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Banco Mundial prevê crescimento econômico global fraco nos próximos dois anos

13 janeiro 2022

O primeiro relatório de Perspectivas Econômicas Globais de 2022 lançado pelo Banco Mundial aponta que o crescimento global vai encolher dos 5,5% registrados em 2021 para 4,1% em 2022 e 3,2% em 2023.

Incertezas da pandemia, como cepas diferentes do coronavírus, e o aumento da inflação, da dívida e da desigualdade de renda são citadas no relatório como motivos da queda no crescimento.

Quando o assunto é produção, o revés é ainda maior em economias frágeis e afetadas por conflitos, cuja produção ficará 7,5% abaixo da tendência pré-pandemia. Para pequenos Estados insulares, será 8,5% menor

Um homem trabalha em uma fábrica de algodão nos arredores de Joanesburgo, na África do Sul
Legenda: A desaceleração notável principais economias do mundo, incluindo os Estados Unidos e a China, terá um impacto na demanda externa de nações emergentes e em desenvolvimento
Foto: © Kris Terauds/UNCTAD

O Banco Mundial divulgou o seu primeiro relatório de 2022 na terça-feira (11), revelando que o crescimento econômico global será mais fraco pelos próximos dois anos, devido às “novas ameaças” das variantes da COVID-19 e aumento da inflação, dívida e desigualdade de renda. O relatório Perspectivas Econômicas Globais, aponta que, embora o crescimento econômico tenha experimentado uma forte recuperação em 2021, espera-se uma queda acentuada, dos 5,5% registrados no ano passado para 4,1% em 2022, e 3,2% em 2023. 

Interrupção e desaceleração - Dada a rápida disseminação da variante Ômicron, a pandemia da COVID-19 continuará a interromper a atividade econômica no curto prazo. Além disso, uma desaceleração notável nas principais economias, incluindo os Estados Unidos e a China, terá um impacto na demanda externa de nações emergentes e em desenvolvimento. 

“A economia mundial está enfrentando simultaneamente a COVID-19, a inflação e a incerteza política, com gastos governamentais e políticas monetárias em território desconhecido. O aumento da desigualdade e os desafios de segurança são particularmente prejudiciais para os países em desenvolvimento”, disse o presidente do Grupo Banco Mundial, David Malpass. 

“Colocar mais países em um caminho de crescimento favorável requer uma ação internacional concertada e um conjunto abrangente de respostas políticas nacionais”, insistiu Malpass. 

O relatório ainda destaca que a desaceleração coincidirá com uma divergência cada vez maior nas taxas de crescimento entre economias avançadas e emergentes ou em desenvolvimento.

Retrocesso em economias frágeis - Até 2023, todas as economias avançadas terão alcançado uma recuperação total da produção, informa o relatório, mas a produção nas economias emergentes e em desenvolvimento permanecerá 4% abaixo de sua tendência pré-pandemia. O revés é ainda maior em economias frágeis e afetadas por conflitos, cuja produção ficará 7,5% abaixo da tendência pré-pandemia. Para pequenos Estados insulares, será 8,5% abaixo. 

Enquanto isso, o aumento da inflação está restringindo a política monetária, com os trabalhadores de baixa renda sendo particularmente atingidos. A inflação está nas taxas mais altas desde 2008, tanto globalmente quanto nas economias avançadas, e atingiu sua taxa mais alta em uma década nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento. 

Priorizar a equidade das vacinas - O relatório contém seções analíticas que descrevem três obstáculos emergentes à recuperação durável nas economias em desenvolvimento. Também inclui perspectivas regionais de crescimento nos próximos dois anos. 

A diretora-gerente de Políticas e Parcerias de Desenvolvimento do Banco Mundial, Mari Pangestu, enfatizou a importância da colaboração multilateral, pois as escolhas que os formuladores de políticas fizerem nos próximos anos decidirão o curso da próxima década. 

“A prioridade imediata deve ser garantir que as vacinas sejam implantadas de forma mais ampla e equitativa para que a pandemia possa ser controlada. Mas enfrentar as reversões no progresso do desenvolvimento, como o aumento da desigualdade, exigirá apoio sustentado”, argumentou.  

“Em um momento de dívida alta, a cooperação global será essencial para ajudar a expandir os recursos financeiros das economias em desenvolvimento para que possam alcançar um desenvolvimento verde, resiliente e inclusivo”, concluiu Pangestu.

 

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