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ONU fará diagnóstico inédito sobre condições de trabalho de mulheres costureiras no Brasil

18 abril 2022

O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo e a ONU Mulheres, está conduzindo um estudo inédito sobre as condições de trabalho de mulheres na cadeia de moda.

O projeto busca fazer um raio-X detalhado sobre as condições de trabalho das costureiras, incluindo uma ampla revisão bibliográfica, entrevista com lideranças do setor e mapeamento de atores envolvidos, como o próprio  MPT, os sindicatos e empresas de confecção.

O diagnóstico irá cobrir os seguintes assuntos: cadeia produtiva, terceirização e subcontratação; informalização; condições de trabalho; trabalho doméstico e de cuidado; trabalho infantil, forçado e em condições análogas à escravidão; migração e tráfico de pessoas.

detalhe corte e costura
Legenda: Estima-se que 87% dos 1,3 milhão de profissionais que atuam com costura no Brasil são do sexo feminino
Foto: © Riccardo Scauri/Unsplash

Todo mundo conhece aquela costureira de confiança, que ajuda na hora do aperto - e, algumas vezes, faz peças com um caimento sem igual. É muito comum vermos as mulheres ocupadas na cadeia da moda, seja nas plantações de matéria-prima, trabalhando no varejo, como costureiras e artesãs. Mas quem são, de fato, essas mulheres? Como são suas condições de vida, trabalho e acesso a recursos tecnológicos?  Essas e outras perguntas serão respondidas por meio de um diagnóstico inédito, que está sendo conduzido pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo.

O projeto busca fazer um raio-X detalhado sobre as condições de trabalho das costureiras, incluindo uma ampla revisão bibliográfica, entrevista com lideranças do setor e mapeamento de atores envolvidos, como o próprio  MPT, os sindicatos e empresas de confecção. 

Na etapa seguinte do projeto, os resultados do diagnóstico serão utilizados para a elaboração de um plano estratégico de empoderamento econômico das mulheres que atuam na cadeia da moda. O plano vai elencar atividades que possam ser realizadas por diferentes organizações e poderá prever compromissos do setor têxtil, sugestão de mudanças na legislação ou fiscalização, apoio para regulamentação das confecções e oferta de capacitações para as mulheres, entre outras ações. 

O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a ONU Mulheres, que acompanha a temática e indicou a importância estratégica do mapeamento. A cadeia produtiva da moda possui enorme relevância social e econômica e emprega milhares de mulheres em todo o país. Dados da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) indicam que 87% dos 1,3 milhão de profissionais que atuam com costura no território são do sexo feminino.

O diagnóstico irá cobrir os seguintes assuntos: cadeia produtiva, terceirização e subcontratação; informalização; condições de trabalho; trabalho doméstico e de cuidado; trabalho infantil, forçado e em condições análogas à escravidão; migração e tráfico de pessoas.

Para a representante adjunta da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, “o diagnóstico contribuirá para informar onde estamos e quais são as necessidades mais prementes das mulheres que atuam na cadeia da moda”. “São desafios complexos e que demandam, além de informações confiáveis, a atuação conjunta de parceiros de áreas distintas. Assim, iniciamos mais uma ação conjunta com o UNOPS no Brasil, em linha com o Memorando de Entendimento assinado entre as duas instituições em 2019 e que nasce com chances concretas de promover mudanças transformadoras nas vidas das mulheres em sua diversidade. Esperamos seguir implementando as ações resultantes do diagnóstico em parceria não só com UNOPS e com o MPT, mas também engajando empresas da cadeia têxtil signatárias dos Princípios de Empoderamento das Mulheres”, afirmou. 

A diretora e representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela, destaca a importância da parceria com o MPT nesta frente. “Trabalhamos para fortalecer a atuação do Ministério Público do Trabalho, aplicando recursos oriundos da fiscalização da legislação trabalhista. Com esta iniciativa, vamos compreender melhor as necessidades dessas profissionais, para então desenvolver mecanismos que as empoderem e aumentem ainda mais sua autonomia econômico financeira”, aponta.

O diagnóstico será feito ainda neste semestre, com previsão de divulgação de resultados até agosto.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNOPS
Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa