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Afeganistão: chefe da ONU condena ataque à mesquita de Kunduz

08 outubro 2021

Atingida por um homem-bomba, a mesquita de Kunduz abrigava pelo menos 100 fiéis que foram mortos ou feridos durante suas orações. O ataque é o terceiro em menos de uma semana. 

Entidades da ONU e o secretário-geral se pronunciaram e ofereceram apoio às famílias das vítimas do ataque chocante.

“Os perpetradores devem ser levados à justiça,” afirmou o secretário-geral em comunicado.

antonio guterres
Legenda: António Guterres expressou com pesar suas condolências às famílias enlutadas e desejou aos feridos uma rápida recuperação.
Foto: © James Dowson / ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou de forma dura e enfática o novo ataque terrorista no Afeganistão, o terceiro a uma instituição religiosa em menos de uma semana. De acordo com a imprensa, durante as orações de sexta-feira (8), pelo menos 100 fiéis foram mortos ou feridos depois que um homem-bomba atacou uma mesquita xiita, na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão.

“Os ataques que visam deliberadamente civis que exercem o direito de praticar livremente a sua religião são violações dos direitos humanos fundamentais e do direito humanitário internacional”, afirmou o secretário-geral, em nota divulgada pelo seu porta-voz. “Os perpetradores devem ser levados à justiça,” completou o chefe da ONU, insistindo para que o ataque não fique impune.

O secretário-geral expressou com pesar, através de sua nota, suas condolências às famílias enlutadas e desejou aos feridos uma rápida recuperação.

Segundo informações da imprensa, o ataque foi reivindicado pelo braço local do grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico, conhecido como Província de Khorasan do Estado Islâmico (IKSP, na sigla em inglês).

O IKSP já tinha como alvo a comunidade muçulmana xiita no Afeganistão, de maioria sunita, e é uma facção islâmica extremista que se opõe ao controle atual do país, exercido pelo Talibã, que tomou o poder em meados de agosto.

Militantes do IKSP já haviam realizado um ataque mortal no aeroporto de Cabul no mês passado, que matou 13 militares dos Estados Unidos e 169 civis afegãos.

Padrão perturbador - A Missão da ONU no Afeganistão (UNAMA), expressou sua preocupação no Twitter em relação à recente onda de ataques, que além do bombardeio da mesquita de Sayyidabad na semana passada, incluiu um incidente reivindicado pelo IKSP no domingo perto de uma mesquita em Cabul, e o ataque de quarta-feira a uma escola em Khost, que até agora não foi reclamado por nenhum grupo.

“O incidente de hoje faz parte de um padrão preocupante de violência”, informou a missão especial da ONU no Afeganistão, UNAMA.

Em um tweet, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) também se pronunciou e disse que os atentados e ataques a lugares de devoção "destacam a vulnerabilidade dos afegãos comuns, especialmente das minorias religiosas”. 

“Nossos corações estão com as vítimas e esperamos por justiça", declarou o Escritório em seu breve pronunciamento virtual.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUDH
Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos
ONU
Organização das Nações Unidas
UNAMA
United Nations Assistance Mission in Afghanistan

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