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Um terço do mundo continua totalmente não vacinado contra a COVID, diz chefe da OMS

31 março 2022

Um terço da população mundial ainda não recebeu uma única dose da vacina contra a COVID-19, incluindo chocantes 83% de todos os africanos, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta quarta-feira (30).

“Isso não é aceitável para mim e não deve ser aceitável para ninguém. Se os ricos do mundo estão desfrutando dos benefícios da alta cobertura vacinal, por que os pobres não podem desfrutar também? Algumas vidas valem mais do que outras?”, disse o diretor geral da OMS.

Tedros anunciou que, para enfrentar ameaças futuras em pé de igualdade com o vírus - que já tirou mais de seis milhões de vidas e infectou mais de 483 milhões de pessoas -, a OMS está lançando uma nova estratégia para ampliar a vigilância genômica para patógenos mortais com “potencial epidêmico e pandêmico”.

 

Mulher com máscara facial em Rajasthan, Índia.
Legenda: Mulher com máscara facial em Rajasthan, Índia.
Foto: © Vinay Panjwani/UNICEF

Um terço da população mundial ainda não recebeu uma única dose da vacina contra a COVID-19, incluindo chocantes 83% de todos os africanos, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta quarta-feira (30).

“Isso não é aceitável para mim e não deve ser aceitável para ninguém. Se os ricos do mundo estão desfrutando dos benefícios da alta cobertura vacinal, por que os pobres não podem desfrutar também? Algumas vidas valem mais do que outras?”, disse o diretor-geral da OMS.

Tedros anunciou que, para enfrentar ameaças futuras em pé de igualdade com o vírus - que já tirou mais de seis milhões de vidas e infectou mais de 483 milhões de pessoas -, a OMS está lançando uma nova estratégia para ampliar a vigilância genômica para patógenos mortais com “potencial epidêmico e pandêmico”.

Ele também apresentou o Plano Estratégico de Preparação e Resposta para a COVID-19 atualizado.

“Este é o nosso terceiro plano estratégico para a COVID-19 e pode e deve ser o nosso último”, disse o chefe da OMS, apresentando três cenários possíveis de como a pandemia poderá evoluir este ano.

Tedros explicou que o cenário mais provável é que o vírus continue a evoluir, mas a gravidade da doença que ele causa reduzirá com o tempo, à medida em que a imunidade aumentar devido à vacinação e à infecção.

“Picos periódicos de casos e mortes podem ocorrer à medida que a imunidade diminui, o que pode exigir reforço periódico para as populações vulneráveis. Na melhor das hipóteses, podemos ver surgir variantes menos graves e não serão necessários reforços ou novas formulações de vacinas”, explicou o diretor-geral da OMS.

Na pior das hipóteses, segundo ele, uma variante mais virulenta e altamente transmissível pode surgir, mais cedo ou mais tarde, e contra essa nova ameaça, a proteção das pessoas contra doenças graves e morte, por vacinação ou infecção prévia, “vai diminuir rapidamente”.

“Enfrentar essa situação exigiria alterar significativamente as vacinas atuais e garantir que elas cheguem às pessoas mais vulneráveis ​​a doenças graves”, explicou Tedros.

O chefe da OMS apresentou cinco áreas estratégicas que os governos precisam se concentrar e investir:

• Vigilância, laboratórios e inteligência em saúde pública;

• Vacinação, saúde pública e medidas sociais e comunidades engajadas;

• Cuidados clínicos para COVID-19 e sistemas de saúde resilientes;

• Pesquisa & Desenvolvimento e acesso equitativo a ferramentas e suprimentos;

• E, finalmente, a coordenação, uma fez que a resposta passa do modo de emergência para o gerenciamento de doenças respiratórias de longo prazo.

“Temos todas as ferramentas necessárias para controlar essa pandemia: podemos impedir a transmissão com máscaras, distanciamento, higiene das mãos e ventilação; e podemos salvar vidas garantindo que todos tenham acesso a testes, tratamentos e vacinas”.

A vacinação equitativa continua sendo a ferramenta mais poderosa à disposição do mundo para salvar vidas, lembrou Tedros.

Esforçar-se para vacinar 70% da população de todos os países continua sendo essencial para controlar a pandemia, com prioridade para profissionais de saúde, idosos e outros grupos de risco.

Outras crises - Mais de 24 milhões de pessoas precisarão de assistência humanitária este ano no Afeganistão, disse Tedros. Eles enfrentam deslocamento, seca, insegurança alimentar e desnutrição, COVID-19 e muitos outros desafios de saúde.

Mulheres e meninas estão especialmente em risco, acrescentou, devido à falta de acesso a serviços de saúde e à falta de acesso à educação, descrevendo como “muito preocupante” o fracasso da semana passada da não abertura de escolas de ensino fundamental e médio para meninas.

Tedros também mencionou as milhões de pessoas cujas vidas e cuidados básicos de saúde estão em risco, devido ao violento conflito no norte da Etiópia. Ele saudou a declaração da semana passada de uma trégua humanitária na região - entre os líderes Tigray e as forças do governo, a fim de permitir ajuda vital – dizendo esperar que isso leve à rápida restauração dos serviços públicos, incluindo eletricidade, telecomunicações, bancos e saúde.

“No entanto, uma semana se passou desde que a trégua foi anunciada e nenhuma comida chegou em Tigray ainda”, disse ele. “Cada hora faz diferença quando as pessoas estão morrendo de fome. Nenhum alimento chegou a Tigray desde meados de dezembro e quase nenhum combustível foi entregue desde agosto do ano passado”, explicou o chefe da OMS.

“O cerco de seis milhões de pessoas em Tigray pelas forças eritreias e etíopes por mais de 500 dias é um dos mais longos da história moderna. Sustentar a resposta da OMS a todas essas emergências, da pandemia da COVID-19 à Ucrânia, Afeganistão, Etiópia e muito mais, requer a generosidade dos doadores”, concluiu o diretor-geral da OMS.

Com relação ao Apelo de Emergência de Saúde Global da OMS para 2022, Tedros disse que 2,7 bilhões de dólares são necessários “para salvar vidas e aliviar o sofrimento em todo o mundo”.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

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