Economista norte-americano assume presidência do Banco Mundial
09 abril 2019
O economista norte-americano David Malpass começa nesta terça-feira (9) seu mandato como presidente do Banco Mundial, após ser escolhido pelo quadro de diretores-executivos do organismo financeiro. O especialista traz para o cargo anos de experiência no Tesouro e no Departamento de Estado dos EUA, onde ocupou postos seniores nas áreas de assuntos internacionais, cooperação com países em desenvolvimento e América Latina.
Ao longo de sua carreira, Malpass integrou os conselhos do Economic Club of New York, do Comitê Nacional sobre as Relações EUA-China e do Conselho das Américas.
Malpass também trabalhou como vice-secretário assistente do Tesouro dos Estados Unidos para Nações em Desenvolvimento e vice-secretário assistente de Estado para Assuntos Econômicos Latino-americanos. Em ambos os postos, o dirigente atuou em questões orçamentárias e de política internacional, como o envolvimento dos Estados Unidos em instituições multilaterais, incluindo o Banco Mundial.
Posteriormente, o economista tornou-se subsecretário do Tesouro para Assuntos Internacionais. No cargo, Malpass representou os Estados Unidos em diferentes contextos internacionais, como reuniões do G-7 e do G-20, os encontros anuais conjuntos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as reuniões do Conselho de Estabilidade Financeira e a Corporação para Investimentos Privados Internacionais (OPIC).
Ainda na função de subsecretário, Malpass desempenhou um papel crucial em várias reformas e programas importantes do Grupo Banco Mundial, incluindo o recente aumento de capital do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD) e da Corporação Internacional de Finanças (IFC). O norte-americano também foi fundamental no avanço da Iniciativa de Transparência da Dívida, adotada pelo Banco Mundial e pelo FMI para ampliar a divulgação pública de dívidas e assim reduzir a frequência e a gravidade de crises de débito.
Formado na Universidade do Colorado e com um MBA da Universidade de Denver, o economista prosseguiu seus estudos de pós-graduação em economia internacional na Escola de Serviço Exterior, da Universidade de Georgetown.
Malpass também é fundador de uma empresa de pesquisa em macroeconomia, com sede na cidade de Nova Iorque.
O chefe do Banco Mundial preside os conselhos diretores do BIRD e da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA). O dirigente também atua como presidente dos conselhos diretores da IFC, da Agência de Garantia de Investimento Multilateral (MIGA) e do Conselho Administrativo do Centro Internacional para a Resolução de Disputas de Investimento (ICSID).
O processo de seleção para a presidência do Grupo Banco Mundial inclui a indicação aberta e transparente de qualquer cidadão de um Estado-membro do organismo financeiro, por meio de um dos diretores-executivos da instituição. Essa etapa foi seguida por procedimentos de due diligence e por uma entrevista abrangente feita com Malpass pelos diretores-executivos. O mandato do presidente tem duração de cinco anos.
Programa da ONU celebra escolha de novo presidente
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) celebrou a escolha de Malpass para a presidência do Banco Mundial - que é um dos 11 copatrocinadores do UNAIDS.
O organismo financeiro auxilia os países no fornecimento de serviços de prevenção, atendimento e tratamento do HIV, oferecendo financiamento, suporte técnico especializado e conhecimento. No UNAIDS, o Banco Mundial é a agência responsável pela assistência ao planejamento estratégico, incluindo aos planos nacionais e multissetoriais de AIDS. A instituição colabora ainda com a realização de análises para apoiar políticas baseadas em evidências.
“O trabalho do UNAIDS com o Banco Mundial para enfrentar os desafios inter-relacionados do HIV, desigualdade e extrema pobreza é fundamental”, disse o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé.
“Saúdo calorosamente a nomeação de David Malpass como o novo presidente do Banco Mundial e aguardo com expectativa uma colaboração estreita e contínua para acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública, aumentando as oportunidades econômicas e contribuindo para prosperidade partilhada.”