Notícias

ACNUR e Aldeias Infantis SOS ampliam parceria para acolher afegãos

27 setembro 2022

Fruto de uma parceria entre a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a organização parceira Aldeias Infantis SOS, o Centro de Acolhida e Integração em Poá, na Grande São Paulo, foi reaberto na última sexta-feira (23).

O local foi adaptado para receber famílias provenientes do Afeganistão e disponibiliza acesso à internet, alimentação e outros serviços complementares para os acolhidos, além de ajuda de um mediador cultural para auxiliar o processo de integração.

Cerca de seis mil vistos humanitários já foram concedidos pelos países vizinhos do Afeganistão a cidadãos do país e a tendência é de que haja mais chegada de famílias afegãs em busca de proteção e de oportunidades no Brasil.

Centro de Acolhida e Integração em Poá foi reaberto em 23 de setembro para atender famílias afegãs.
Legenda: Centro de Acolhida e Integração em Poá foi reaberto em 23 de setembro para atender famílias afegãs.
Foto: © Gisele Netto/ACNUR

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a organização parceira Aldeias Infantis SOS iniciaram o acolhimento na última sexta-feira (23) de famílias afegãs recém-chegadas ao Brasil. A primeira é composta por mãe, pai e três filhos que chegaram ao país com o visto humanitário. De acordo com dados compilados pelo ACNUR, já há mais de dois mil afegãos no Brasil com este visto.

Com capacidade para acolher até quarenta pessoas com perfil de acolhimento de famílias, o centro gerido pela Aldeias Infantis SOS está localizado em Poá, na Grande São Paulo. Além da estrutura de moradia digna (com serviços essenciais como água, eletricidade e saneamento básico), o espaço disponibiliza acesso à internet, alimentação e outros serviços complementares, que são fundamentais ao processo de integração local.

Outro importante elemento que integra a prestação de serviços é a mediação cultural, propiciada por meio da contratação de um profissional afegão que também chegou recentemente ao Brasil, facilitando assim o trâmite das informações e o diálogo para a melhor acolhida.

“Sou formado em Direito e Ciências Políticas, tendo já atuado em meu país na prestação de ajuda humanitária às pessoas que foram forçadas a se deslocar. Aqui no Brasil, sinto-me responsável em assumir essa tarefa de facilitar o difícil processo de chegada de meus conterrâneos em busca de oportunidades para recomeçar suas vidas”, explica Ajmal Oria, de 28 anos.

A ação de acolhimento das famílias afegãs tem os mesmos moldes do trabalho desenvolvido pela parceria entre ACNUR e Aldeias Infantis SOS referente ao programa Brasil Sem Fronteiras, que já acolheu mais de quatro mil pessoas venezuelanas, que chegaram ao país nos últimos quatro anos e foram interiorizadas para diferentes cidades e estados brasileiros.

“A ampliação dessa parceria, agora com a chegada dos afegãos, é o reconhecimento do sucesso do trabalho que a Aldeias Infantis SOS está realizando ao longo dos últimos quatro anos, com o acolhimento de venezuelanos. Agora, a cultura e a origem das pessoas são diferentes, mas o acolhimento e o carinho com todos serão os mesmos”, destaca o sub-gestor nacional da organização, Sérgio Marques.

Acolhimento emergencial - Especificamente no caso das pessoas afegãs, o processo de referência aos diferentes abrigos existentes condiz com o perfil da população recém-chegada e está alinhada com os serviços públicos facilitados pela prefeitura de Guarulhos – por meio do Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM), posto de referência localizado no aeroporto de Guarulhos, que também conta com a atuação de uma mediadora afegã e com o apoio do ACNUR.

“O ACNUR, nossas organizações parceiras (Aldeias Infantis SOS e Caritas São Paulo) e os poderes públicos municipais – Guarulhos e São Paulo – e estadual estão alinhados para propiciar acolhimento emergencial e meios de integração local para a população afegã que busca proteção internacional no país”, afirma o representante interino do ACNUR no Brasil, Oscar Pineiro. 

“Já realizamos o encaminhamento das famílias que estavam vivendo há dias no aeroporto, estamos prestando os devidos serviços de acompanhamento e seguiremos atuando de forma coordenada para melhor atender a quem foi forçado a deixar seu país.”

Pouco mais de um ano da publicação da Portaria Interministerial n. 24/2021 pelo governo brasileiro, que dispõe sobre o visto temporário e a autorização de residência por razões humanitárias para nacionais afegãos, apátridas e pessoas afetadas pela situação no Afeganistão, o Brasil conta com três centros de acolhimento para a população afegã.

Cerca de seis mil vistos humanitários já foram concedidos pelos países vizinhos do Afeganistão e a tendência é de que haja mais chegada de famílias afegãs em busca de proteção e de oportunidades de recomeço de suas vidas.

Sobre o ACNUR - A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização dedicada a salvar vidas, assegurar os direitos e garantir um futuro digno a pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades devido a guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos. 

Presente em 135 países, o ACNUR atua em conjunto com autoridades nacionais e locais, organizações da sociedade civil e o setor privado para que todas as pessoas refugiadas, deslocadas internas e apátridas encontrem segurança e apoio para reconstruir suas vidas.

Sobre a Aldeias - A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. 

A organização lidera o maior movimento de cuidado infantil do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de dar resposta a situações de emergência. Fundada na Áustria, em 1949, está presente em 137 países. No Brasil, atua há 55 anos e mantém mais de 80 projetos, em 31 localidades. 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa