OMS pré-qualifica primeiro anticorpo monoclonal para tratar COVID-19 grave
16 fevereiro 2022
O tocilizumabe, um anticorpo monoclonal, foi adicionado à lista de tratamentos pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para tratar pacientes graves da COVID-19.
Até o momento, seis tratamentos para a doença foram pré-qualificados, incluindo as três versões com frascos de tamanhos diferentes do tocilizumabe. O produto já era autorizado principalmente para o tratamento da artrite em cerca de 120 países.
Atualmente, o medicamento é produzido por uma única farmacêutica, sendo caro e escasso em todo o mundo. A expectativa é que a inclusão na listagem abra caminho para que mais empresas busquem a pré-qualificação da OMS, aumentando assim o número de produtos com garantia de qualidade e criando concorrência, o que leva a preços potencialmente mais baixos.
Com o objetivo de aumentar o acesso aos tratamentos recomendados para a COVID-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adicionou na última sexta-feira (11) o tocilizumabe, um anticorpo monoclonal, à sua lista de tratamentos pré-qualificados para tratar o coronavírus. Até o momento, seis tratamentos para a doença foram pré-qualificados pela OMS, incluindo as três apresentações (três frascos, cada um com uma quantidade diferente) do anticorpo.
Os três produtos pré-qualificados são fabricados pela empresa originadora, Roche, mas as listagens devem abrir caminho para que mais empresas busquem a pré-qualificação da OMS, aumentando assim o número de produtos com garantia de qualidade e criando concorrência, o que leva a preços potencialmente mais baixos. A pré-qualificação desses produtos também facilitará a autorização dos países de baixa e média renda como tratamentos para a COVID-19.
O tocilizumabe é um anticorpo monoclonal que inibe o receptor de interleucina-6 (IL-6). A interleucina-6 induz uma resposta inflamatória e é encontrada em níveis elevados em pacientes criticamente doentes com COVID-19.
Até o momento, o produto foi autorizado principalmente para o tratamento da artrite em cerca de 120 países em todo o mundo.
Resultados - O tocilizumabe administrado por via intravenosa demonstrou em estudos clínicos reduzir mortes em certos pacientes com COVID-19 que estão gravemente doentes, que estão se deteriorando rapidamente e têm necessidades crescentes de oxigênio e que têm uma resposta inflamatória significativa. No maior ensaio clínico (RECOVERY), o tocilizumabe também reduziu o tempo de internação dos pacientes.
A OMS recomenda apenas para pacientes diagnosticados com COVID-19 grave ou crítica. Deve ser administrado por profissional de saúde em um ambiente clínico monitorado, juntamente com o padrão atual de atendimento para COVID-19, que inclui oxigênio, corticosteróides e outros medicamentos.
Distribuição - A patente do tocilizumabe expirou para a maioria de seus usos, o que significa que não deve haver barreiras de propriedade intelectual para esse medicamento. No entanto, há baixa disponibilidade global de biossimilares com garantia de qualidade do produto.
Atualmente, o tocilizumabe é caro e escasso em todo o mundo. Os preços da empresa originadora pagos em mercados de baixa renda são altos – supostamente em torno de US$ 500-600 por dose única. Com o aumento da demanda e mais fabricantes entrando no mercado, os preços podem cair.
A OMS e parceiros estão atualmente discutindo preços mais baixos e maior acesso em países de baixa e média renda junto à empresa produtora, Roche.
Pré-qualificação- A pré-qualificação da OMS nasceu da necessidade de garantir o fornecimento de produtos de saúde com qualidade garantida em países de baixa e média renda. Faz isso avaliando a qualidade, segurança e eficácia de uma ampla gama de produtos de saúde para prevenir, diagnosticar e tratar doenças prioritárias.
A pré-qualificação é um serviço vital prestado às Nações Unidas e outros grandes compradores de produtos de saúde. Por exemplo, o Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária, e Gavi, a Vaccine Alliance, compram apenas produtos de saúde pré-qualificados pela OMS. Muitos países usam a lista de produtos pré-qualificados da OMS para suas próprias compras em massa de medicamentos, vacinas, diagnósticos e outros produtos essenciais.