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Cartazes sobre audiência de custódia são traduzidos para línguas indígenas

29 abril 2022

Oito cartazes sobre audiências de custódia foram traduzidos para as línguas Nheengatu, Baniwa e Tukano como parte do programa Fazendo Justiça. 

A iniciativa é fruto da parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), além de contar como apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Os cartazes abordam temas como direitos das pessoas presas, medidas cautelares, monitoração eletrônica, trabalho, renda e educação, saúde, moradia e benefícios socioassistenciais e prevenção a maus-tratos e a violência.

Legenda: Cartazes sobre audiência de custódia nas línguas Nheengatu, Baniwa e Tukano entregues pelo UNODC em São Gabriel da Cachoeira
Foto: © UNODC

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) está divulgando um material informativo sobre audiência de custódia nas línguas Nheengatu, Baniwa e Tukano.  Oito cartazes foram traduzidos em parceria com a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) e com o Instituto Socioambiental (ISA) a partir das versões em português lançadas em 2021. A ampliação da tradução para outras línguas já está em debate.

Além de informações sobre os passos desde o momento da prisão até a audiência de custódia, os cartazes abordam temas como direitos das pessoas presas, medidas cautelares, monitoração eletrônica, trabalho, renda e educação, saúde, moradia e benefícios socioassistenciais e prevenção a maus-tratos e a violência. 

A ação de qualificação e expansão das audiências de custódia integra o programa Fazendo Justiça, fruto da parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP/DEPEN), para incidir em desafios no campo da privação de liberdade. O programa tem a parceria do UNODC no fortalecimento das audiências de custódia em quase todos os estados. Desde 2015, quando foram iniciadas no Brasil, o CNJ contabiliza pelo menos 900 mil audiências de custódia realizadas no país.

Construindo pontes- Segundo dados mais recentes do Departamento Penitenciário Nacional, o Brasil tem cerca de 670 mil pessoas privadas de liberdade, sendo 3,1 mil pessoas indígenas. No entanto, em regiões com população predominantemente indígena a barreira linguística foi identificada como uma das maiores dificuldades para a promoção dos direitos de pessoas custodiadas.

“Eliminar barreiras linguísticas aos povos indígenas vai além do respeito à diversidade, representando um necessário alinhamento a normativas nacionais e internacionais para que essas brasileiras e esses brasileiros conheçam os seus direitos”, explica o supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ, conselheiro Mauro Martins.

Em 2019, o CNJ aprovou a Resolução n. 287/2019 sobre pessoas indígenas acusadas, rés, condenadas ou privadas de liberdade que, entre outras coisas, aborda a necessidade de intérpretes em diferentes etapas processuais.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

PNUD
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
UNODC
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa