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COP26: coalizão pede ação conjunta para o clima e água

03 novembro 2021

No segundo dia da COP26, uma coalizão formada por representantes da sociedade civil, políticos e 11 agências das Nações Unidas fez um pedido urgente para que as ações climáticas sejam integradas com as referentes à preservação das águas.

A Coalizão pela Água e Clima defende que a crise climática está acentuando ainda mais os eventos extremos conectados com os ciclos da água, incluindo secas e inundações. 

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência das Nações Unidas que lidera o grupo, estima que enquanto a seca causou 29% dos desastres climáticos nos últimos 19 anos, os episódios de enchentes somaram 44%, afetando 1,6 bilhão de pessoas.

Durante a apresentação na COP26, a Coalizão também argumentou que 3,6 bilhões de pessoas em todo o mundo já enfrentam dificuldade para ter acesso à água pelo menos um mês por ano, e o número deve ultrapassar os cinco bilhões até 2050. Para o grupo, uma das ações necessárias é aumentar o investimento na produção de dados e informações sobre a disponibilidade atual e futura de abastecimento.

Legenda: Furacão Lota causou destruição e alagamentos na Nicarágua, deixando milhares de pessoas desabrigadas
Foto: © Inti Ocon/UNICEV/AFP-Serviços

Um grupo de líderes mundiais em conjunto com 11 agências da ONU, fez um pedido público e urgente nesta terça-feira (2), para que as ações para o clima e para a água sejam integradas. O alerta aconteceu durante a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP26), em Glasgow, Escócia.

O grupo, batizado de Coalizão pela Água e Clima (WCC, na sigla em inglês) defende que o abastecimento do recurso está em risco, diante do aumento da população global e da degradação ambiental. Para a coalizão, a mudança climática está exacerbando tanto a escassez quanto outros riscos relacionados à água, como as enchentes. 

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência das Nações Unidas que lidera o grupo,  estima que enquanto a seca causou 29% dos desastres climáticos nos últimos 19 anos, os episódios de enchentes somaram 44%, afetando 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo. 

 Escassez - Atualmente, 3,6 bilhões de pessoas em todo o mundo enfrentam dificuldade para ter acesso à água pelo menos um mês por ano, e o número deve ultrapassar os cinco bilhões até 2050, segundo os dados apresentados pelo grupo, na conferência.

“O aumento das temperaturas está resultando em mudanças globais e regionais de precipitação, levando a mudanças nos padrões de chuvas e nas estações agrícolas, com um grande impacto na segurança alimentar e na saúde e bem-estar humanos”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.

“No ano passado assistimos a continuidade de eventos extremos relacionados à água, que mataram centenas, deslocaram milhares e afetaram milhões”, acrescentou.

Dados - Os líderes do WCC estão chamando atenção para a necessidade de uma gestão integrada da água e do clima, com foco no aumento de dados e informações que ajudem a determinar com precisão quando, onde e quanta água está disponível hoje e no futuro.

Apenas 0,5% da água na Terra é doce e pode ser usada como potável. No entanto, o estoque de água terrestre - um termo para descrever toda a água subterrânea e na superfície do planeta, incluindo umidade do solo, neve e gelo - vem caindo um centímetro a cada ano, nas últimas duas décadas.

“Sem bons dados, as políticas de clima e água são apenas palavras vazias”, disse o presidente da Hungria, János Áder, membro do painel WCC. “Ação eficaz requer conhecimento, conhecimento requer informação, informação requer dados”, completou.

Mudanças reais - A coalizão WCC é liderada pela OMM e por dez agências da ONU, incluindo a UN Water, instituição que apoia os países na gestão sustentável da infraestrutura de água e saneamento. O grupo dá suporte a integração de ações para água e para o clima, a fim de  acelerar o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A coalizão também é encabeçada pelo painel de líderes da Água e do Clima, cujos 18 membros incluem políticos exercendo mandatos ou não, bem como representantes de alto nível de entidades da ONU, sociedade civil, setor privado e dois enviados especiais da juventude.

Barbara Visser, ministra de Infraestrutura e Gestão da Água da Holanda, enfatizou que a água é a chave para alcançar uma mudança real e os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. “A mudança climática está acontecendo agora e está colocando em risco a paz, a segurança, a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável global”, disse. 

“Vamos ampliar e acelerar as ações no campo da governança, financiamento, dados e informações, capacitação e inovação para virar a maré e garantir um futuro sustentável, sem deixar ninguém para trás.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMM
Organização Mundial de Meteorologia

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