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Relatório revela que a proteção social ajuda a reduzir o trabalho infantil

19 maio 2022

A proteção social reduz a pobreza e a vulnerabilidade das famílias, diminuindo assim as principais causas do trabalho infantil, de acordo com um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

O relatório intitulado "O papel da proteção social na eliminação do trabalho infantil: Revisão de evidências e implicações políticas” apresenta evidências de vários estudos realizados desde 2010, que mostram como a proteção social - ao ajudar as famílias a lidar com choques econômicos ou de saúde - reduz o trabalho infantil e facilita a escolarização .

No entanto, muito pouco progresso foi feito para garantir que todas as crianças usufruam de proteção social, diz o estudo. Em todo o mundo, 73,6%, ou cerca de 1,5 bilhão de crianças de 0 a 14 anos, não recebem benefícios para famílias ou crianças em espécie. Essa grande lacuna de proteção deve ser fechada e de forma rápida, destaca o relatório.

Relatório da OIT e do UNICEF pede a redução da lacuna na cobertura da proteção social, uma vez que 1,5 bilhão de crianças ainda não contam com o apoio de benefícios em espécie para crianças ou famílias.
Legenda: Relatório da OIT e do UNICEF pede a redução da lacuna na cobertura da proteção social, uma vez que 1,5 bilhão de crianças ainda não contam com o apoio de benefícios em espécie para crianças ou famílias.
Foto: © Marcello Casal/Agência Brasil

A proteção social reduz a pobreza e a vulnerabilidade das famílias, diminuindo assim as principais causas do trabalho infantil, de acordo com um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).



O relatório intitulado "O papel da proteção social na eliminação do trabalho infantil: Revisão de evidências e implicações políticas” (“The role of social protection in the elimination of child labour: Evidence review and policy implications") apresenta evidências de vários estudos realizados desde 2010, que mostram como a proteção social - ao ajudar as famílias a lidar com choques econômicos ou de saúde - reduz o trabalho infantil e facilita a escolarização .



No entanto, muito pouco progresso foi feito para garantir que todas as crianças usufruam de proteção social, diz o estudo. Em todo o mundo, 73,6%, ou cerca de 1,5 bilhão de crianças de 0 a 14 anos, não recebem benefícios para famílias ou crianças em espécie. Essa grande lacuna de proteção deve ser fechada e de forma rápida, destaca o relatório.



“Há muitas razões para investir na proteção social universal, mas a eliminação do trabalho infantil deve ser uma das mais convincentes, dado seu impacto pernicioso sobre os direitos e o bem-estar das crianças”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.



Os governos dispõem uma série de políticas que podem implementar para promover a proteção social. Se os formuladores de políticas não agirem de forma decisiva, a pandemia da COVID-19, o conflito em andamento, o aumento da pobreza e as mudanças climáticas só aumentarão a prevalência do trabalho infantil, diz o estudo.



Mais de 160 milhões de crianças em todo o mundo  – 1 em cada 10 crianças de 5 a 17 anos – ainda estão em situação de trabalho infantil, e o progresso estagnou desde 2016. Essas tendências estavam presentes mesmo antes da crise da COVID-19. Estima-se que sem estratégias de mitigação, o número de crianças em situação trabalho infantil poderia aumentar em 8,9 milhões até o final de 2022, devido à maior pobreza e maior vulnerabilidade.

Para fortalecer os sistemas de proteção social para a prevenção e eliminação do trabalho infantil, o relatório faz uma série de recomendações:

  • Fechar a lacuna de cobertura de proteção social para crianças. Isso significa priorizar os benefícios para as crianças, bem como estender a proteção social aos dois bilhões de trabalhadores e trabalhadoras da economia informal, apoiando assim sua transição da economia informal para a formal.
  • Construir sistemas integrados de proteção social. A redução do trabalho infantil será mais fácil se os países tiverem um sistema de proteção social que proporcione benefícios adequados ao longo do ciclo de vida, desde benefícios para crianças e famílias, até pensões e subsídios maternidade e desemprego, bem como proteção à saúde.
  • Garantir que o desenho dos programas de proteção social seja inclusivo e sensível ao trabalho infantil. Isso ajudará a maximizar a redução do trabalho infantil e requer:
    • Implementar benefícios para crianças e famílias que cheguem a todos os lares com crianças, especialmente aqueles em situação de maior vulnerabilidade.
    • Facilitar o recebimento de seus benefícios de proteção social para as pessoas que executam serviços de cuidados de criança, simplificando os procedimentos de registro e fornecendo diferentes mecanismos de pagamento de benefícios
    • Complementar os programas de proteção social com maior investimento em educação universal, básica e de qualidade e em outros serviços sociais vitais para as crianças.
  • Aproveitar o forte compromisso político que já existe para acabar com o trabalho infantil e estabelecer proteção social universal para fortalecer o consenso de ação. A Agenda de Desenvolvimento Sustentável e o forte consenso acordado pela Conferência Internacional do Trabalho em 2021, bem como o resultado da conferência sobre o trabalho infantil de Durban, podem ajudar a coordenar as iniciativas internacionais.
  • Promover o investimento em sistemas de proteção social como motor do desenvolvimento. Quase todos os países têm a possibilidade de mobilizar recursos internos para investir, de forma progressiva, no reforço dos seus sistemas de proteção social para crianças.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OIT
Organização Internacional do Trabalho
UNICEF
Fundo das Nações Unidas para a Infância

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa