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Estudo analisa eficácia das transferências de renda para pôr fim à Aids na África Subsaariana

31 julho 2019

Por muito tempo, o alto nível de contaminação pelo HIV na África Subsaariana foi atribuído à pobreza sistêmica, o que impulsionou a criação de diversos programas de transferência de renda destinados à população mais pobre. Na foto, uma menina espera para receber água na República Democrática do Congo. Foto: UNICEF / Olivier Asselin
Legenda: Por muito tempo, o alto nível de contaminação pelo HIV na África Subsaariana foi atribuído à pobreza sistêmica, o que impulsionou a criação de diversos programas de transferência de renda destinados à população mais pobre. Na foto, uma menina espera para receber água na República Democrática do Congo. Foto: UNICEF / Olivier Asselin





Estudos recentes mostram que o número de pessoas vivendo com a Aids na África Subsaariana é maior em grupos com melhores condições socioeconômicas. De acordo com o pesquisador do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), Pedro de Lara Arruda, melhores condições socioeconômicas permitem um maior acesso à mobilidade e disponibilidade de tempo de lazer, o que facilita a manutenção de relacionamentos extraconjugais.



“Essa peculiaridade africana reflete o quanto a epidemia também é movida por relacionamentos sexuais simultâneos em um ambiente geralmente heterossexual”, diz Arruda.



No artigo recém-publicado pelo IPC-IG — “O papel potencial das transferências sociais na luta contra o HIV/Aids na África Subsaariana” —, Arruda questiona a eficácia dos programas de transferência de renda voltados para a população economicamente vulnerável no controle da epidemia na região.



Por muito tempo, o alto nível de infecção pelo HIV na África Subsaariana foi atribuído à pobreza sistêmica, o que impulsionou a criação de diversos programas de transferência de renda destinados à população mais pobre. Para Arruda, estes programas são importantes para melhorar os índices de qualidade de vida dos doentes em situação de pobreza, mas é preciso focar na prevenção da doença entre os mais ricos para alcançar resultados mais expressivos.



Ainda assim, Arruda não descarta o papel das transferências de renda na luta contra a Aids na África Subsaariana. Para ele, as dinâmicas de prevenção, contágio e tratamento não são as mesmas entre os diferentes grupos sociais. “As dinâmicas da epidemia entre os pobres podem ser muito diferentes daquelas entre os ricos — isso sem contar aqueles na comunidade lésbica, gay, bissexual e transgênero (LGBT), pessoas que injetam drogas, profissionais do sexo e outros grupos sociais”.

Crianças e adolescentes



De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem na África Subsaariana mais de 2 milhões de pessoas vivendo com HIV com menos de 15 anos. A Organização também alerta para o fato de 90% das crianças vivendo com HIV no continente africano estarem na região Subsaariana.



Apesar dos esforços para implementar programas sociais que possibilitem uma ampliação do acesso a serviços de saúde e educação, crianças e adolescentes da região continuam sendo muito vulneráveis à infecção. Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apontam que mais de 5 milhões de jovens entre zero e 19 anos serão infectados pelo vírus na África Subsaariana entre 2017 e 2050.



Clique aqui para acessar o artigo original (em inglês).

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