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Número de pessoas em necessidade humanitária cresceu 10% em 2022

20 maio 2022

Em coletiva de imprensa na quinta-feira (19), o chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, informou que o número de pessoas que precisam de socorro humanitário no mundo cresceu 10% somente neste ano.

O número agora é de 303 milhões. O valor para alcançar todas essas pessoas com atendimento emergencial também cresceu cerca de cinco bilhões de dólares a mais do que o previsto em dezembro do ano passado. 

A região do Sahel, na África, é uma das mais castigadas. A ONU anunciou, nesta sexta-feira (20), o financiamento adicional no valor de US$ 30 milhões para impulsionar a resposta humanitária em Burkina Faso, Chade, Mali e Níger.

Uma família deslocada senta-se em frente à sua tenda num acampamento informal em Bagoundié, no Mali.
Legenda: Uma família deslocada senta-se em frente à sua tenda num acampamento informal em Bagoundié, no Mali.
Foto: © Michele Cattani/UNOCHA

O chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, afirmou em coletiva de imprensa na última quinta-feira (19),  que o número de pessoas que precisam de ajuda emergencial aumentou cerca de 10% somente em 2022. Cerca de 303 milhões de pessoas que vivem em 69 países precisam de socorro e proteção. Até dezembro do ano passado esse número era 274 milhões.

Falando para repórteres em Genebra, na Suíça, Griffiths descreveu esta estatística como um triste registro do sofrimento humano. “Agora o número de pessoas que pretendemos socorrer por meio de nossos planos de resposta é 202 milhões, quantidade também 10% maior do que havíamos projetado em dezembro”.

Com o crescimento no número de pessoas necessitadas, os valores para financiamento das operações humanitárias também saltaram. O valor estimado subiu de US$ 41 bilhões para US$ 46 bilhões. Até agora, os doadores contribuíram generosamente com quase US$ 6 bilhões para os nossos planos de resposta, conforme registrado pelo nosso serviço de rastreamento.”

África - Nenhuma população está mais necessitada do que os 35 milhões que lutam no Chifre da África, disse Griffiths, repassando detalhes de sua visita ao Quênia na semana passada. “Depois de quatro estações chuvosas fracassadas no Chifre, quatro seguidas, mais de 18 milhões de pessoas na Etiópia, Somália e Quênia estão sendo afetadas pela seca. A maioria está passando fome, sem saber se terá o que comer naquele dia ou não.”

O líder de assuntos humanitários disse que o tempo está se esgotando e que é preciso urgentemente de dinheiro para que vidas sejam salvas, através de investimentos nesta região que possam oferecer métodos alternativos de subsistência durante os próximos meses. 

Na região do Sahel, a situação é igualmente terrível. Griffiths disse que milhões estão beirando o limite da sobrevivência nesta área. Até 18 milhões de pessoas no Sahel enfrentarão grave insegurança alimentar nos próximos três meses, oprimidas pela violência, insegurança, pobreza profunda, falha de serviços básicos e preços recorde de alimentos– impulsionados pelo conflito na Ucrânia. 

“Vi pessoalmente em Lomopus, uma pequena aldeia de 600 famílias, que o aumento dos preços dos alimentos segue uma linha reta até a ausência deles”, disse ele, acrescentando que em Burkina Faso, Chade, Mali e Níger, a situação atingiu níveis alarmantes. Quase 1,7 milhão de pessoas experimentarão níveis emergenciais de insegurança alimentar durante a época de escassez entre junho e agosto, criando “grandes lacunas” no consumo de alimentos e altos níveis de desnutrição aguda e mortes.

Financiamento - A ONU anunciou, nesta sexta-feira (20), o financiamento adicional no valor de US$ 30 milhões de seu Fundo Central de Resposta de Emergência (CERF, em inglês) para impulsionar a resposta humanitária nos quatro países: US$ 6 milhões para Burkina Faso e US$ 8 milhões para Chade, Mali e Níger.

O CERF é um mecanismo através do qual os doadores reúnem suas contribuições antecipadamente, permitindo que as agências humanitárias forneçam assistência inicial quando ocorrem crises, enquanto aguardam a chegada de financiamento adicional. 

Esta última contribuição eleva para quase 95 milhões de dólares o montante de financiamento canalizado através do CERF para o Sahel desde o início do ano. Outras alocações recentes foram feitas para a Mauritânia no valor de US$ 4 milhões e Nigéria, US$ 15 milhões.

"Não há tempo a perder", disse Griffiths. “Vidas estão em jogo. Essa injeção de dinheiro ajudará as agências locais a aumentarem a resposta de emergência para ajudar a evitar uma catástrofe”.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OCHA
Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa