ONU treina rede de hotéis para contratação de mulheres migrantes

Compreender as necessidades específicas de mulheres refugiadas e migrantes, a importância da empregabilidade e da autonomia financeira para esta população e como é possível promover a contratação dessas mulheres, em especial no setor hoteleiro. Esses foram alguns dos objetivos do treinamento realizado na última quarta-feira (8), pela rede de hotéis Accor junto a gerentes de unidades da rede em todas as regiões do Brasil. A atividade aconteceu de forma híbrida (presencial e on-line) e contou com a participação de cerca de 80 funcionárias e funcionários que gerenciam as unidades e que trabalham com recursos humanos. A iniciativa faz parte do plano de ação que está sendo desenvolvido pela rede por meio de compromisso assumido junto ao programa Moverse, implementado conjuntamente por ONU Mulheres, pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com apoio do Governo de Luxemburgo.

A rede Accor assinou a Carta de Compromisso com o Moverse no primeiro semestre e desde então, tem trabalhado no desenvolvimento de um plano de ação para promover a contratação de mulheres refugiadas e migrantes em diferentes postos de trabalho em suas unidades. Além do Moverse, a rede de hotéis é comprometida com o Pacto Global da ONU, com o projeto Empoderando Refugiadas e passa agora a integrar também o Fórum Empresas para Refugiados.

“Antes ainda da pandemia, havíamos mapeado mais de 100 pessoas venezuelanas trabalhando nas operações no Brasil. Nos países hispânicos, em especial Colômbia, Peru e Chile, temos uma experiência bastante positiva também”, ressaltou o diretor de Recursos Humanos da Accor para a América Latina, Fernando de Medeiros Viriato. “Temos relação com Pacto Global desde 2003, temos parceria com o ACNUR e agora estamos concretizando também essa parceria com o Moverse. Temos meios de irmos bastante longe nas nossas ações, já que a hotelaria tem um potencial de ser um elevador social para minorias e para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. Estamos muito felizes com essa parceria e por estarmos próximos da ONU Mulheres e de projetos como o Moverse”, completou.

Preparação  – O treinamento contou com uma breve introdução aos Direitos Humanos e ao atual contexto brasileiro com relação a mulheres refugiadas e migrantes venezuelanas no Brasil. Também foram compartilhados conhecimentos sobre interseccionalidade de gênero e apresentado o Fórum Empresas com Refugiados, iniciativa do Pacto Global e do ACNUR. Os e as gerentes que participaram da atividade puderam saber mais sobre os mitos acerca da contratação de pessoas refugiadas e migrantes, assim como os benefícios não só para esta população, mas também para as empresas.

“Buscamos trabalhar com as empresas para que percebam os benefícios de se trabalhar em um ambiente de trabalho com diversidade. E isso não significa apenas contratar mulheres ou apenas contratar pessoas refugiadas e migrantes, mas que as empresas realmente invistam em diversidade”, ressaltou a especialista de Empoderamento Econômico da ONU Mulheres, Flávia Muniz.

A partir do treinamento realizado nesta quarta-feira, a expectativa é que a Accor siga desenvolvendo e implementando seu plano de ação e que, a partir dele, mais mulheres refugiadas e migrantes alcancem sua autonomia financeira por meio da contratação formal pela empresa. Para isso, a rede irá mapear hotéis e vagas disponíveis e construir um guia de boas práticas para a geração de oportunidades. Também está previso um processo de recrutamento piloto voltado para contratação de mulheres refugiadas e migrantes ainda em 2022.

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