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120 mil máscaras são doadas a centros de assistência social no Maranhão

22 novembro 2021

Famílias atendidas pelos Centros de Referência e Assistência Social (CRAS) de São Luís receberam máscaras de proteção como resposta humanitária a pandemia da COVID-19. A ação reforça a mensagem de que a pandemia não acabou e medidas sanitárias seguem em vigor, bem como a orientação no enfrentamento à doença. 

Ao todo, 120 mil máscaras estão sendo distribuídas às famílias da capital atendidas pelo CRAS e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). As doações são uma parceria entre o UNICEF, Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (SEMCAS) e Fundação Josué Montello e a empresa Cummins.   

Há alguns meses o UNICEF também entregou para crianças e adolescentes da região Kits Conectividade, compostos por um celular smartphone com chip e recarga para 5 meses, acompanhados de um caderno e do livro “Pequeno Manual Antirracista”, de Djamila Ribeiro. O objetivo era auxiliar esses jovens nas rotinas escolares.    

Legenda: Ofélia Silva, chefe do escritório do UNICEF em São Luis, Maranhão, participa da ação de assistência social
Foto: © UNICEF

Crianças e adolescentes de famílias de comunidades em situação de vulnerabilidade social de São Luís, no Maranhão, receberam mais de 4 mil máscaras de proteção contra a COVID-19, distribuídas em 96 pacotes e doadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). As famílias beneficiadas são atendidas no Centro de Referência e Assistência Social (CRAS), do Bairro de Fátima. 

Ao todo, 120 mil máscaras estão sendo distribuídas às famílias da capital atendidas em CRAS e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), tendo em vista a estratégia de enfrentamento à pandemia. As doações são uma parceria entre o UNICEF, Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (SEMCAS) e Fundação Josué Montello e a empresa Cummins. 

A COVID-19 acentuou as dificuldades enfrentadas por grande parte da população, sobretudo a que se encontra nas comunidades mais pobres de São Luís. Para seu Samuel, tio de adolescentes que, como ele, são atendidos no CRAS do bairro há mais de quatro anos, foi muito importante contar com a doação. “Eu acho muito bom, pois a pandemia ainda não acabou. Eu sou doente crônico, convivo com meus três sobrinhos de 13, 16 e 19 anos e vejo essa doação como algo muito importante. Eu utilizo três máscaras por dia, pois às vezes tenho que ir ao hospital, faço caminhadas e, por isso, sempre ando com mais de uma máscara. Nem sempre eu tenho como comprar as máscaras para mim e meus sobrinhos, por isso é muito importante essa doação”, afirma Samuel Cardoso. 

  A estratégia do UNICEF reforça a mensagem de que a COVID-19 não acabou e medidas sanitárias seguem em vigor, bem como a orientação no enfrentamento à doença através de doações de máscaras. 

“É muito importante continuar com a utilização de máscaras, muito mais para aqueles que estão em contextos mais vulneráveis à doença e que, portanto, têm direito a esse apoio das políticas e assistência social. As entregas de hoje reforçam o nosso estímulo para cuidar de si e dos mais vulneráveis que estão em torno das comunidades, fortalecer políticas e programas para o acesso a condições que permitam a higienização das mãos e a produção individual e familiar. Com a parceria na doação das máscaras Cummins destinadas à capital através dos CRAS e CREAS, temos a oportunidade de ter diálogos constantes com as famílias para fortalecer seu conhecimento e capacidades de proteção contra a COVID-19”, pontua a chefe do escritório do UNICEF em São Luís, Ofélia Silva.  

Legenda: A COVID-19 acentuou as dificuldades enfrentadas por grande parte da população, sobretudo a que se encontra nas comunidades mais pobres de São Luís
Foto: © UNICEF

CRAS Coroadinho - Juliana de Jesus da Silva, que é uma adolescente atenta e prestativa, foi uma das beneficiadas que recebeu as máscaras descartáveis da Cummins. Segundo ela, o período de maior agravo da pandemia foi muito difícil, porque sua mãe e pai ficaram gripados e ela teve que ajudar a cuidar de seus três irmãos mais novos. 

“No começo minha mãe ficou gripada e nós não podíamos ter contato com ela, logo em seguida o meu pai também. Tive que cuidar deles dois, mas mantive todos os cuidados. Usava duas máscaras, uma por cima da outra, e meus pais ficavam isolados no quarto. Quando eles saiam do quarto, nós íamos para o quintal, quando eles ficavam no quintal, nós entrávamos em nosso quarto”, lembra a adolescente.       

Juliana mora no bairro do Coroadinho, em São Luís do Maranhão, a região fica localizada na área periférica da cidade. 120 mil máscaras foram destinadas às famílias mais vulneráveis atendidas pelos CRAS e dos CREAS em São Luís, nos bairros prioritários situados nos bairros da Cidade Operária, Cidade Olímpica e Anjo da Guarda. 

A abordagem é focada na garantia de ambientes seguros para crianças, adolescentes e famílias – incluindo, entre outros, escolas, centros de saúde, Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS).   

“As máscaras que recebi pelo UNICEF aqui no CRAS, irei dividir com a minha família e outra parte vamos dar para os nossos coleguinhas que não têm condições de comprar”, conta Juliane. Ela é a filha mais velha de dona Jomeire de Jesus da Silva, dona de casa e moradora do coroadinho há mais de 10 anos. Sua mãe tem ainda mais três filhos, respectivamente com 11, 7 e 5 anos de idade. Durante a pandemia, a situação financeira foi um dos agravantes para conseguirem lidar com o período mais cruel do vírus.   

Nesse período muitas pessoas, incluindo dona Jomeire, acreditavam estar com COVID-19. Embora não tenha se confirmado a doença, ela alega ter cumprido com todos os protocolos de quarentena durante os sintomas. Com as doações das máscaras Cummins essa realidade tende a melhorar.  

“Quando há parcerias no CRAS, é muito importante pra nós. Geralmente pra mim que não trabalho, só o meu esposo que trabalha, fica muito pesado cuidar de quatro crianças. Foi muito complicado no período da pandemia, meu marido foi dispensado da sua função e agora presta outros serviços que dificultaram mais ainda nossas vidas. As doações irão ajudar muito, porque ainda estamos num período de pandemia. Eu, particularmente, quando saio de casa vou de máscara. Às vezes as pessoas debocham, riem porque eu ainda utilizo máscaras. Não é excesso, é cuidado com você, seus filhos e com quem está perto de você. Tudo isso ajuda a passar esse período e voltar aquele momento sem preocupação com o vírus”, sinaliza dona Jomeire.   

Ela reforça ainda que mesmo quem tomou as duas doses da vacina, precisa usar máscara: “às vezes as pessoas acham que porque tomaram as duas doses, não precisam mais usar máscara. Eu já tomei minhas duas doses e, nem por isso, eu deixo de usar máscara. Meus filhos não podem sair com tanta frequência e, quando saem, devem seguir com o distanciamento, uso de máscaras e álcool em gel. Hoje as doações das máscaras são importantes porque irão ajudar a combater o vírus”. 

A esperança de dona Jomeire é que as coisas melhorem com o passar do tempo. “Tenho a esperança de que as coisas melhorem cada dia mais, que tenhamos acompanhamento das instituições, que haja amor ao próximo e que busquemos uma colaboração entre todos durante esse período de pandemia” almeja.     

Junto a esperança que a sua mãe tem, Juliana tem o sonho de terminar seus estudos e seguir com sua carreira profissional: “Eu quero terminar meus estudos já estou no 9º ano e seguir para o ensino médio. Pretendo fazer uma faculdade e, após isso, entrar para o exército ou ser policial, pois quero ajudar as pessoas.”

KIT Conectividade - Não é a primeira vez que Juliana e sua família são beneficiadas com as doações do UNICEF. Há alguns meses ela recebeu um celular smartphone com chip e recarga para 5 meses, acompanhados de um caderno e do livro “Pequeno Manual Antirracista”, da escritora Djamila Ribeiro. Todos esses itens fizeram parte do Kit conectividade do UNICEF. 

O objetivo era assistir adolescentes afrodescendentes da macrorregião da cidade operária que estavam em condições de alta vulnerabilidade social e que precisavam do kit conectividade para auxiliar em suas rotinas escolares, além de ser um aporte na resposta humanitária da COVID-19.    

A adolescente conta como era sua rotina antes de ter o aparelho celular. “Era muito complicado, pois às vezes perdíamos aula por não ter como acompanhar. Somente minha mãe tinha celular. Quando eu recebi o Kit conectividade, tudo mudou e eu pude assistir minhas aulas e ajudar meus irmãos”, disse Juliane.   

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNICEF
Fundo das Nações Unidas para a Infância

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa