FAO: reintrodução do algodão no Equador aumenta renda feminina
02 novembro 2022
Com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o cultivo do algodão está sendo retomado no Equador, ajudando a transformar a vida em comunidades rurais e das mulheres em particular.
Seguindo o modelo de experiências bem-sucedidas no Brasil, o projeto +Algodão faz a rotação de algodão com as culturas tradicionais das mulheres camponesas – amendoim, mandioca e milho – aumentando a resiliência e adaptabilidade da comunidade às mudanças climáticas.
A iniciativa é realizada em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura e Pecuária do Equador.

Para um grupo de mulheres do distrito equatoriano de Tosagua, próximo à costa do Pacífico, a vida cotidiana seguia o padrão de muitas comunidades agrícolas, cuidando de suas famílias, plantações e gado. Mas há cinco anos, as 127 integrantes da Associação Comunitária de Mulheres de Tosagua (AMUCOMT) estão na vanguarda de uma iniciativa pioneira no país para relançar a produção de algodão naquela zona.
A reintrodução do algodão, com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura e Pecuária do Equador, está ajudando a transformar a vida das comunidades rurais, e das mulheres em particular, como cotonicultoras tradicionais, dentro de uma estratégia agrícola diversificada. Seguindo o modelo de experiências bem-sucedidas no Brasil, o projeto faz a rotação de algodão com as culturas tradicionais das mulheres camponesas – amendoim, mandioca e milho – aumentando a resiliência e adaptabilidade da comunidade às mudanças climáticas.
O Equador é um dos sete países da região, junto com Argentina, Estado Plurinacional da Bolívia, Colômbia, Haiti, Paraguai e Peru, que implementam o projeto +Algodão. Esta iniciativa de cooperação sul-sul trilateral promove o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor do algodão na região para aumentar a renda de agricultores familiares.
Esse aumento de renda para essas mulheres também aumentou sua autoconfiança. "Agora sentimos que estamos no controle desta empresa, que é o algodão", diz Melva Ormaza, membro da associação.
Miniusina - O trabalho consiste na elaboração da fibra por meio de uma inovadora tecnologia de descaroçamento em pequena escala. É um avanço que capacita a comunidade a produzir algodão de forma viável sem depender das grandes descaroçadoras, das quais a última remanescente no Equador fechou no início da pandemia de COVID-19. O projeto + Algodão forneceu a miniusina de descaroçamento, que atualmente é a única no país.
As mulheres acreditam que esse equipamento garante benefícios consideráveis para o futuro, pois oferece a possibilidade de abrir um negócio e dar o salto para abrir suas próprias oficinas de costura para obter produtos com valor agregado —como roupas— e a venda das sementes como ração.
A reativação da produção de algodão na comunidade fortalecerá ainda mais o trabalho dessas mulheres que, desde a criação da associação em 2005, têm desempenhado um papel fundamental na economia local e na comunidade como agentes de mudança social, o que as torna modelos para muitas mulheres da região.
Sustentável - A importância deste projeto e do trabalho desta comunidade equatoriana “vai além da simples produção de um produto básico; mostra o potencial do algodão para ajudar a promover meios de vida decentes de forma ecologicamente correta e sustentável, obtendo produtos a preços justos”, afirma o representante da FAO no Equador, Agustín Zimmermann.