OMS vê sinais de esperança para 2023 com redução de surtos e pandemia
19 dezembro 2022
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, fez um balanço global da saúde no último ano e falou das expectativas para 2023, em uma coletiva de imprensa no último dia 15.
Para o diretor-geral da agência, apesar de 2022 ter sido difícil, as notícias são animadoras, uma vez que doenças como COVID-19, varíola M e ebola estão dando sinais de declínio. Em janeiro, o Comitê de Emergência se reunirá para decidir se declara ou não o fim da COVID-19 como uma emergência de saúde global.
Tedros Ghebreyesus ressalta que uma das lições mais importantes aprendidas com esta pandemia é que todos os países precisam fortalecer seus sistemas de saúde pública. Ele também elencou incertezas e desafios para 2023, lembrando que apenas uma em cada cinco pessoas em países de baixa renda foi vacinada.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, fez um balanço global da saúde no último ano e falou das expectativas para 2023, dizendo esperar que, em algum momento do ano que vem, a COVID-19 deixe de ser uma emergência de saúde global. Em janeiro, o Comitê de Emergência se reunirá para decidir se declara ou não o fim da emergência.
Tedro comparou o atual cenário de contaminação com o pico da doença em 2021, após a desafiadora descoberta da variante Omicron. O chefe da OMS lembrou que, naquela época, a COVID-19 estava matando 50 mil pessoas por semana e que este número atualmente está próximo de 10 mil pessoas.
No entanto, apesar da redução, o chefe da OMS frisou que o número ainda é alto e há muito o que fazer para evitar novos óbitos. Ele explicou que o vírus veio para ficar e que todos os países devem aprender como gerenciar isso junto com outras doenças respiratórias, incluindo influenza e RSV, ambas circulando intensamente em muitos países.
Tedros Ghebreyesus também elencou incertezas e desafios para 2023, lembrando que apenas uma em cada cinco pessoas em países de baixa renda foi vacinada.
Ele destacou que o acesso a diagnósticos e tratamentos para COVID-19 permanecem caros e desiguais, e mencionou a continuidade das grandes lacunas na vigilância, o que é uma falha não apenas para detectar novas variantes, mas também para monitorar a propagação de outras infecções.
Para o chefe da OMS, é preciso entender melhor as origens do vírus. Segundo ele, a agência continua pedindo à China que compartilhe os dados e realize os estudos solicitados.
Aprendizados - Tedros ressaltou que uma das lições mais importantes da pandemia é que todos os países precisam fortalecer seus sistemas de saúde pública para se preparar, prevenir, detectar e responder rapidamente a surtos, epidemias e pandemias.
Ele explicou que um sistema avançado de assistência médica não é a mesma coisa que um sistema forte de saúde pública. Outra lição é a necessidade de cooperação e colaboração mais intensas, em vez da competição e confusão que marcaram a resposta global à COVID-19.
Na semana passada, os Estados-membros da OMS concordaram em desenvolver o primeiro rascunho de um acordo juridicamente vinculativo sobre prevenção, preparação e resposta a pandemias, com base nos princípios de equidade, solidariedade e soberania. As discussões começam em fevereiro.
Outras emergências - A OMS está respondendo a 53 emergências classificadas e, no ano passado, foram mais de 200 surtos. O surto global de varíola M, como passou a ser chamada a varíola dos macacos, pegou o mundo de surpresa.
Mais de 82 mil casos foram relatados em 110 países, embora a taxa de mortalidade permaneça baixa, com 65 mortes. As notificações, por semana, caíram mais de 90% desde a declaração da emergência de saúde pública de interesse internacional, em julho.
Tedros informou que se a tendência atual continuar, é esperado que no próximo ano também possa ser declarado o fim dessa emergência.
Ebola - Da mesma forma, a Ebola também aparenta estar sendo controlada. Há mais de duas semanas não há notificação de novos casos e nenhum paciente está em tratamento no momento. Devido a este cenário iniciou-se a contagem regressiva para o fim do surto de ebola em Uganda. Se não houver nenhum novo caso, o anúncio será feito em 10 de janeiro.
Na semana passada, o primeiro lote de vacinas candidatas chegou a Uganda, 80 dias após a declaração do surto.
Desnutrição, cólera e malária - No Grande Chifre da África, uma seca severa está causando uma crise aguda de saúde e fome afetando 47 milhões de pessoas e os surtos estão aumentando.
A OMS e parceiros levam serviços básicos de saúde, fornecendo tratamento para desnutrição grave e ajudando os países a prevenir, detectar e responder a surtos.
A agência também continua respondendo a surtos de cólera em 29 países, incluindo o Haiti, que tem mais de 1,2 mil casos confirmados, mais de 14 mil suspeitos e 280 mortes. Nesta semana, o país recebeu quase 1,2 milhão de doses de vacina oral contra o cólera e as campanhas de vacinação estão em andamento.
Ameaças antigas - O diretor-geral da OMS lembrou que a saúde da população mundial continua ameaçada por muitas causas que não aparecem nos noticiários com tanta frequência, como o uso do tabaco, que ainda mata mais de oito milhões de pessoas por ano. E as dietas prejudiciais, que estão levando a taxas crescentes de obesidade, diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e muito mais.
Tedros citou ainda o progresso contra o HIV, a malária e a tuberculose que estagnou ou retrocedeu. Ele lembrou que apenas metade da população mundial tem acesso a serviços de saneamento seguro. O impacto na saúde mental durante a pandemia e o preço alto de serviços essenciais de saúde também foram mencionados.