Notícias

Escolas permanecem abertas em 135 países durante onda de Ômicron

25 janeiro 2022

Diferente dos últimos anos, quando as variantes de COVID-19 forçaram centenas de países a suspenderem as aulas presenciais, agora 135 nações estão com o sistema educacional funcionando e apenas 12 países optaram por fechar as escolas e adotar plenamente o ensino à distância.

Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), mesmo diante da Ômicron – cuja capacidade de contágio é ainda mais alta – as escolas puderam permanecer abertas graças às lições aprendidas nos últimos meses. 

O levantamento foi feito como forma de marcar o Dia Internacional da Educação, celebrado em 24 de janeiro.

Para a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, ainda que as escolas não tenham fechado agora, os danos causados pela pandemia foram dramáticos para estudantes e professores. “Se as escolas estão em vias de reabrir, nós também precisamos agir para trazer de volta à escola todas as crianças que se afastaram dela, bem como recuperar as perdas de aprendizagem”.

criança usa máscara na escola
Legenda: Uso de máscaras, lavagem das mãos, ventilação, distanciamento interno e externo, e a suspensão de aulas analisada caso a caso são alguns dos protocolos que países têm utilizado a fim de evitar que todos os estudantes sofram impactos negativos
Foto: © UNICEF

Mesmo com o avanço da altamente contagiosa variante Ômicron, a maioria dos países do mundo (135) conseguiram manter as escolas abertas e funcionando, graças à adoção de protocolos reforçados de saúde e segurança. Em 25 países o ensino presencial foi temporariamente suspenso, estendendo as férias de fim de ano. 

Apenas 12 países optaram por fechar as escolas e adotar plenamente o ensino à distância, em vez do ensino presencial, desde o surto da nova variante. Isso contrasta fortemente com o mesmo período do ano passado, quando as escolas foram fechadas e o ensino ocorria totalmente na modalidade à distância em 40 países.

O levantamento foi feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e divulgado nesta segunda-feira (24), como forma de marcar o Dia Internacional da Educação. A data foi definida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em comemoração ao papel da educação para a paz e o desenvolvimento.

Apesar do ensino não estar suspenso na maioria dos países, a avaliação da UNESCO é que a interrupção contínua da educação nos últimos dois anos ocasionou perdas na aprendizagem e, agora, são necessárias medidas mais ousadas para que tais perdas sejam recuperadas.

Para a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, a educação continua a ser profundamente perturbada pela pandemia, mas, os países estão cientes dos custos dramáticos de manter as escolas fechadas. “A ampliação da vacinação e as lições aprendidas nos últimos dois anos resultaram em um novo modelo fundamentado em protocolos de saúde e segurança escolar”, afirma. 

Azoulay alerta ainda para a evasão escolar ocorrida no período. “Se as escolas estão em vias de reabrir, nós também precisamos agir para trazer de volta à escola todas as crianças que se afastaram dela, bem como recuperar as perdas de aprendizagem. Sem ações corretivas e um foco nos estudantes mais vulneráveis, a pandemia da COVID-19 terá consequências dramáticas de longo prazo”.

Alertas - Dos países pesquisados, 12 – incluindo Brasil, França, Cazaquistão, México, Palestina e Ucrânia – utilizam agora sistemas de monitoramento de alertas que acionam diferentes medidas de acordo com os níveis de infecção, tais como: uso de máscaras, lavagem das mãos, ventilação, distanciamento interno e externo, e a suspensão de aulas analisada caso a caso, a fim de evitar que todos os estudantes da escola sofram impactos negativos. 

Países como Canadá, França, Reino Unido e Itália também implementaram políticas de testes rápidos em massa para a permanência nos ambientes escolares. 

De acordo com a UNESCO, o apoio socioemocional, a assistência aos professores e os recursos financeiros são essenciais para a efetiva implementação desses protocolos. Mais uma vez, a agência pede para que sejam intensificados os esforços para vacinar os professores, porque, em cerca de um em cada três países, eles não foram inseridos em nenhum grupo prioritário.

Retrocessos - Uma pesquisa de larga escala, realizada em 11 países pela UNESCO e pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (International Association for the Evaluation of Educational Achievement – IEA), e divulgada também em comemoração ao Dia Internacional da Educação, relata que mais da metade dos professores afirmaram que os estudantes não avançaram para os níveis esperados, enquanto a maioria dos professores concordou que era difícil fornecer o apoio necessário para os estudantes vulneráveis.

Outro dado revelado pela pesquisa é que mais de 50% dos estudantes disseram estar ansiosos quanto às mudanças em suas escolas.

Direito - Atualmente, 258 milhões de crianças e jovens ainda não frequentam a escola; 617 milhões de crianças e adolescentes não sabem ler e fazer contas básicas; menos de 40% das meninas na África Subsaariana completam o ensino médio e cerca de quatro milhões de crianças e jovens refugiados estão fora da escola.

Desde o início da pandemia, a UNESCO e sua Coalizão Global de Educação, que conta com 175 membros, catalisaram alianças em mais de 100 países para manter a continuidade da aprendizagem. Isso incluiu o estabelecimento de plataformas digitais, a formação de professores com habilidades digitais e o aumento do acesso a conteúdos de ensino à distância.

Um dos exemplos desta ação é a promoção do Dia Internacional da Educação como uma plataforma para mostrar as transformações mais importantes que devem ser desenvolvidas para realizar o direito fundamental de todos à educação e construir um futuro mais sustentável, inclusivo e pacífico. 

“Nestes tempos excepcionais, continuar agindo como de costume não é mais uma opção. Se quisermos transformar o futuro, se quisermos mudar de direção, devemos repensar a educação. Necessitamos reparar as injustiças do passado e orientar a transformação digital acerca da inclusão e da equidade. E precisamos que a educação contribua de forma plena para o desenvolvimento sustentável – por exemplo, ao integrar a educação ambiental em todos os currículos e na formação de professores desta área”, conclui a diretora-geral da Organização.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa