Embaixadora da Bulgária na ONU assume a presidência do ECOSOC

A embaixadora da Bulgária na ONU bateu o martelo como presidente do Conselho Econômico e Social (ECOSOC) pela primeira vez nesta segunda-feira (25) com a promessa de trabalhar sobre a base sólida deixada pela gestão anterior para transformar o mundo em um lugar melhor para as pessoas, de hoje e de amanhã.

Lachezara Stoeva afirmou estar honrada em ter sido eleita para liderar um dos principais órgãos da ONU, ao mesmo tempo em que observou que a próxima sessão será especialmente desafiadora para o mundo.          

Além da recuperação global pós-COVID, ela destacou como desafio a guerra em andamento na Ucrânia, que desencadeou uma enorme insegurança alimentar, escassez de energia e crises financeiras.

A nova chefe do ECOSOC discorreu, então, sobre algumas iniciativas para ajudar a superar estas crises.

Prioridades - Como presidente do ECOSOC, Stoeva disse que a maior prioridade é garantir que o Conselho e o Fórum Político de Alto Nível forneçam orientações políticas sólidas, baseadas em evidências, inovadoras e factíveis para conter os impactos da pandemia nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

Em segundo lugar, ela pretende ajudar a superar a grande divisão financeira que reduziu drasticamente a capacidade de recuperação de muitas nações em desenvolvimento.

Sua terceira prioridade é garantir o avanço dos preparativos para a Cúpula dos ODS, que será realizada em setembro de 2023, revivendo a paixão que caracterizou a elaboração e implementação dos ODS, acordados em 2015.

Em quarto lugar, ela pretende aproveitar o sucesso do Segmento de Assuntos Humanitários deste ano para apoiar e reforçar a ONU e parceiros no enfrentamento a desafios humanitários em todo o mundo.

Como quinta prioridade, a embaixadora pretende acompanhar as recomendações feitas ao ECOSOC no plano de ação Nossa Agenda Comum do secretário-geral, enquanto sua sexta prioridade será fornecer melhor acesso à juventude, sociedade civil e outros.

Sua prioridade final será implementar as recomendações adotadas pela Assembleia Geral em junho de 2021 para reformar o trabalho do ECOSOC e do Fórum Político.

Stoeva assumiu as funções como representante permanente da Bulgária na ONU em fevereiro do ano passado e já atuou como vice-presidente do ECOSOC.

Despedida - Em um discurso emocionado, o ex-presidente do órgão, Collen Vixen Kelapile, declarou que estava profundamente honrado pelo tempo à frente do ECOSOC. Recordando que foi a primeira vez que Botswana ocupou o lugar, ele disse que o mandato foi importante para seu país e para ele pessoalmente. 

Antes de entregar as rédeas para a nova presidente, Kelapile recordou o tema principal do ECOSOC e do Fórum Político neste mês e destacou as oito grandes prioridades de seu mandato, que incluíam equidade vacinal, desigualdades, recuperação pós-conflito e engajamento dos jovens.

Ele também chamou a atenção para as reuniões durante o mandato em torno da crise climática, implementando a Nova Agenda Urbana e apoiando o avanço dos ODS nestes últimos meses de emergências em várias frentes.

“Estou satisfeito que o Conselho tenha adotado uma resolução na última sexta-feira para garantir a implementação dos resultados do Segmento de Atividades Operacionais para o Desenvolvimento”, destacou.

Kelapile informou que em seu mandato o ECOSOC continuou a defender os Países Menos Desenvolvidos, os Países em Desenvolvimento Sem Litoral e os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento  e deu um impulso especial em nome dos países africanos. O embaixador também pediu cooperação internacional fortalecida, solidariedade global e parcerias para que esses países possam superar os desafios de desenvolvimento.

Futuro - Ao passar a presidência para a embaixadora Stoeva, Kelapile desejou sorte na liderança do ECOSOC durante a recuperação da COVID-19 e na implementação da Agenda 2030 na Década de Ação.

Ele agradeceu a todos que o apoiaram e pediu que estendessem o mesmo apoio e cooperação a Stoeva. Por fim, o embaixador enfatizou a necessidade de um trabalho conjunto e intenso para alcançar as metas do conselho. 

“Com menos de oito anos para 2030, está claro que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável devem continuar sendo nossa estrutura orientadora”, afirmou.