COP27: três maneiras de conter a crise climática e diminuir a fome
31 outubro 2022
O Programa Mundial de Alimentos (WFP) listou três recomendações para os líderes mundiais que vão se reunir em Sharm el-Sheikh, Egito, em novembro, para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP27).
Para a agência, governos devem agir rapidamente para ajudar milhões de pessoas que enfrentam o aumento da fome privilegiando projetos de adaptação climática, investindo em ações para mitigar os efeitos em países que estão na linha de frente e na transformação dos sistemas alimentares.
O WFP atua com os governos locais para antecipar os riscos climáticos antes que eles se transformem em desastres, restaurar ecossistemas e infraestruturas degradadas, proteger os mais vulneráveis com redes de segurança financeira e dar às pessoas novas oportunidades de cultivar, cozinhar e abastecer suas casas por meio do acesso à energia limpa.
O Programa Mundial de Alimentos (WFP) destaca que a crise climática está deixando cada vez mais pessoas à beira da fome. Na preparação de líderes mundiais para se reunir em Sharm el-Sheikh, no Egito, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP27), a agência pede ações urgentes para apoiar aqueles que estão na linha de frente da emergência climática.
As ondas de calor, secas, inundações e tempestades estão aumentando em intensidade e frequência. Para a agência, essa realidade afeta a capacidade de alimentação das famílias. Em lugares como Iêmen, Somália e República Democrática do Congo, onde os impactos climáticos se cruzam com conflitos, a fome é uma ameaça sempre presente.
Por isso, o WFP traz três recomendações para os líderes que estarão nos debates da COP27:
Privilegiar a adaptação climática - De inundações no Paquistão– que estão afetando uma em cada sete pessoas no país– a secas consecutivas no Chifre da África que estão levando pessoas à beira da fome, eventos climáticos extremos estão acontecendo em todas as regiões do mundo. Mesmo com essas dificuldades, as comunidades precisam de soluções para ter alimentos suficientes.
Para o WFP, os líderes globais devem investir em sistemas que prevejam riscos climáticos e forneçam proteção física e financeira aos mais vulneráveis.
Antes das recentes inundações no Nepal, por exemplo, o WFP lançou seu programa de ação antecipada, que usa sistemas de alerta para garantir ação antes que os desastres aconteçam, transferindo dinheiro para mais de 15 mil pessoas em três dos distritos mais atingidos.
Os fundos ajudaram as comunidades a se prepararem para as enchentes, se protegerem e evitarem perdas e danos comprando comida, reforçando casas ou movendo pessoas vulneráveis para terrenos mais altos.
Investir em ação climática- Aqueles que vivem na linha de frente das mudanças climáticas também são frequentemente afetados por conflitos, deslocamentos e desigualdades sociais. Essas comunidades precisam de mais apoio, mas recebem menos.
Para enfrentar a crise climática e garantir que todos tenham comida suficiente para comer, o WFP recomenda que seja priorizada a ação e o financiamento para áreas vulneráveis e atingidas por conflitos, apoiando as comunidades a se adaptarem a um clima em mudança, ao mesmo tempo em que busca a paz.
Transformar sistemas alimentares - O WFP avalia que a cadeia que produz, processa e transporta alimentos para nossas mesas não é equitativa nem sustentável. Por um lado, eventos climáticos extremos causam destruição em todos os sistemas alimentares. Por outro, os sistemas alimentares são os principais contribuintes para o aquecimento global. Agricultura, transporte e culinária contribuem com emissões nocivas significativas que estão elevando a temperatura do nosso planeta.
A falta de diversidade nos sistemas alimentares, a dependência de práticas poluidoras e conflitos ameaçam a segurança alimentar global. Um recorde de 345 milhões de pessoas em 82 países enfrenta atualmente fome aguda, acima dos 282 milhões no início do ano.
WFP - Presente em 123 países e territórios, o Programa Mundial de Alimentos apoia localidades que enfrentam alguns dos piores impactos de eventos climáticos extremos, aumentando a resiliência de comunidades diante das mudanças climáticas.
A agência conta com os governos locais para antecipar os riscos climáticos antes que eles se transformem em desastres, restaurar ecossistemas e infraestruturas degradadas, proteger os mais vulneráveis com redes de segurança financeira e dar às pessoas novas oportunidades de cultivar, cozinhar e abastecer suas casas por meio do acesso à energia limpa.
Em cinco países do Sahel da África Ocidental e Central – Burquina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger – o WFP implementa um programa integrado de resiliência que apoia a adaptação climática e protege os sistemas alimentares.
Na prática, isso significa reabilitar a terra, melhorar o acesso das pessoas a alimentos e dietas saudáveis, levar as crianças de volta à escola e desenvolver cadeias de valor para aumentar a renda e os empregos verdes.
Para agência da ONU, com mais ambição e vontade política, o mundo pode diversificar, descarbonizar e melhorar a resiliência dos sistemas alimentares para enfrentar simultaneamente a crise climática e a insegurança alimentar.
O WFP reconhece que os líderes mundiais têm um enorme desafio pela frente, mas acredita que com uma ação global coordenada, é possível enfrentar a crise climática.