Banco Mundial: economia global pode entrar em recessão em 2023
22 setembro 2022
Um novo estudo do Banco Mundial analisa possíveis impactos da inflação, do aumento das taxas de juros e do recuo das principais economias do planeta, alertando para um risco de recessão global no ano que vem.
Economia global sofre a desaceleração mais acentuada desde a década de 70. EUA, China e zona do euro tiveram retração drástica da economia.
Os aumentos nos juros podem deixar a taxa de inflação central global em cerca de 5% em 2023. É quase o dobro da média de cinco anos antes da pandemia, segundo o estudo.
Um novo estudo do Banco Mundial alerta para o risco de uma recessão global em 2023, além de crises que podem causar danos duradouros às economias em desenvolvimento.
O documento vem a público no momento em que a economia global sofre a desaceleração mais acentuada desde a década de 70. As economias dos Estados Unidos, China e da zona do euro, as três maiores do mundo, recuaram drasticamente.
Além disso, em 2022, os bancos centrais de todo o globo estão aumentando as taxas de juros em um grau de sincronicidade inédito nas últimas cinco décadas. A medida tem o objetivo de responder a alta da inflação, que foi impulsionada pela pandemia de COVID-19 e pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, especialmente nos setores de energia e alimentos.
Os aumentos nos juros podem deixar a taxa de inflação central global em cerca de 5% em 2023. É quase o dobro da média de cinco anos antes da pandemia, segundo o estudo.
Para reduzir a inflação global a uma taxa correspondente às suas metas, os bancos centrais podem ter que aumentar as taxas de juros em 2 pontos percentuais adicionais, de acordo com o relatório.
Definição técnica - Caso isso seja acompanhado por estresse no mercado financeiro, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global poderia desacelerar para 0,5% em 2023, ou seja: uma contração de 0,4% em termos per capita, que atenderia à definição técnica de uma recessão global.
De acordo com a publicação, a parcela de países que apertarão as políticas fiscais em 2023 deverá atingir o nível mais alto registrado desde o início da década de 1990.
Por esse motivo, os formuladores de políticas públicas devem estabelecer planos fiscais viáveis no médio prazo e fornecer ajuda direcionada às famílias vulneráveis.
O estudo também recomenda a criação de políticas públicas para trazer os desempregados de volta ao mercado de trabalho, incrementar a oferta global de produtos básicos, reduzir o consumo de energia e fortalecer as redes de comércio global.