Cúpula de Líderes do G20: Brasil, ONU e UNESCO lançam Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças do Clima
19 novembro 2024
O governo brasileiro, as Nações Unidas e a UNESCO lançaram nesta terça-feira (19) uma iniciativa conjunta a fim de fortalecer pesquisas e medidas para combater a desinformação que contribui para atrasar e inviabilizar ações climáticas.
A Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças do Clima é uma intervenção importante para impulsionar o apoio a ações climáticas urgentes, em um momento em que os cientistas alertam que o tempo do mundo está se esgotando.
O governo brasileiro, as Nações Unidas e a UNESCO lançaram nesta terça-feira (19) uma iniciativa conjunta a fim de fortalecer pesquisas e medidas para combater a desinformação que contribui para atrasar e inviabilizar ações climáticas. A Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças do Clima é uma intervenção importante para impulsionar o apoio a ações climáticas urgentes, em um momento em que os cientistas alertam que o tempo do mundo está se esgotando.
“As ações de combate às mudanças climáticas também são muito afetadas pelo negacionismo e pela desinformação. Os países não podem solucionar este problema sozinhos. Esta iniciativa reunirá países, organizações internacionais e redes de pesquisadores para apoiar esforços conjuntos de combate à desinformação e promover ações para a COP30 no Brasil”, disse o presidente Lula na Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro.
Embora inicialmente discutida no âmbito do G20, a Iniciativa está sendo estabelecida como uma colaboração dedicada e multilateral entre Estados e organizações internacionais, com o objetivo de financiar pesquisas e ações que promovam a integridade da informação sobre questões climáticas. A fim de expandir o escopo e a abrangência da pesquisa sobre a desinformação climática e seus impactos, o esforço reunirá evidências de âmbito mundial para fundamentar e reforçar as ações, a defesa e as comunicações estratégicas.
Os países que aderirem à Iniciativa contribuirão para um fundo administrado pela UNESCO, com a meta de arrecadar entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões nos próximos 36 meses, valor que será distribuído na forma de subsídios a organizações não governamentais para apoiar suas atividades na pesquisa sobre integridade da informação climática, desenvolvimento de estratégias de comunicação e realização de campanhas de conscientização pública.
“Sem acesso a informação confiável sobre a disrupção climática, nunca seremos capazes de superá-la. Por meio desta Iniciativa, nós apoiaremos os jornalistas e pesquisadores que investigam as questões climáticas, por vezes com grande riscos para si próprios, e combateremos a desinformação relacionada ao clima que se espalha de forma descontrolada pelas redes sociais”, destacou Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO.
A UNESCO e as Nações Unidas tornaram-se parceiras importantes do governo brasileiro nesse desafio. Outros países e organizações internacionais comprometidos com as metas climáticas e o compromisso com a integridade da informação estão sendo convidados a participar. Até agora, Chile, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Suécia já confirmaram participação.
“Devemos combater as campanhas coordenadas de desinformação que impedem o progresso mundial relativo à mudança climática, que vai desde a negação pura e simples até o greenwashing e o assédio a cientistas do clima. Por meio desta Iniciativa, nós trabalharemos com pesquisadores e parceiros para fortalecer as ações contra a desinformação climática”, declarou António Guterres, secretário-geral da ONU.
O risco que a desinformação representa para o cumprimento das metas climáticas foi reconhecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC), que, em 2022, afirmou que a “desvalorização intencional da ciência” estava contribuindo para “percepções equivocadas sobre o consenso científico, incertezas, desconsideração de riscos e urgências, e divergências”.
A Iniciativa é uma resposta ao compromisso estabelecido no Pacto Digital Global, aprovado pelos Estados-membros da ONU em setembro, que encoraja as entidades das Nações Unidas, em colaboração com governos e partes interessadas pertinentes, a avaliarem os impactos da desinformação e da informação incorreta no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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Sobre a UNESCO
Com 194 Estados-membros, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura contribui para a paz e para a segurança, ao liderar a cooperação multilateral nas áreas de educação, ciência, cultura, comunicação e informação. Com sede em Paris, a UNESCO tem escritórios em 54 países e emprega mais de 2,3 mil pessoas. A UNESCO supervisiona mais de 2 mil sítios do Patrimônio Mundial, Reservas da Biosfera e Geoparques Mundiais; redes de Cidades Criativas, de Aprendizagem, Inclusivas e Sustentáveis; e mais de 13 mil escolas associadas, cátedras universitárias, instituições de formação e pesquisa. Sua diretora-geral é Audrey Azoulay.
“Uma vez que as guerras se iniciam nas mentes dos homens, é nas mentes dos homens que devem ser construídas as defesas da paz”. Constituição da UNESCO, 1945
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