Notícias

ACNUR celebra 100 dias do maior abrigo indígena da América Latina

20 junho 2022

Inaugurado em março para responder a necessidade humanitária em Boa Vista, o abrigo Waraotuma a Tuaranoko completa 100 dias nesta segunda-feira (20).

Fundado a partir da parceria entre a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Força Tarefa Logística-Humanitária da Operação Acolhida e a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), o local é o maior abrigo para pessoas refugiadas e migrantes de etnias indígenas na América Latina.

A data, que coincide com o Dia Mundial do Refugiado, será celebrada com uma série de eventos para a população abrigada e uma solenidade com a presença de representantes da ACNUR e demais organizações que atuam no local.

 

Família recém realocada de maneira voluntária para abrigo Waraotuma a Tuaranoko.
Legenda: Família recém realocada de maneira voluntária para abrigo Waraotuma a Tuaranoko.
Foto: © Pedro Sibahi/ACNUR.

Maior abrigo para pessoas refugiadas e migrantes de etnias indígenas na América Latina, o Waraotuma a Tuaranoko completa 100 dias nesta segunda-feira (20). Inaugurado em março, para responder a necessidade humanitária em Boa Vista, o local funciona a partir da parceria entre a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Força Tarefa Logística-Humanitária da Operação Acolhida e a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI).

A data será celebrada com uma série de eventos para a população abrigada e uma solenidade com a presença de representantes do ACNUR e demais organizações que atuam no local. As comemorações também coincidem com o Dia Mundial do Refugiado, que neste ano traz a mensagem: “Seja quem for, seja quando for, seja onde for, todas as pessoas têm direito a buscar proteção”.

O abrigo Waraotuma a Tuaranoko foi inaugurado no dia 14 de março, após uma série de consultas conduzidas por meio de assembleias e grupos de trabalho, para comportar a crescente população indígena refugiada e migrante na capital de Roraima. O local possui características que atendem às diversas especificidades da população indígena, como moradias duplas com exaustores para maior circulação de ar, estrutura para redes; cozinhas coletivas com fogões à lenha; área de recreação para crianças, quadras de vôlei e futebol, entre outros.

O processo de realocação envolveu as comunidades indígenas que anteriormente viviam nos abrigos Nova Canaã, Tancredo Neves e Pintolândia. A despeito de diversas intervenções nos últimos anos, os locais já não comportavam mais os povos indígenas refugiados e migrantes com necessidade de proteção em Boa Vista.

Atualmente, a cidade recebe refugiados e migrantes majoritariamente das etnias Warao e Eñepá. O processo foi construído com as lideranças de cada grupo étnico, respeitando sua cultura e costumes. A decisão de mudar-se para o novo abrigo foi voluntária, com grande adesão da população indígena. Em apenas uma semana, já havia 819 indígenas vivendo no novo abrigo, que possui capacidade para 1.440 pessoas. Atualmente, o Waraotuma a Tuaranoko conta com uma população de 1.092 pessoas.

Soluções duradouras - O ACNUR e as organizações parceiras estão em constante contato com a comunidade indígena para o desenvolvimento de soluções que vão além do abrigamento emergencial e temporário, como o alcance da autonomia socioeconômica. Desde a abertura do novo abrigo, em articulação com o Subcomitê Federal de Acolhimento e Interiorização (Sufai), responsável pelos abrigos, diversas iniciativas foram realizadas, como a garantia de transporte escolar por três meses para crianças e responsáveis, para aqueles que ainda não conseguiram a transferência dessas crianças para escolas próximas da nova moradia.

Como forma de solução para longo prazo, foi criado o projeto Narunoko (que significa “caminho” na língua Warao), focado em fornecer suporte por até oito meses a famílias indígenas em sua transição para fora dos abrigos. O projeto contempla diversos componentes, como treinamentos, auxílio em dinheiro, distribuição de itens não alimentares de primeiras necessidades e acompanhamento de proteção, com visitas mensais às famílias participantes.

Outra importante iniciativa foi a ampliação da parceria com A Casa Museu do Objeto Brasileiro, que oferece treinamentos para produção de artesanatos. O crescimento do projeto possibilitou que mais de 60 novos artesãos fossem incluídos no projeto, agora participando de atividades de educação financeira e criação de associações de artesãos com o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados e outros parceiros locais.

Neste dia 20 de junho, o Sufai e a Força-Tarefa Logística Humanitária, logo após a cerimônia que marcará os 100 dias a inauguração do local, irão proporcionar uma palestra oferecida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), sobre conhecimentos básicos para gestão e manutenção de um negócio próprio. Essas atividades têm como objetivo tornar esses beneficiários aptos para o mercado de trabalho, bem como aumentar as chances de interiorização por Vaga de Emprego Sinalizada (VES) nos diversos estados do país.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa