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Agências de alimentação da ONU pedem soluções de adaptação climática que incluam mulheres e meninas

09 março 2022

À medida que os extremos climáticos se tornam mais frequentes e intensos, mulheres e meninas, que correm um risco maior do que homens e meninos de experimentar os efeitos devastadores da crise climática, incluindo a insegurança alimentar, precisam estar na frente e no centro ao planejar e implementar soluções de adaptação às mudanças climáticas, destacaram as três agências de alimentação das Nações Unidas no evento conjunto do Dia Internacional da Mulher nesta terça-feira (8).

Organizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP), o evento reconheceu a contribuição de mulheres e meninas ao redor do mundo que desempenham um papel crucial na adaptação e mitigação das mudanças climáticas. Também destacou a necessidade de uma participação significativa das mulheres nos processos de tomada de decisão relacionados à resiliência e à adaptação climática. 

Legenda: Agricultora em Mbaiki, na República Centro-Africana
Foto: © FAO/Riccardo Gangale

À medida que os extremos climáticos se tornam mais frequentes e intensos, mulheres e meninas, que correm um risco maior do que homens e meninos de experimentar os efeitos devastadores da crise climática, incluindo a insegurança alimentar, precisam estar na frente e no centro ao planejar e implementar soluções de adaptação às mudanças climáticas, destacaram as três agências de alimentação das Nações Unidas no evento conjunto do Dia Internacional da Mulher nesta terça-feira (8).

Organizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP), o evento reconheceu a contribuição de mulheres e meninas ao redor do mundo que desempenham um papel crucial na adaptação e mitigação das mudanças climáticas. Também destacou a necessidade de uma participação significativa das mulheres nos processos de tomada de decisão relacionados à resiliência e à adaptação climática. 

A dependência desproporcional de mulheres e meninas a trabalhos sensíveis ao clima, como a agricultura, e seu acesso limitado a recursos econômicos e de produção, serviços e informações, aumenta sua suscetibilidade aos impactos devastadores de ciclones, enchentes e secas, que por sua vez afetam seus meios de subsistência e segurança alimentar. 

Globalmente, 80% das pessoas deslocadas devido a desastres relacionados ao clima são mulheres. Quando casas são destruídas por choques climáticos, como furacões, ciclones e terremotos, mulheres e meninas são forçadas a fugir para campos de refugiados, onde são frequentemente expostas à uma violência crescente. 

“Para ter um impacto significativo e duradouro, mulheres e meninas não podem ficar de fora – elas devem estar no centro das soluções e na mesa de para ajudar a desenvolver essas soluções”, disse Maria Helena Semedo,  vice-diretora geral da FAO e presidente do Comitê Feminino da FAO, no encerramento do evento. 

A FAO apoia os países a desenvolverem políticas climáticas sensíveis ao gênero e ações na agricultura, silvicultura, pesca e pecuária. Um programa especialmente elaborado que visa fortalecer a liderança e as habilidades de negociação das mulheres, para que elas possam se tornar negociadoras das mudanças climáticas. 

A FAO também promove ações parlamentares para orçamentos de gênero direcionados e investimentos em sistemas agroalimentares no contexto das mudanças climáticas e da resposta à COVID-19. Também ajuda os Membros a adotar boas práticas sensíveis ao gênero para apoiar a agricultura inteligente ao clima e é uma agência líder de implementação do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e do Fundo Verde do Clima (GCF)

“Os 1,7 bilhão de mulheres e meninas que vivem nas áreas rurais do mundo são muito mais propensas a serem afetadas por choques e conflitos climáticos – por uma ordem de magnitude. No entanto, são elas que contribuem desproporcionalmente para a resiliência a longo prazo de nossas comunidades, nutrição e meios de subsistência. O FIDA está trabalhando com mulheres rurais para fortalecer a adaptação às mudanças climáticas nas áreas rurais e preservar os recursos naturais dos quais todos dependemos”, disse Jyotsna Puri, vice-presidente associada do FIDA. “Com o tipo certo de investimentos e reconhecimento, eles podem ajudar a construir um futuro melhor para todos nós.” 

Por meio de seu Programa de Adaptação à Agricultura de Pequenos Produtores (ASAP), o FIDA prioriza o empoderamento das mulheres, promovendo a participação das mulheres no planejamento comunitário e na tomada de decisões sobre adaptação e garante às mulheres acesso a treinamentos e equipamentos, como irrigação por gotejamento e bombas solares. Na Gâmbia, por exemplo, através do acesso a sistemas adequados de gestão da água e treinamentos em fertilização e transplante de solo, as mulheres diversificaram e aumentaram a produção de alimentos, ganharam rendas mais altas e fortaleceram a resiliência de suas comunidades às mudanças climáticas. 

“Comunidades vulneráveis, incluindo mulheres e meninas na linha de frente da crise climática, precisam de apoio urgente para se adaptar e construir resiliência, disse a diretora executiva assistente do WFP, Valerie Guarnieri. “O WFP fornece soluções climáticas que capacitam as mulheres com acesso a informações de alerta antecipado e financiamento baseado em previsões antes de um desastre e treina mulheres para práticas agrícolas resilientes ao clima.” 

Na Guatemala, onde secas frequentes e intensas, bem como chuvas excessivas, enchentes severas e deslizamentos de terra levaram à insegurança alimentar crônica nos últimos anos, o WFP lançou um seguro paramétrico que oferece às mulheres pequenas agricultoras e empreendedoras, uma cobertura contra secas e excesso de chuva para proteger seus meios de subsistência em caso de choque climático. O seguro garante pagamentos de até US$ 300 e garante que elas sejam capazes de atender às suas necessidades básicas mesmo diante de um desastre. O projeto tem como alvo as mulheres indígenas da comunidade, observando suas vulnerabilidades particulares. 

As mulheres têm sido severamente sub-representadas em importantes processos de tomada de decisão sobre soluções para as mudanças climáticas. A falta de representação justa das mulheres nos quadros de adaptação às mudanças climáticas, resulta na criação de soluções que não respondem com precisão às diferentes necessidades dos diversos grupos de pessoas afetadas pelas ameaças das mudanças climáticas.  

O empoderamento das mulheres para garantir sua plena participação nas decisões e estruturas de adaptação às mudanças climáticas é crucial para alcançar um mundo mais sustentável.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

FAO
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
FIDA
Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola
WFP
Programa Mundial de Alimentos

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa