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Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e Desenvolvimento - 21 de maio de 2008

21 maio 2008

Koichiro Matsuura, Diretor-Geral da UNESCO



A Declaração Universal da Diversidade Cultural, proclamada em 2001 pela UNESCO, tem sido celebrada anualmente, há seis anos, por meio do Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e Desenvolvimento.



A recorrência deste evento nos fornece a oportunidade de medirmos a nossa capacidade de promover, com base no que é hoje uma fundação estabelecedora de padrões coerentes, uma visão integrada da cultura nas complexas áreas de desenvolvimento, inovação, diálogo e coesão social.



Das sete convenções internacionais promovidas pela UNESCO para fortalecer a diversidade cultural em todo o mundo, as mais recentes, agora ratificadas e vigentes, estão entrando em uma fase operacional. Esse é o caso, especificamente, da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial de 2003 e da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade de Expressões Culturais de 2005, que complementam a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Natural e Cultural de 1972.



Encontramos-nos então, ao fim de um ciclo e começo de outro, mais prático e mais concreto. Essa nova atividade conjunta, saindo de leis para escrituras, nos colocou em uma posição para provar, com base nos princípios universais santificados pelos nossos instrumentos estabelecedores de padrões, que a diversidade cultural é realmente um incentivo ao desenvolvimento sustentável. Como tal, é uma arma decisiva no combate à pobreza.



Uma questão crítica para a comunidade internacional está em risco aqui: a cultura, diferentemente da educação, não está incluída nas Metas do Milênio, mesmo que, para as metas serem atingidas, ela seja imprescindível, como corretamente descrito na Declaração do Milênio.



A diversidade cultural não pode ser decretada, ela é observada e praticada. O objetivo desse dia é alimentar a experiência dessa diversidade com um espírito de curiosidade, envolvendo o diálogo e escutando uns aos outros, e com isso testar as possibilidades práticas do desenvolvimento oferecido por empresas culturais, indústrias criativas, turismo cultural e a salvaguarda do patrimônio cultural, especialmente no marco dos planos de desenvolvimento nacionais e dos instrumentos de programação conjunta por países do Sistema das Nações Unidas.



Precisamos dar um maior reconhecimento à cultura como contribuidora verdadeira do desenvolvimento sustentável, que respeita as pessoas e o meio-ambiente e serve à causa do diálogo e paz. Desta forma, poderemos recuperar o nosso comprometimento em promover “a solidariedade moral e intelectual da humanidade”.