletivo de mobilizar 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático”, celebrou Guterres, refletindo sobre o efeito da contribuição norte-americana na meta anual estabelecida em 2009, na COP16.
Na ocasião, ficou estabelecido que países desenvolvidos concordaram em contribuir com 100 bilhões de dólares anuais para financiamento de ações climáticas em países em desenvolvimento. A meta estava prevista ser atingida até o ano passado, mas foi estendida durante a COP21, realizada em 2015, até 2025. No mesmo ano, durante o Acordo de Paris, os países também concordaram em negociar um valor ainda maior que deverá vigorar a partir de 2025.
O secretário-geral também celebrou o anúncio feito pelo presidente Xi Jinping de que a China encerraria todo o financiamento de usinas termelétricas de carvão no exterior e redirecionaria seu apoio à energia verde e de baixo carbono.
“Acelerar a fase global de eliminação do carvão é o passo mais importante para manter ao alcance a meta de 1,5º do Acordo de Paris”, refletiu Guterres, preocupado com o iminente aumento da temperatura global".
Longo caminho para vitória climática - Embora os anúncios tenham sido muito bem-vindos, os principais oficiais da ONU alertaram que ainda há "um longo caminho a percorrer" para garantir o sucesso na Conferência do Clima da ONU do próximo mês, a COP26, em Glasgow. Para que isso acontença se mostra necessária "uma curva nos esforços coletivos para abordar a crise climática". Do contrário, não será possível alcançar as metas climáticas estabelecidas.
O secretário-geral também lembrou que, com base nos atuais compromissos de redução de emissões dos Estados-Membros, “o mundo está em um caminho catastrófico para 2,7º graus de aquecimento”, quase o dobro da meta ideal, de no máximo 1,5º C. Diante das circunstâncias, o chefe da ONU clamou por uma “ação decisiva de todos os países”, especialmente dos países industrializados líderes do G20, para “irem mais longe” e contribuir efetivamente para a redução das emissões.
Reforçando o compromisso coletivo, o secretário-geral destacou de forma enfática: “Todos os países devem trazer seu mais alto nível de ambição para Glasgow se quisermos manter a meta de 1,5º do Acordo de Paris ao nosso alcance”.