Casos e mortes de COVID-19 nas Américas triplicaram em 2021
17 dezembro 2021
2021 foi um ano “sem dúvida pior” para as Américas em relação à pandemia de COVID-19. A constatação foi feita pela diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) em uma coletiva de fim de ano.
No segundo ano da pandemia, as mortes triplicaram no continente. Mais de um terço de todos os casos notificados em todo o mundo e uma em cada quatro mortes ocorreram na região.
Em conjunto, as Américas tiveram um aumento de casos na última semana de quase 19% em relação às semanas anteriores, mas a situação varia entre países.
Desde o início da pandemia, mais de 98 milhões de pessoas no continente desenvolveram COVID-19 e mais de 2,3 milhões morreram em decorrência da doença.
Em comparação com o primeiro ano da pandemia de COVID-19, 2021 foi “sem dúvida pior” para as Américas, onde as infecções e as mortes triplicaram, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), na quarta-feira (15). Carissa Etienne realizou uma coletiva de final do ano, fornecendo uma atualização regional e reflexões sobre a crise.
Um fardo pesado - Desde o início da pandemia, mais de 98 milhões de pessoas nas Américas desenvolveram COVID-19 e mais de 2,3 milhões morreram em decorrência da doença.
Mais de um terço de todos os casos notificados em todo o mundo e uma em cada quatro mortes ocorreram na região.
“E quando comparamos 2020 a 2021, este ano foi, sem dúvida, pior. Vimos o triplo do número de infecções e mortes por COVID neste segundo ano de pandemia do que em 2020"
Carissa F. Etienne, diretora da OPAS
A diretora do escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou que os hospitais ficaram lotados, os estoques de remédios e suprimentos vitais escassearam e os sistemas de saúde "foram postos à prova como nunca antes".
Visão geral regional - Na semana passada, mais de 926.056 novas infecções por COVID-19 foram relatadas nas Américas, um aumento de quase 19% em relação às semanas anteriores.
A América do Norte está experimentando um ressurgimento de casos, ainda que o México viva uma redução nas infecções. Os casos também diminuíram na América Central, exceto no Panamá, onde aumentaram continuamente no último mês.
“Estamos vendo uma mudança na América do Sul”, informou Etienne. Os casos caíram na Bolívia pela primeira vez desde setembro, já no Equador, Paraguai e Uruguai houve um aumento nas infecções. No Brasil e no Peru, os casos permanecem estáveis.
Embora as infecções tenham diminuído em geral no Caribe, Trinidad e Tobago atingiu sua maior contagem de casos semanais, enquanto Santa Lúcia também viu os casos aumentarem 66% na última semana. As Ilhas Cayman relataram uma incidência semanal maior do que qualquer país ou território nas Américas.
Iniquidade vacinal persiste - Embora 2021 tenha sido um “ano preocupante”, as vacinas contra COVID-19 protegeram milhões contra o pior do coronavírus, disse Etienne. Mais de 1,3 bilhão de doses foram administradas na região até o momento.
“Embora a distribuição das vacinas não tenha sido tão rápida quanto gostaríamos, ou tão uniformemente distribuída, hoje 56% das pessoas na América Latina e no Caribe foram totalmente vacinadas contra COVID-19, graças aos esforços dos países e o apoio dos doadores ”, afirmou.
Etienne alertou que a iniquidade da vacina continua a dividir a região. "Se não resolvermos as lacunas gritantes, não conseguiremos controlar o vírus", acrescentou.
Lições aprendida - A chefe da OPAS reforçou que não há nenhuma “fórmula mágica” contra a COVID-19. Ela destacou ainda a necessidade de abraçar novas ferramentas e usá-las com sabedoria.
Vários novos medicamentos promissores estão em estágio final de desenvolvimento e os países devem estar prontos para aproveitá-los assim que forem aprovados, disse.
Etienne também exortou os países a aproveitarem as lições aprendidas durante a pandemia. Isso inclui acatar os conselhos da OMS, especialistas, cientistas e reguladores “cujo trabalho é revisar cuidadosamente a segurança e eficácia dos medicamentos e recomendar quando, onde e como implantá-los”.
Solidariedade e compartilhamento - Os países também devem trabalhar juntos para garantir que as pessoas em todos os lugares possam se beneficiar de qualquer nova terapêutica, uma vez disponível, por meio de acesso oportuno e preços acessíveis.
“Não podemos e não devemos permitir que a história se repita”, enfatizou Etienne ao pedir às nações que colaborem agora para expandir a capacidade de produção, inclusive na região das Américas, “para que os países não permaneçam totalmente dependentes das importações de produtos farmacêuticos”.
Ela sublinhou a importância da solidariedade, outra lição importante da pandemia, que foi o que permitiu que as vacinas fossem desenvolvidas em tempo recorde, as variantes pudessem ser identificadas rapidamente e os países pudessem ajustar as suas respostas com base nas últimas evidências disponíveis.
“Cada vez que trabalhamos juntos, tivemos avanços. Mas quando os países trabalharam isolados, quando as inovações e os recursos não foram compartilhados, criamos espaço para que a pandemia prosperasse. Compartilhar é fundamental para derrotar essa pandemia”, concluiu ela.