Notícias

OMS aborda consequências da violência sexual para saúde das mulheres

25 julho 2018

Atenção à saúde da mulher é tema de chamada pública da OPAS e do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Foto: EBC
Legenda: Foto: EBC





Neste 25 de julho, Dia Laranja pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) faz uma campanha de conscientização sobre a violência sexual, uma das formas de abuso e agressão contra a população do sexo feminino. Agência da ONU esclarece o que é esse tipo de violação, suas consequências e como combatê-la.



O que é violência sexual?



A violência sexual é definida pela OMS como “todo ato sexual, tentativa de consumar um ato sexual ou insinuações sexuais indesejadas; ou ações para comercializar ou usar de qualquer outro modo a sexualidade de uma pessoa por meio da coerção por outra pessoa, independentemente da relação desta com a vítima, em qualquer âmbito, incluindo o lar e o local de trabalho”.



Segundo o organismo das Nações Unidas, a coerção pode ocorrer de diversas formas e por meio de diferentes graus de força, intimidação psicológica, extorsão e ameaças. A violência sexual também pode acontecer se a pessoa não estiver em condições de dar seu consentimento, em caso de estar sob efeito do álcool e outras drogas, dormindo ou mentalmente incapacitada, entre outros casos.



A violência sexual abrange:


  • Estupro dentro de um relacionamento;

  • Estupro por pessoas desconhecidas ou até mesmo conhecidas;

  • Tentativas sexuais indesejadas ou assédio sexual, que podem acontecer na escola, no local de trabalho e em outros ambientes;

  • Violação sistemática e outras formas de violência, particularmente comuns em situações de conflito armado (como a fertilização forçada);

  • Abuso de pessoas com incapacidades físicas ou mentais;

  • Estupro e abuso sexual de crianças;

  • Formas “tradicionais” de violência sexual, como casamento ou coabitação forçada.



O quão comum é a violência sexual?



Os dados mais precisos sobre violência sexual vêm de pesquisas populacionais. Outras fontes de dados são relatórios policiais e estudos de contextos clínicos e organizações não governamentais. No entanto, como apenas uma pequena proporção de casos é relatada, a taxa de ocorrência é subestimada. Um estudo latino-americano, por exemplo, estimou que apenas cerca de 5% das vítimas adultas de violência sexual denunciaram o crime à polícia.



Há muitas razões pelas quais as mulheres não denunciam a violência sexual:


  • Falta de apoio;

  • Vergonha;

  • Medo de represálias;

  • Sentimento de culpa;

  • Receio de que não acreditem nela;

  • Temor de ser maltratada ou socialmente marginalizada.



Quais são as consequências da violência sexual para a saúde?



Dados indicam que sobreviventes de violência sexual podem sofrer consequências comportamentais, sociais e de saúde mental. As meninas e mulheres são as mais afetadas por lesões e doenças resultantes da violência e coerção sexuais, não só porque constituem a maioria das vítimas, mas também porque são vulneráveis aos desdobramentos dessas agressões na saúde sexual e reprodutiva.



Entre os exemplos de consequências da violência sexual para a saúde das mulheres, a OMS destaca:


  • Gravidez não planejada;

  • Aborto inseguro;

  • Disfunção sexual;

  • Infecções sexualmente transmissíveis — incluindo HIV;

  • Fístula traumática;

  • Depressão;

  • Transtorno por estresse pós-traumático;

  • Ansiedade;

  • Dificuldade para dormir;

  • Sintomas somáticos;

  • Comportamento suicida;

  • Transtorno de pânico.



Muitas vezes, a violência sexual resulta em morte, cometida pelo agressor ou pelos problemas de saúde causados pela própria agressão, como suicídio e abortos inseguros.



Quais são os melhores métodos para combater a violência sexual?



Embora, no passado, as estratégias de combate à violência sexual tenham se concentrado no sistema de justiça criminal, existe atualmente um movimento geral rumo a uma abordagem de saúde pública que reconhece múltiplos fatores de risco. Esses agravantes interagem em níveis individual, relacional, comunitário e social. Nessa perspectiva, enfrentar a violência sexual requer a cooperação de vários setores, como saúde, educação, assistência social e justiça criminal. A saúde pública busca ampliar a atenção e a segurança a toda a população e enfatiza a prevenção, garantindo que as vítimas de violência tenham acesso a serviços e apoio adequados.



A OMS apoia a campanha das Nações Unidas Una-se Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. Saiba mais clicando aqui.