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UNAIDS: Estigmatização de varíola dos macacos põe em risco saúde pública

24 maio 2022

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) expressou preocupação sobre algumas reportagens e comentários públicos relacionados à varíola dos macacos, as quais têm usado linguagem e imagens, particularmente de pessoas da comunidade LGBTQIA+ e de pessoas provenientes do continente africano, que reforçam estereótipos homofóbicos e racistas e acentuam o estigma.

As lições da resposta à pandemia de AIDS mostram que o estigma e a culpabilização dirigidos a certos grupos de pessoas podem rapidamente minar a resposta a surtos.

Desde 13 de maio de 2022, um surto de varíola dos macacos foi relatado em vários Estados-membros da ONU, ondes casos não haviam sido reportados até então. Neste sábado (21), a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu relatos de 92 casos confirmados em laboratório e 28 casos suspeitos.

O UNAIDS estimula a mídia, governos e comunidades a responderem a este surto a partir de uma abordagem baseada em direitos e em evidências, e que evitem o estigma.

Desde 13 de maio de 2022, casos de varíola dos macacos foram relatados à OMS.
Legenda: Desde 13 de maio de 2022, casos de varíola dos macacos foram relatados à OMS.
Foto: © Cynthia S. Goldsmith/CDC

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) expressou preocupação sobre algumas reportagens e comentários públicos relacionados à varíola dos macacos, as quais têm usado linguagem e imagens, particularmente de pessoas da comunidade LGBTQIA+ e de pessoas provenientes do continente africano, que reforçam estereótipos homofóbicos e racistas e acentuam o estigma. As lições da resposta à pandemia de AIDS mostram que o estigma e a culpabilização dirigidos a certos grupos de pessoas podem rapidamente minar a resposta a surtos.

Desde 13 de maio de 2022, um surto de varíola dos macacos tem sido relatado em vários Estados-membros da ONU, ondes casos não haviam sido reportados até então. Desde 21 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu relatos de 92 casos confirmados em laboratório e 28 casos suspeitos em 12 Estados-membros onde a doença não é endêmica. Pesquisas mais detalhadas sobre o surto estão em andamento. A OMS observa que as evidências disponíveis sugerem que as pessoas que estão mais em risco são aquelas que tiveram contato físico próximo com alguém com varíola dos macacos, e que este risco não está limitado a Homens que fazem Sexo com Homens (HSH).

O UNAIDS estimula a mídia, governos e comunidades a responderem a este surto a partir de uma abordagem baseada em direitos e em evidências, e que evitem o estigma.

“Estigma e culpabilização minam a confiança e a capacidade de prover uma resposta efetiva a surtos como este”, explicou o diretor-executivo adjunto do UNAIDS a.i, Matthew Kavanagh. “A experiência mostra que a retórica estigmatizante pode rapidamente enfraquecer a resposta baseada em evidências, gerando medo, afastando as pessoas dos serviços de saúde, impedindo os esforços para identificar casos e encorajando medidas punitivas ineficazes. Nós reconhecemos o esforço da comunidade LGBTQIA+ de liderar o caminho da conscientização – e reiteramos que esta doença pode afetar qualquer pessoa”.

O surto da varíola dos macacos demonstra que as comunidades continuarão a enfrentar ameaças de surtos ou pandemias causadas por vírus. A coordenação e solidariedade internacional são essenciais para a saúde pública, pois os vírus só podem ser superados globalmente.

“Este surto destaca a necessidade urgente de as lideranças fortalecerem a prevenção da pandemia, incluindo o fortalecimento da capacidade de resposta liderada pelas comunidades e uma infraestrutura de direitos humanos que apoiem respostas eficazes e não estigmatizantes aos surtos”, destacou o diretor adjunto do UNAIDS. “O estigma prejudica a todas as pessoas. A ciência compartilhada e a solidariedade social, por outro lado, ajudam a todos”.

O UNAIDS incentiva toda a mídia que cobre a varíola dos macacos a seguir as atualizações regulares que estão sendo emitidas pela OMS.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNAIDS
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA
OMS
Organização Mundial da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa