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Inflação ameaça direito ao desenvolvimento, alerta alta comissária

30 setembro 2022

Nesta quinta-feira (29), a alta comissária interina da ONU para os Direitos Humanos, Nada Al-Nashif, fez um alerta sobre o aumento da inflação global no Conselho de Direitos Humanos em Genebra.

Ela citou as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que as economias avançadas devem se preparar para taxas médias de inflação de 6,6% em 2022, e países mais pobres para 9,5%.

A alta comissária disse que a pandemia de COVID-19 exacerbou desigualdades pré-existentes e em um cenário de novos conflitos e crises globais, países emergentes e com dívidas altas deverão sofrer ainda mais com os impactos da inflação na economia, bem como as metas da Agenda 2030.

Mercado de Manila, Filipinas.
Legenda: Mercado de Manila, Filipinas.
Foto: © Lisa Marie David/FMI

De acordo com as projeções atuais, o aumento da inflação global atingirá particularmente as economias emergentes e em desenvolvimento este ano, somando-se a uma “confluência de crises” que ameaça a todos nós, alertou na quinta-feira(29) a alta comissária interina da ONU para os Direitos Humanos, Nada Al-Nashif.

Falando ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra, a alta comissária citou as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que as economias avançadas devem se preparar para taxas médias de inflação de 6,6% em 2022, bem abaixo dos 9,5% estimados para os países mais pobres.

Al-Nashif acrescentou que, embora as taxas de emprego dos países mais ricos do mundo tenham retornado ou excedido os níveis pré-pandemia até o final de 2021, “a maioria” das nações de renda média ou baixa ainda não se recuperou da crise causada pelo COVID -19.

O coronavírus “expôs e exacerbou desigualdades pré-existentes” e atrasou o crescimento sustentável “por vários anos em muitas partes do mundo”, disse a chefe interina da unidade da ONU que zela pelas garantias fundamentais, durante o debate bienal do Conselho sobre o direito ao desenvolvimento.

O fardo insustentável da dívida soberana também sobrecarregou muitos países em desenvolvimento porque tem repercussões negativas na provisão de proteção social, continuou Al-Nashif, acrescentando que muitas nações estão agora enfrentando desafios fiscais sem precedentes, “incluindo distúrbios sociais” precisamente porque os pagamentos das altas dívidas os deixam de mãos atadas.

Para piorar as coisas, a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro causou “grande sofrimento humano” dentro do país e além de suas fronteiras, acrescentou.

A guerra também desencadeou uma nova interrupção nas cadeias de suprimentos globais, contribuindo para “aumentar os preços dos combustíveis e dos alimentos” que afeta desproporcionalmente mulheres e meninas, explicou Al-Nashif.

Pobreza extrema - Citando dados do Banco Mundial, salientou que se estima que mais 75 a 95 milhões de pessoas vivam este ano em extrema pobreza e salientou que dos 760 milhões que sobrevivem nessa situação precária, o número de mulheres e meninas é 16 milhões maior do que homens e meninos.

A maioria dessas pessoas, 83,7%, está concentrada em duas regiões: África Subsaariana (62,8%) e Ásia Central e do Sul (20,9%).

“A confluência de crises teve efeitos indiretos sobre alimentação e nutrição, saúde e educação, meio ambiente, paz e segurança, prejudicando ainda mais o progresso para alcançar a Agenda 2030 e comprometendo a sustentabilidade da recuperação da pandemia”, apontou Al-Nashif.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUDH
Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos

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