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Até 180 mil profissionais de saúde morreram de COVID-19, informa OMS

22 outubro 2021

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 80 mil a 180 mil profissionais de saúde morreram em decorrência da COVID-19 entre janeiro de 2020 e maio de 2021.

Além da grande proporção das mortes, muitos profissionais de saúde continuam a sofrer com esgotamento, estresse, ansiedade e fadiga.

Em muitos lugares, esses profissionais seguem sem vacinas. Na África, menos que um de dez profissionais da saúde foram completamente vacinados. Enquanto isso, na maior parte dos países de renda alta, mais de 80% dos profissionais de saúde estão completamente vacinados.

vacinas de covid-19 sendo preparadas
Legenda: Dois de cinco dos trabalhadores da saúde estão completamente vacinados, mas com diferenças consideráveis entre as regiões
Foto: © Eric Sales/ADB

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, na quinta-feira (22), que entre 80 mil a 180 mil profissionais de saúde morreram por conta da COVID-19 entre janeiro de 2020 e maio de 2021.

Essa estimativa foi publicada no novo documento de trabalho da OMS, baseado nas 3,45 milhões de mortes relacionadas com o coronavírus divulgadas globalmente pela agência de saúde das Nações Unidas até maio. Esse número, entretanto, pode ser 60% inferior ao número real de mortes.

A OMS, ao destacar a necessidade de uma proteção melhor, se juntou a parceiros globais em um apelo urgente para ação concreta em favor dos trabalhadores desse setor. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reiterou que “a espinha dorsal de todo sistema de saúde é sua força de trabalho”.

“A COVID-19 é uma demonstração poderosa do quanto nós podemos contar com esses homens e mulheres, e no quão vulnerável nós todos estamos quando as pessoas que protegem nossa saúde estão desprotegidas”, destacou.

Vulnerabilidades - A OMS e seus parceiros disseram que, para além da grande preocupação com as mortes, uma proporção crescente da força de trabalho continua a sofrer com esgotamento, estresse, ansiedade e fadiga. Eles pediram aos líderes e políticos responsáveis que garantam acesso justo a vacinas para que os profissionais da saúde sejam priorizados.

Até o final do mês passado, em média, dois de cinco desses trabalhadores estavam completamente vacinados, mas com diferenças consideráveis entre as regiões.

“Na África, menos de um entre dez profissionais da saúde foram completamente vacinados. Enquanto isso, na maior parte dos países de renda alta, mais de 80% dos profissionais de saúde estão completamente vacinados”, informou Tedros.

Para ele, após mais de 10 meses desde que a primeira vacina foi aprovada, o fato de que milhões de profissionais de saúde ainda não tenham sido vacinados é culpa dos países e empresas que controlam o fornecimento global de vacinas.

Ação do G20 - Em 9 dias, os líderes do G20 - as 20 maiores economias do mundo - vão se encontrar. De agora até lá, aproximadamente, cerca de 500 milhões de doses serão produzidas. Esse é o número necessário para atingir o objetivo de vacinação de 40% da população de todos os países até o final do ano.

Atualmente, 82 países estão com risco de não concluírem a meta. Cerca de 75% desses países têm um problema de fornecimento insuficiente. Os outros têm algumas limitações que a OMS está ajudando a resolver.

O ex-primeiro-ministro britânico e atual embaixador do financiamento global da saúde da OMS, Gordon Brown, declarou que será uma “catástrofe moral de proporção históricas” se os países do G20 não agirem rapidamente. 

Essas nações se comprometeram a doar mais de 1,2 bilhões de doses para o COVAX, a iniciativa apoiada pela ONU para distribuição equitativa de vacinas. De acordo com a OMS, até agora, somente 150 milhões foram doados.

Com a estocagem  pelos países ricos de milhões de doses perto de vencer, Brown afirmou que é necessário começar uma entrega aérea imediata, massiva e concreta de vacinas para os países de renda baixa. Se eles não o fizerem, serão responsáveis pelo “abandono de seu dever econômico, que deixará a todos envergonhados”, continuou Brown.

O ex-primeiro-ministro britânico  também alertou que “enquanto a vacinação desigual persistir, por mais tempo o vírus vai estar presente”.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa