OMS divulga recomendações para calendário de vacinação contra HPV

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um estudo atualizando suas recomendações para a imunização contra o papilomavírus humano, conhecido pela sigla HPV. Segundo a pesquisa, o calendário com uma dose única, até então considerada uma alternativa, pode ser tão eficaz e oferecer proteção tão durável quanto o regime de duas doses.

A recomendação para a dose única havia sido feita pela OMS em abril de 2022, após a conclusão de um grupo de especialistas independentes sobre o tema.A revisão da OMS para um regime de dose única surge num momento de preocupação da agência da ONU com a queda no número de pessoas vacinadas em todo o globo. Entre 2019 e 2021, a quantidade de pessoas que receberam a primeira dose baixou de 25% para 15%. Ou seja, 3,5 milhões a mais de meninas ficaram desprotegidas e sem imunização no ano passado.

A nova recomendação deve servir para melhorar o acesso à vacina dando aos países a oportunidade de expandir o número de meninas que podem ser vacinadas aliviando os custos de uma série de doses, que acabam saindo mais caro para os sistemas de saúde.

Intervalo - É fundamental que os países fortaleçam os programas de vacinação contra o HPV, e apressem a implementação do calendário de doses para reverter qualquer queda na cobertura.

A recomendação da OMS é oferecer uma dose ou um regime de duas a meninas de 9 a 14 anos. Já mulheres adolescentes e jovens de 15 a 20 anos podem tomar uma ou duas doses dependendo do programa. Mulheres de 21 anos ou mais devem tomar duas doses com um intervalo de seis meses.

A vacinação é uma prioridade para pessoas com a imunidade comprometida ou vivendo com HIV, o vírus que causa a AIDS. Esses pacientes devem contar com um mínimo de duas doses e quando possível três.

Público-alvo - O público-alvo das campanhas de vacinação contra o HPV são meninas de 9 a 14 anos que ainda não começaram a vida sexual. A imunização em alvos secundários como meninos ou mulheres mais velhas é recomendável quando as vacinas estão disponíveis e acessíveis.

O papiloma vírus é uma das maiores causas do câncer do colo do útero. O câncer do colo do útero é o quarto mais comum em mulheres, e mais de 95% dos casos resultam do HPV, transmitido sexualmente. Evitar o câncer através de programas de vacina mais eficientes é um passo fundamental para se prevenir de mortes e doenças desnecessárias.