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UNAIDS e OPAS pedem eliminação das desigualdades para acabar com a AIDS

03 dezembro 2021

No marco do Dia Mundial de Luta contra a AIDS 2021, celebrado esta semana, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) alertaram que o número de novas infecções pelo HIV não diminuiu em uma década na América Latina.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do UNAIDS, das 2,4 milhões de pessoas vivendo com HIV na América Latina e no Caribe, 81% foram diagnosticadas, 65% recebem tratamento e 60% têm carga viral suprimida.

A OPAS também participou do lançamento, por meio do Ministério da Saúde do Brasil, de uma campanha para conscientizar a população sobre a importância de se prevenir contra o HIV. No Brasil, o tema este ano é “Prevenir é sempre a melhor escolha”.

Legenda: OPAS participa de lançamento de campanha do Dia Mundial de Luta contra a AIDS no Brasil
Foto: © Ministério da Saúde

No marco do Dia Mundial de Luta contra a AIDS 2021, celebrado esta semana, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) alertaram que o número de novas infecções pelo HIV não diminuiu em uma década na América Latina e destacaram a necessidade de se acelerar as ações para alcance da meta de eliminação da AIDS em 2030, após quase dois anos de interrupção causada pela pandemia de COVID-19. O mote da data este ano é “Acabe com as desigualdades. Acabe com a AIDS. Acabe com as pandemias”

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do UNAIDS, das 2,4 milhões de pessoas vivendo com HIV na América Latina e no Caribe, 81% foram diagnosticadas, 65% recebem tratamento e 60% têm carga viral suprimida. Desde 2010, as mortes por AIDS caíram 27% desde 2010 e a porcentagem de pessoas com HIV que tiveram seu diagnóstico tardio caiu de 33% em 2016 para 25% no ano passado.

Em sua mensagem para o Dia, a diretora e representante do UNAIDS no Brasil, Claudia Velasquez, destacou que há quarenta anos foram registrados oficialmente os primeiros casos de AIDS no mundo e que há 25 anos atrás, o foi UNAIDS foi criado para reunir os esforços de 11 agências, fundos e programas das Nações Unidas. O objetivo é promover uma resposta global ao HIV e para que pudéssemos vencer essa pandemia. “Porém, essa pandemia não foi vencida”, constatou a diretora.

Ela afirmou que as mesmas desigualdades que impedem o avanço contra a AIDS são as que impulsionam outras pandemias, como a de COVID-19, e que a “abordagem transformadora de que precisamos para acabar com a AIDS também protegerá o mundo contra futuras pandemias”.

“Sabemos como acabar com a AIDS como ameaça à saúde pública. Sabemos quais são as desigualdades que obstruem o progresso nessa direção e sabemos como enfrentá-las”, ressaltou a chefe do UNAIDS.

A diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, também destacou as desigualdades que impulsionam a epidemia de AIDS. “O HIV não afeta a todos da mesma forma. Existem pessoas com maior risco de se infectarem, que continuam enfrentando o estigma e a discriminação e que não têm acesso aos métodos de prevenção ou cuidados de que precisam, e isso é inaceitável”, declarou.

“Se quisermos acabar com a AIDS, devemos nos concentrar naqueles que correm maior risco, em acelerar a introdução de métodos de diagnóstico e prevenção novos e existentes e em garantir o acesso precoce ao tratamento mais eficaz”, complementou.

Avanços no Brasil - A OPAS participou na quarta-feira (1) do lançamento, pelo Ministério da Saúde do Brasil, de uma campanha para conscientizar a população do país sobre a importância de se prevenir contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da doença AIDS. No Brasil, o tema este ano é “Prevenir é sempre a melhor escolha”.

Durante a pandemia, o Brasil foi um dos países que conseguiu não apenas manter, mas ampliar o tempo de dispensação de medicamentos antirretrovirais de 30 para 60 ou até 90 dias, estratégia fundamental para garantir a manutenção do cuidado das pessoas vivendo com o HIV/AIDS. O Ministério da Saúde do país também enviou aos estados brasileiros e o Distrito Federal mais de 20,8 milhões de testes rápidos de diagnóstico nos anos de 2020 e 2021.

“Desde o início da pandemia, a gente sabia da importância de se expandir o prazo da prescrição de medicamentos para que pacientes imunocomprometidos tivessem sua medicação em casa por mais tempo e não se expusessem nas unidades de saúde”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo de Medeiros.

No Brasil, 694 mil pessoas estão em tratamento para a doença e, em 2021, 45 mil novos pacientes iniciaram a terapia antirretroviral. Com isso, o tratamento já chega a 81% das pessoas diagnosticadas com HIV em todo o país. Desse total, 95% já não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral suprimida, graças ao tratamento gratuito ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. 

“O primeiro país que foi na vanguarda de ter um tratamento disponível para todas as pessoas foi o Brasil. O Brasil abriu a porta para que todos os países e grupos organizados lutassem para ter tratamento”, afirmou a representante da OPAS e da OMS no Brasil, Socorro Gross. Ela lembrou também que a pessoa que vive com o HIV pode não desenvolver a AIDS caso seu diagnóstico seja feito em tempo oportuno e lhe seja dado o tratamento adequado. 

A OPAS colabora com o trabalho desenvolvido no Brasil ao fornecer cooperação técnica em projetos e estratégias para ampliar o acesso a populações-chave e prioritárias, incluindo migrantes e refugiados, e para expandir as ações de prevenção combinada e tratamento contínuo do HIV.

Sobre a infecção - O vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês) tem como alvo o sistema imunológico e enfraquece os sistemas de defesa das pessoas contra infecções e alguns tipos de câncer. Como o vírus destrói e prejudica a função das células imunes, os indivíduos vivendo com o vírus se tornam gradualmente imunodeficientes – o que resulta em um aumento da suscetibilidade a várias infecções e doenças que pessoas com um sistema imune saudável podem combater.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OPAS/OMS
Organização Pan-Americana da Saúde
UNAIDS
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa