ONU e ACT lançam concurso de fotografia no Dia Mundial Sem Tabaco

Que o tabagismo causa danos à saúde - de quem fuma e de quem convive com fumantes - já se sabe, mas o impacto ambiental do tabaco é menos conhecido e inclui desmatamento, contaminação e poluição plástica.

Para estimular a conscientização sobre este assunto, e em linha com o tema deste Dia Mundial Sem Tabaco de 2022, celebrado em 31 de março, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em parceria com a ACT Promoção da Saúde e apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Vital Strategies, lançaram um concurso cultural de fotografias sobre os prejuízos do tabagismo ao planeta.

Intitulado “Bituca é plástico: Impacto ambiental do tabaco e poluição plástica”, a ação visa promover o tema por meio de seleção de fotografias que representem aspectos associados ao impacto ambiental do tabaco e poluição. São previstas premiações para categorias de jovens e adultos, inclusive com participação em uma exposição que deverá acontecer durante a Virada ODS, evento programado para julho, em São Paulo.

"Reduzir a demanda por tabaco é um ponto fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – mesmo aqueles não ligados à saúde humana. Nesse ano de 2022, a campanha do Dia Mundial Sem Tabaco apela a governos e formuladores de políticas públicas a fortalecer medidas de controle dessa substância, trazendo perspectivas como a da Responsabilidade Estendida do Produtor, bem como apoiar produtores numa transição para outras culturas menos nocivas à saúde e ao meio ambiente”, afirmou a representante adjunta do PNUMA, Regina Cavini.

O edital com as regras está disponível no site da ACT: https://actbr.org.br/concurso

Impacto Ambiental do Tabaco - O tabaco causa prejuízos à sociedade em toda a sua cadeia produtiva, desde a produção das folhas de fumo, com uso de agrotóxicos e queima de lenha para secagem das folhas, até o descarte, passando pelos danos à saúde em decorrência da exposição e consumo dos produtos.

No cultivo e produção de cigarros: 



O cultivo do tabaco causa prejuízo ao solo porque é geralmente produzido como monocultura, deixando o solo pouco protegido contra o vento e a água.  A queima de resíduos vegetais para o cultivo leva ao desmatamento, e os agrotóxicos e pesticidas usados para o cultivo poluem os cursos d’água e envenenam os peixes.

A cura, processo da extração da água da folha do tabaco por meio da queima de lenha em estufas, também leva ao desmatamento e à escassez de água. Já o processamento e fabricação dos cigarros envolvem o uso de produtos químicos tóxicos e a emissão de gases de efeito estufa, além de gerar resíduos. Na distribuição também são emitidos gases de efeito estufa.

No consumo: 



Os resíduos tóxicos da fumaça do tabaco permanecem no ambiente, e pesquisas indicam que as concentrações de material particulado em áreas fechadas são dez vezes maiores que do escapamento de carros a diesel.

Os cigarros também são a causa mais comum de incêndios acidentais e componentes tóxicos da fumaça de terceira mão, compostos que permanecem no ambiente mesmo após a dissipação da fumaça, impregnados em roupas, tapetes, carpetes e outros objetos, também poluem o ambiente.

No descarte: 



As bitucas são um dos itens mais poluentes do mundo e as embalagens dos produtos de tabaco também resultam em dois milhões de toneladas de resíduos sólidos todos os anos no planeta.

Os filtros são o item mais descartado em todo o mundo - são 4,5 trilhões de bitucas por ano, que correspondem a aproximadamente 766,6 milhões de quilos de lixo tóxico a cada ano. Também são o lixo plástico mais comum nas praias, tornando os ecossistemas marinhos mais suscetíveis a riscos e mortes.

Os microplásticos entram na cadeia alimentar e estão associados a sérios impactos na saúde humana e animal, podendo afetar o desenvolvimento cerebral, taxas de respiração, genética e muito mais, de acordo com a OMS. Mais de 1/3 do lixo de bitucas acaba nos oceanos e 19% a 38% do total de detritos na limpeza dos oceanos são bitucas.

Dados do Centro Global para Boa Governança em Controle do Tabaco (GGTC) indicam que, no Brasil, a poluição marinha custe R$ 1.662 bilhão e a gestão de resíduos, que inclui descarte de embalagens de produtos de tabaco e de bitucas de cigarro, R$ 27.096 milhões, totalizando R$ 1.7 bilhão anuais.

Danos à saúde:



Em todo o planeta, por ano, são oito milhões de mortes associadas ao tabagismo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, de acordo com informações do Instituto de Efectividad Clínica y Sanitária, o custo anual do cigarro é de R$ 93 bilhões, com tratamentos de saúde, mortes e perda de produtividade, sem contar o custo adicional relacionado a cuidados familiares necessários. Em impostos, são recolhidos R$ 13 bilhões apenas.

Sessão Solene na Câmara - Ainda para chamar a atenção para o impacto do tabagismo na saúde e no meio ambiente, e apresentar medidas reconhecidamente eficazes de controle, a ACT e o PNUMA participaram de uma sessão solene, na terça-feira (31), no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados, com participação presencial e virtual e transmissão pelo Youtube da Câmara: https://www.youtube.com/c/CâmaradosDeputadosoficial

A solenidade atendeu a um requerimento do deputado Alexandre Padilha, assinado também por outros parlamentares. Entre os convidados, estavam a diretora-executiva da ACT, Mônica Andreis; a representante adjunta do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Regina Cavini; a representante da Organização Pan-Americana da Saúde, Socorro Gross; o diretor-executivo da Vital Strategies Brasil, Pedro de Paula; e a chefe da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco do Instituto Nacional de Câncer, Andréa Reis.

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

O PNUMA é uma das principais vozes global em questão ambiental. Fornece liderança e incentiva parcerias com foco no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a melhorarem sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.

Para mais informações acesse: https://www.unep.org/pt-br .

Para imprensa, favor entrar em contato com unep-brazil-news@un.org

Sobre Organização Pan-Americana de Saúde

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas e é a agência especializada em saúde do sistema interamericano. Fundada em 1902, é a organização internacional de saúde pública mais antiga do mundo. O organismo internacional oferece cooperação técnica em saúde a seus países membros; combate doenças transmissíveis e doenças crônicas não transmissíveis, bem como suas causas; e fortalece os sistemas de saúde e de resposta ante emergências e desastres.



Mais informações em www.paho.org/pt/brasil/sobre-opasoms-brasil

Sobre a ACT

A ACT Promoção da Saúde é uma organização não governamental que atua, desde 2006, na promoção e defesa de políticas de saúde pública, especialmente nas áreas de controle do tabagismo, alimentação saudável, controle do álcool e atividade física, atuando também, em conjunto com outras organizações, em prol dos direitos humanos e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.



Para saber mais, visite www.actbr.org.br

Sobre a Vital Strategies

A Vital Strategies é uma organização global de saúde que acredita que todas as pessoas devem ser protegidas por um forte sistema de saúde pública. Trabalha com estratégias focadas em evidências e inovação para ajudar a desenvolver e implementar políticas sólidas de saúde pública, gerenciar programas de forma eficiente, fortalecer sistemas de dados, realizar pesquisas e desenvolver campanhas estratégicas de comunicação para mudanças de políticas e comportamentos.



Para saber mais, visite www.vitalstrategies.org ou @VitalStrat.