ONU aponta causas da epidemia do cólera no Haiti
05 maio 2011
Um relatório lançado nesta quarta-feira (04/05) pelo painel independente da ONU criado para investigar a epidemia de cólera, que eclodiu no Haiti em outubro, concluiu que a dispersão da doença se deu por uma “confluência de circunstâncias” e não por culpa de um grupo ou de indivíduos. O painel foi nomeado pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon em janeiro, em meio a relatos de que nepaleses servindo na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) poderiam ser a fonte da doença.
De acordo com o documento, a epidemia se espalhou rapidamente pelo Rio Artibonite, e eventualmente por todo o país, devido a uma série de fatores, incluindo o uso das águas do rio para banho, lavagem, bebida e recreação; a falta de imunidade da população ao cólera e à precariedade das condições sanitárias do país. “Estas deficiências, em conjunto com as condições ambientais e epidemiológicas, permitiram a dispersão do vírus do cólera no meio ambiente, infectando um grande número de pessoas”.
O painel recomendou ao Governo do Haiti e às Nações Unidas que façam investimentos no abastecimento de água potável tratada e canalizada, além de melhorias nas condições sanitárias em todo o país. Além disso, o relatório recomendou que funcionários da ONU e outras equipes de emergência atuando em áreas afetadas pela epidemia recebam doses profiláticas dos antibióticos apropriados antes de partir ou que sejam monitorado para confirmar a ausência do vírus.
Ban prestou homenagem às vítimas da cólera e a suas famílias, e declarou que pretende convocar uma força tarefa para analisar as conclusões do relatório “para assegurar o acompanhamento rápido e adequado”. Ele reiterou o apoio contínuo da ONU ao Governo haitiano na luta para combater a epidemia.