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UNFPA: Planejamento familiar evitaria a morte de até 3 milhões de bebês em países emergentes

14 novembro 2012

Relatório do UNFPA destaca benefícios econômicos do planejamento familiar voluntário . (Foto: UNFPA)



Os investimentos em planejamento familiar poderiam economizar mais de 11 bilhões de dólares por em ano na atenção à saúde materna e neonatal em países em desenvolvimento, estima um relatório divulgado hoje (14) Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). A organização calcula que 222 milhões de mulheres em países em desenvolvimento têm necessidades não atendidas de planejamento familiar. Para atender a demanda atual dessas mulheres são necessários 4,1 bilhões de dólares por ano.



Os benefícios do planejamento não seriam apenas econômicos, já que ignorar essa prática propicia a pobreza, exclusão, problemas de saúde e desigualdade de gênero. O Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012 estima que 3 milhões de bebês deixariam de morrer em seu primeiro ano de vida se mais 120 milhões de mulheres tiverem acesso ao planejamento familiar. Nos Estados Unidos, o relatório mostrou que a maternidade na adolescência reduz as chances de uma menina concluir o ensino médio em até 10%. A não atenção às necessidades de saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens no Malaui contribuiu para as altas taxas de gravidez indesejada e HIV.



Taxa de fecundidade no Brasil demonstra queda segundo relatório do UNFPA



O relatório menciona que a taxa de fecundidade no Brasil manteve uma tendência de queda, tendo atingido o valor de 1,8 filhos por mulher, em contraste com os 2,5 registrados em 1996. A maior redução da fecundidade ocorreu nas áreas rurais, de 3,4 para 2,0 e na região Norte, de 3,7 para 2,3 filhos por mulher. A escolaridade das mulheres continua sendo um diferencial importante: para aquelas sem instrução a taxa foi igual a 4, enquanto que ficou abaixo de 1,6 para mulheres com escolaridade mínima de 9 anos.



Todos os dados brasileiros são provenientes da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), de 2006, que traça um perfil da população feminina em idade fértil e das crianças menores de cinco anos no Brasil. A pesquisa foi financiada pelo Ministério da Saúde e coordenada pela equipe da área de População e Sociedade do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).



O estudo de 2006 também ressaltou que, do total de nascimentos ocorridos nos últimos cinco anos no Brasil, apenas 54% foram planejados para aquele momento. Entre os 46% restantes, 28% eram desejados para mais tarde e 18% não foram desejados.