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Falta de fundos do PMA compromete ações contra a seca provocada por El Niño na África Austral

19 janeiro 2016

Uma agricultora da Gâmbia mostra um turfo seco de arroz durante o período de seca. Foto: FAO/Seyllou Diallo
Legenda: Uma agricultora da Gâmbia mostra um turfo seco de arroz durante o período de seca. Foto: FAO/Seyllou Diallo





Com o pior padrão do fenômeno El Niño em três décadas, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) advertiu nesta segunda-feira (18) que a falta crítica de fundos compromete a ajuda de entrega de alimentos e transferência de renda para milhões de pessoas que sofrem com risco de inanição na África Austral.



"O número de pessoas sem alimentos suficientes pode aumentar significativamente nos próximos meses em um momento em que a região caminha para uma temporada chamada magra, o período que antecede a colheita de abril quando os estoques de alimentos e dinheiro estão cada vez mais empobrecidos", publicou o PMA em seu comunicado. "Particularmente vulneráveis são os pequenos agricultores que são responsáveis pela a maioria da produção."



O padrão cíclico do El Niño, que provoca secas devastadoras em algumas regiões e enchentes catastróficas em outras, está afetando milhões de pessoas em todo o planeta. No Sul da África, a seca já começa a prejudicar o cultivo desse ano. A diretora executiva do PMA afirmou que na Zâmbia os campos estão secos e os agricultores temem a segunda temporada com chuvas escassas.



"Zãmbia é um dos maiores celeiros da região e o que acontece ali demonstra uma grave causa de preocupação não apenas pela própria Zâmbia, mas também para todos os países da região", disse.



O pior país afetado pela falta de chuvas, no entanto, é o Malauí, onde 2,8 milhões de pessoas não têm acesso a alimentos. Em Lesoto, o governo declarou uma emergência devido à seca e cerca de 650 mil pessoas, um terço da população, não recebem comida suficiente. Outros países em risco são Madagascar, Zimbábue, Angola, Moçambique e Suazilândia.



"Me preocupo, especialmente, que os pequenos agricultores não serão capazes de colher colheitas suficientes para alimentar suas famílias, muito menos vender o pouco que tem para poder cobrir os gastos de matrícula e necessidades do que não e muito menos para vender o pouco que pode, a fim de cobrir as propinas e outras necessidades domésticas", adicionou Cousin.



A avaliação do PMA estima que mais de 40 milhões de pessoas em áreas rurais e 9 milhões em centros urbanos no Sul da África vivem em regiões geográficas altamente expostas às consequências do El Niño.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

WFP
Programa Mundial de Alimentos