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ONU libera 25 milhões de dólares para emergência do terremoto na Turquia e na Síria

08 fevereiro 2023

O chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Martin Griffiths, anunciou que as Nações Unidas estão liberando 25 milhões de dólares do Fundo Central de Resposta de Emergência para dar apoio urgente na Turquia e na Síria, afetadas por um terremoto de magnitude 7.8 que deixou milhares de mortos e desabrigados. 

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) informou que a situação é trágica em 10 províncias turcas afetadas pelos terremotos. Em algumas delas, metade dos moradores é refugiada da Síria, que enfrenta uma guerra há mais de uma década, uma crise econômica e fortes nevascas.

A ONU lançou um apelo para o terremoto na região. Doações, em dólares, podem ser feitas aqui. 

Busca por sobreviventes do terremoto em Aleppo, na Síria.
Legenda: Busca por sobreviventes do terremoto em Aleppo, na Síria.
Foto: © Fameed Maarouf/ACNUR

Mais de 3 mil pessoas morreram e outras 20 mil estão feridas na Turquia depois que um terremoto de magnitude 7.8 atingiu o sul da cidade de Gaziantep na segunda-feira (6), seguido por outro tremor de 7.5 de magnitude algumas horas depois. A estimativa é do governo turco.

O porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Jens Laerke, informou que 6 mil prédios desabaram na Turquia. O chefe do OCHA, Martin Griffiths, anunciou na terça-feira (7) que as Nações Unidas estão liberando 25 milhões de dólares do Fundo Central de Resposta de Emergência para dar apoio urgente em toda a região.

“Enquanto as pessoas na região estão enfrentando as consequências devastadoras desta tragédia, queremos que saibam que elas não estão sozinhas. A comunidade humanitária irá apoia-las em cada passo para sair desta crise”, afirmou.

De acordo com o Escritório, as necessidades da Síria são massivas. As autoridades médicas do país informaram crescentes números de mortos e feridos em Aleppo, Latakia, Hama, Idlib e Tartus. Depois dos tremores iniciais, as comunidades sírias enfrentaram mas de 200 abalos.

“Isto aconteceu no pior momento possível para muitos. Havia muitas crianças vulneráveis naquelas áreas que já precisavam de apoio humanitário”, informou o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), James Elder. “Elas foram dormir e acordaram com os gritos dos vizinhos, vidros quebrando e o aterrorizante som de concreto desabando”, complementou.

Embora a Síria esteja em crise depois de 13 anos de guerra, há uma preocupação em especial com todos os afetados pela atual tragédia que vivem em áreas ocupadas por oposicionistas no nordeste do país, com frequência forçados a fugir de casa diversas vezes por conta do conflito.

“Já havia uma situação emergencial no nordeste da Síria, onde 4 milhões de pessoas recebem ajuda humanitária. As comunidades estão lutando com surto de cólera, um inverno brutal e o conflito”, explicou Elder.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) informou que a situação é trágica em 10 províncias turcas afetadas pelos terremotos.

Em algumas delas, metade dos moradores é refugiada, informou o porta-voz do ACNUR, Matthew Saltmarsh. Ele descreveu a emergência do terremoto como um “golpe” para populações deslocadas que não têm trabalho e cuja renda está sendo consumida. “Estamos no inferno, temos visto tempestades de neve e uma guerra que perdura mais de uma década”, lembrou.

Equipes internacionais de busca e resgate chegam à região, coordenadas pelo OCHA. O porta-voz do Escritório reforçou, no entanto, que existe uma janela de 7 dias para localização de sobreviventes. “Pode acontecer depois, mas é realmente crítico que as equipes cheguem o quanto antes”, alertou Jens Laerke.

Além dos danos materiais a estradas e infraestruturas públicas, o que torna o trabalho das equipes emergenciais mais difícil, a situação econômica da Síria também tem retardado os esforços de ajuda.

“Os trabalhos de busca e salvamento estão sendo afetados pela falta de equipamentos para remover entulho”, informou o porta-voz da  Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Tommaso Della Longa. “Há grave falta de combustível em toda a Síria e isto impede os serviços de pesado maquinário operacional, transporte de pessoal e de ambulância”, avaliou.

Alinhado ao apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que todos os países apoiem quem necessita de ajuda humanitária, Jens Laerke fez um emocionado apelo por ajuda: “É imperativo que todos vejam como é: uma crise humanitária com vidas em risco. Por favor, não politizem, vamos ajudar as pessoas que desesperadamente precisam”.

De acordo com o ACNUR, milhares de pessoas foram resgatadas por equipes de emergência coordenadas pela Autoridade Turca de Gerenciamento de Desastre e Emergência.

Outras agências da ONU e parceiros também estão fornecendo apoio em campo, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Estamos levando kits cirúrgicos e de trauma e suprimentos para 16 hospitais na Síria”, informou a porta-voz da OMS, Margaret Harris. O chefe da Organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que há uma corrida contra o tempo para resgatar a maior quantidade possível de sobreviventes. Ele anunciou que três vôos fretados partiriam de Dubai para os dois países levando suprimentos.

“Trabalharemos com todos os parceiros para apoiar as autoridades dos dois países nos próximas horas, nos próximos dias, meses e anos que eles levarão para se recuperar e se reconstruir”, disse Tedros. “Aos nossos irmãos e irmãs da Turquia e da Síria, estaremos com vocês neste momento de pesar indescritível”.

De acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), 90% das famílias de palestinos na Síria precisam de assistência humanitária por causa dos terremotos. Cerca de 438 mil palestinos vivem em 12 campos de refugiados na Síria.

A ONU lançou um apelo para o terremoto na Turquia-Síria. Doações, em dólares, podem ser feitas aqui. 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OCHA
Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários
ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados
UNICEF
Fundo das Nações Unidas para a Infância
OMS
Organização Mundial da Saúde

Outras entidades envolvidas nesta iniciativa

IFRC
International Federation of the Red Cross and Red Crescent

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa