Curso da pandemia nas Américas permanece incerto, mostra atualização da OPAS sobre COVID-19
23 setembro 2021
- A supressão da COVID-19 na região continuará exigindo uma resposta integral, ressalta o relatório de atualização da pandemia.
- O aumento de casos no primeiro semestre de 2021, aliado à escassez de vacinas e hesitação à vacinação, continuam um desafio para conter a propagação da doença na região.
- O documento delineia a presença da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) desde que o primeiro caso de COVID-19 foi detectado nas Américas, em janeiro de 2020.
- Até o momento, a região continua a ser a mais atingida, com mais 88 milhões de casos confirmados e mais de 2 milhões de mortes.
- Desde janeiro de 2020, a OPAS forneceu aos países cerca de 21,5 milhões de testes de PCR para COVID-19, junto com 7,3 milhões de testes de diagnóstico rápido e equipamento de proteção individual (EPI) para 35 países, incluindo 42 milhões de máscaras.
O curso da pandemia de COVID-19 nas Américas permanece "altamente incerto", de acordo com uma atualização apresentada aos delegados das Américas que participam da 59ª reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O aumento de casos no primeiro semestre de 2021, aliado à escassez de vacinas e hesitação à vacinação, continuam um desafio para conter a propagação da doença na região.
O relatório de 28 páginas delineou a resposta da OPAS à pandemia desde que o primeiro caso foi detectado nas Américas, em janeiro de 2020. Até o momento, a região continua a ser a mais atingida, com mais 88 milhões de casos confirmados e mais de 2 milhões de mortes.
O relatório observou que a supressão da COVID-19 nas Américas continuará exigindo resposta integral, com capacidade sustentada da rede de serviços de saúde, medidas sociais e de saúde pública, ações de vacinação específicas e operações de controle de surtos, como a detecção precoce, investigação e isolamento de casos, assim como o rastreamento e a quarentena dos contatos.
Carissa F. Etienne, diretora da OPAS, disse aos delegados que "estamos na luta de nossas vidas contra o vírus SARS-CoV-2. Precisamos ter certeza de que venceremos." Ela acrescentou que os recursos financeiros para combater a COVID-19 podem ser menores no próximo ano. “Não sairemos desta pandemia sem solidariedade”, disse.
A disponibilidade de vacinas contra a COVID-19 continua limitada, de acordo com o relatório, e muitos países da América Latina e do Caribe enfrentam desigualdades no acesso a elas. Ao mesmo tempo, a hesitação da população pode retardar ainda mais a vacinação ou impedir que todos os benefícios da imunização sejam realizados.
Presença em números - Ciro Ugarte, diretor de Emergências em Saúde da OPAS, apresentou informações atualizadas sobre as ações de resposta da Organização. Desde janeiro de 2020, a OPAS forneceu aos países cerca de 21,5 milhões de testes de PCR para COVID-19, junto com 7,3 milhões de testes de diagnóstico rápido e equipamento de proteção individual (EPI) para 35 países, incluindo 42 milhões de máscaras.
Ugarte afirmou ainda que a entidade "ministrou 279 formações sobre exames, seguimento, cuidados e outros temas, além de publicar 171 orientações técnicas" para o enfrentamento da doença. Além disso, equipes médicas de emergência coordenadas pela OPAS ajudaram vários países na resposta, acrescentou Ugarte, fornecendo, além de atenção e cuidados médicos, mais de 14 mil leitos hospitalares adicionais, incluindo 1.477 leitos de terapia intensiva.
“A OPAS continuará apoiando os países no desenvolvimento e adaptação de estratégias para garantir a continuidade dos programas e serviços de saúde prioritários, ao mesmo tempo em que responde à COVID-19”, acrescentou.
Entre os principais desafios para o futuro, destacou o diretor de Emergências em Saúde da OPAS, estão a manutenção dos serviços essenciais de saúde, o fornecimento de vacinas aos grupos prioritários, a adaptação e ampliação da vigilância epidemiológica, o aprimoramento do manejo dos casos clínicos e a prevenção e controle da infecção nos centros de saúde, bem como a obtenção de recursos adicionais para compra de vacinas, equipamentos de proteção individual e materiais de diagnóstico.
Entre as lições aprendidas, Ugarte enfatizou a necessidade de que "medidas sociais e de saúde pública continuem mesmo quando houver cobertura vacinal aceitável" e que o planejamento constante para que os serviços de saúde "possam responder durante surtos de COVID-19" continua a ser essencial a médio e longo prazo.