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Em Brasília, FAO celebra Dia Mundial da Alimentação com debate sobre migrações

05 outubro 2017

Evento da FAO em Brasília abordará vínculos entre alimentação e migração. Imagem: FAO
Legenda: Evento da FAO em Brasília abordará vínculos entre alimentação e migração. Imagem: FAO





Para marcar o Dia Mundial da Alimentação, lembrado em 16 de outubro, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil promoverá na próxima terça-feira (10), em Brasília, o evento “Mudar o futuro da migração: investir em segurança alimentar e desenvolvimento rural”. Encontro contará com a participação de especialistas e do chefe Alex Atala. Celebração acontece no Palácio do Buriti, das 9h às 12h.



Para 2017, a FAO escolheu os deslocamentos humanos como tema da data. Uma palestra magna será ministrada pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio Rocha. A migração tem sido amplamente debatida dentro da Igreja Católica por incentivo do Papa Francisco, que fará um pronunciamento em 16 de outubro, dia oficial e aniversário da fundação da FAO, em 1945.



A atividade da agência da ONU no Brasil terá a presença do chef de cozinha, Alex Atala, que apresentará o projeto “Fruto: as possibilidades de alimentar o mundo”. A ONU Mulheres também apoiará o evento apresentando a campanha de combate à violência contra as mulheres Outubro Laranja.



Para 2017, a FAO escolheu os deslocamentos humanos como tema da data. Em 2015, o contingente de migrantes internacionais — que cruzam fronteiras — foi estimado em 244 milhões, número que representa um aumento de 40% em relação a 2000. O volume de pessoas se deslocando dentro de territórios nacionais ultrapassava as migrações rumo ao exterior. Em 2013, havia 763 milhões de indivíduos migrando dentro dos próprios países.



No ano passado, a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estimou em 65,6 milhões o número de pessoas forçadamente deslocadas por conflitos e ameaças aos seus direitos humanos. Desse grupo, 22,5 milhões eram refugiados.



Com o evento em Brasília, a FAO vai abordar os vínculos entre alimentação e migração, mostrando como a disponibilidade de comida está associada a fluxos de deslocamento. Um número considerável de migrantes é oriundo das áreas rurais, onde mais de 75% dos pobres e pessoas passando fome dependem da agricultura e subsistência baseadas em recursos naturais.

Migração no Brasil



A maior saída do campo para a cidade foi registrada entre as décadas de 1960 e 1980. Dados do censo demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a taxa anual de migração campo-cidade, no início de 2000, era de 1,31%. O índice caiu para 0,65% em 2010. De 1980 a 2010, a população rural passou de 39 milhões de pessoas para 29,8 milhões.



Também em 2010, o IBGE estimava que havia 491.645 brasileiros vivendo fora do Brasil. Os principais destinos escolhidos por esses expatriados foram os Estados Unidos, Portugal e Espanha.



De 2014 a 2016, a Receita Federal registrou a entrega de mais de 55 mil Declarações de Saída Definitiva do País. O número representa um crescimento de 81,61% na comparação com os três anos anteriores. Crise econômica e alta no desemprego são os principais motivos da partida.



Segundo dados da Polícia Federal, o Brasil abriga 1.847.274 imigrantes regulares. Mais de 117 mil estrangeiros deram entrada no país apenas em 2015. Os haitianos estão no topo da lista: foram 14.535 registrados pela PF. Os bolivianos ocupam o segundo lugar (8.407), seguidos pelos colombianos (7.653), argentinos (6.147), chineses (5.798), portugueses (4.861), paraguaios (4.841) e norte-americanos (4.747).



De maneira geral, os imigrantes que dão entrada no Brasil são jovens, homens e com nível de escolaridade médio ou superior. As regiões Sul e Sudeste são as que mais absorvem trabalhadores estrangeiros.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

FAO
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura